Quando foi anunciado o embarque eu já estava próximo do portão e entreguei meu cartão de embarque para a agente que estava liberando as pessoas pro ônibus já que o embarque é remoto. Assim que ela viu meu boarding pass falou que era para eu esperar pois teria um carro especial para me levar já que eu era o único passageiro de classe executiva. Eu falei que não precisava afinal queria embarcar primeiro e não irai esperar um carro vir só pra me buscar e então fui pro ônibus junto com os outros passageiros.
Enquanto as pessoas ainda entravam, esta mocinha foi lá e disse que o carro já estava pronto – me tirou de dentro do ônibus e me colocou nesta van que me levou até o avião. Achei muito bacana da parte deles e é muito gratificante ver quando cias valorizam passageiros que pagam a mais por um serviço superior – nota 10 pra Ethiopian!
Vôo Ethiopian Airlines ET814– 05/07/2016
Zanzibar (ZNZ) ✈ Addis Ababa (ADD)
Assento: 1A – Classe Executiva
Partida: 15:45 / Chegada: 20:05 / Duração: 4h20
Aeronave: B787-800
Ao entrar a tripulação sorridente já estava me aguardando afinal eu era o único passageiro neste trajeto. Este vôo é vendido Zanzibar para Addis Ababa mas ele tem uma parada em Kilimanjaro para pegar mais passageiros. O tempo de vôo até lá é de 45 minutos (+1h em solo). Na segunda etapa da viagem entraram mais passageiros na business então não estava mais sozinho na cabine.
Eu dei sorte de pegar um B787 da Ethiopian com o novo interior onde as poltronas são no layout 2-2-2 mas que possuem apoio para os pés. Nos B787 mais antigos as poltronas não possuem ottoman e são de certa forma tobogã. Em ambos os layouts a business – também chamada de Cloud Nine – possuem 4 fileiras.
Este modelo de poltrona é o mesmo usado pela United Airlines no B787 e tem um sério agravante além da falta de privacidade – o afunilamento do descanso dos pés.
Veja que em todas as cadeiras você fica muito próximo do passageiro ao lado, então se viaja sozinho a única solução é pegar os assentos do meio que te dará liberdade para levantar sem incomodar o colega ao lado.
Vamos ao dilema do descanso dos pés – somente as cadeiras da primeira fila tem um espaço adequado para você se esticar.
Vejam que é uma “tábua” reta e com lugar suficiente para você colocar dois pés.
Já em contrapartida todos os outros assentos o descanso dos pés é minúsculo – o que prejudica e muito o conforto à bordo.
Na verdade pra pessoa dormir bem ela precisa ter o corpo em forma de casquinha de sorvete, caso contrário somente de lado.
Nesta foto vocês conseguem ver a desproporção que é o final do assento – fico pensando – será que quem projeta estes assentos está acostumado a viajar horas?
Apesar deste ponto negativo a poltrona é flatbed – mas de uma certa forma estreita.
Há um pequeno casulo que por sua vez protege um pouco seu rosto te garantindo um pouco a mais de privacidade – mas nada significativo.
Entre os assentos você tem tomada com entrada USB e de aúdio além de um porta trecos.
O controle da posição da poltrona ficava no console central.
Mesmo em um vôo curto foi oferecido amenity kit com os produtos básicos de higiene pessoal.
O fone de ouvido era noise cancelling. Entretanto houve algum problema no sistema áudio visual da aeronave que o som não saía nos dois fones. Eu mudei de lugar 3x, elas resetaram o sistema mas infelizmemte todos estavam com o mesmo problema – eu só escutava na orelha do lado direito.
O entretenimento de bordo é bem vasto, o tamanho da TV é ótimo, assim como a qualidade da imagem – quanto à isto ponto positivo!
O serviço começou com champagne ainda em solo.
E nesta primeira etapa até o pouso em Kilimanjaro foi servido apenas crackers já que não tinha tempo hábil para oferecer nada mais.
Já no trajeto entre Kilimanjaro e Addis Ababa foi servido a refeição principal. A cia também não dispunha de cardápio – ponto negativo – e as comissárias explicam pra cada passageiro o que tinha disponível.
Novamente elas passaram com os drinks – desta vez no carrinho afinal tinha mais passageiros à bordo.
Eu escolhi a carne com batata e vegetais. Veio salada de cuscuz que também estava uma delícia. Detalhes para os acompanhamentos – ketchup, maionese e mostarda – não entendi com o que eles combinam – mas….
A comida estava boa, na temperatura ideal e bem temperada – a salada tava uma delícia assim como o vinho tinto.
De sobremesa veio esta tortinha de chocolate meio amarga que só experimentei – estava OK – nada demais!
A galley que separa a classe executiva (que só possui 1 seção) da classe econômica.
Chegando em Addis Ababa paramos na remota e como tinha mais gente na executiva veio um ônibus reservado só para nos levar para o terminal.
Bom, agora vou explicar pra vocês sobre o programa de stopover/transfer/hotel em Addis Ababa. A cia oferece acomodação gratuita em caso de conexões longas desde que você preencha certos requisitos.
- Precisa ser um vôo internacional para outro vôo internacional – se tiver algum doméstico envolvido não serve.
- A conexão precisa ser no mínimo de 8 horas e no máximo de 24 horas.
Basta você se dirigir ao transfer desk (antes da imigração), mostrar sua passagem e itinerário e solicitar o seu voucher de hotel – com isto você também fica isento da taxa de visto.
O que está incluso? Transfer de/para o hotel, estadia e cupom para alimentação. Como eu cheguei por volta das 21hs eu recebi um voucher no hotel para jantar e outro para o café da manhã – tudo incluso.
Clientes em classe executiva ficam no Hilton de Addis Ababa enquanto que os demais ficam em hotéis bem inferiores como De Leopol e o Bole Ambassador – independente do status Star Alliance Gold, o que vale é a classe voada.
Caso você seja inelegível para o voucher gratuito, qualquer passageiro voando Ethiopian pode pagar U$50 para estadias de até 12 horas ou U$70 para estadias superiores à 12 horas – respeitando o período máximo de 24 horas. O pagamento pode ser feito com VISA/MASTER nesta mesma transfer desk que mostrei acima.
Com o voucher em mãos você passa na imigração e o oficial não carimba seu passaporte e nem te solicita visto. E por mais que você esteja “entrando” no país eles consideram que você é um passageiro em trânsito por isto não dão entrada. Estranho né?
Existe uma esteira específica para os passageiros em classe executiva/Star Alliance Gold – impressionante como a cia preza por isto né? Apesar da estrutura precária deste aeroporto.
Saindo da esteira fui pra cabine do Hilton esperar o motorista que iria nos levar pro hotel.
Chegando no hotel entreguei o voucher e nem cartão de crédito eles pedem – já está tudo pago e confirmado pela Ethiopian. Recebi os cupons para jantar no buffet do hotel e café da manhã (que inclusive pode ser room service).
No check-in mostrei meu cartão HHonors Diamond e por isto eles me deram upgrade para uma junior suite de 2 andares. Geralmente o quarto que a cia paga é um standard mas aparentemente eles honram o benefício da categoria do cartão.
O apartamento era enorme mas sofri muito com alergia – acredito que devia ser os ácaros do carpete e dos estofados. Tudo muito antigo e empoeirado.
O fato do quarto ficar no andar de cima não é nada conveniente pois pra subir com a mala é um esforço – mas enfim.
Bom, agora vem a hora da surpresa né? Eu estava terminando de checar meus emails quando recebi esta mensagem que meu vôo com a South African tinha sido cancelado.
Na verdade este vôo era parte do meu itinerário e que incluía mais 4 vôos, ou seja, com o cancelamento deste eu não poderia pegar nenhum outro mais. Já imaginaram minha frustração né? Planejei tanto pois iria voar em mais 2 aeronaves da ET que não conhecia e o internacional com a South African no A330 – mas infelizmente não deu.
Como eu não sou bobo nem nada, na mesma hora já liguei pra South African – a cia responsável pelo cancelamento do vôo – para eles acharem uma solução – afinal eu não ia esperar chegar no aeroporto para poder resolver.
A minha opção era voltar via Europa para que eu pudesse testar algum avião diferente, e então comecei a procurar freneticamente pois já eram 01:00 da manhã e os vôos que saíam de ADD estavam todos decolando. Não consegui achar absolutamente nada que me trouxesse para o Brasil à tempo dos meus compromissos, pois eu tinha um evento da Boeing e Embraer no dia seguinte, ou seja, não existia nenhuma possibilidade mais para eu voltar a não ser com a própria Ethiopian em vôo “direto” para São Paulo.
Fiquei muito frustrado pois o trajeto foi operado exatamente pelo mesmo B787 que eu tinha acabado de voar, ou seja, eu praticamente tinha gastado minhas milhas à toa para fazer o itinerário maluco (no post de conclusão vou contar sobre isto). Enfim, como diz aquele ditado – o que não tem remédio, remediado está. A South African foi nota 1000 no atendimento e me reacomodou no vôo da Ethiopian para o Brasil. O jeito agora era tentar dormir pra acordar cedo no outro dia e encarar a mesma aeronave – paciência né?
Bom, eu quis compartilhar isto com vocês para vocês verem que imprevistos acontecem e que infelizmente nem sempre tudo que a gente planeja vai sair conforme o desejado. Nestas horas é bom manter a calma e sempre tentar resolver da melhor forma possível, seja com a cia aérea, com seu agente de viagens, etc. Com a cabeça no lugar você consegue pensar melhor e enxergar a situação de uma forma mais clara e com isto achar uma solução viável que seja conveniente para você.
Ah e sem mencionar que é sempre bom ficar atento às reservas né? Já imaginou eu chegar no aeroporto sem saber que meu vôo tivesse sido cancelado e ter que procurar uma alternativa de última hora e ainda sem internet? Por isto sempre sugiro ficarem atentos à qualquer modificação – neste caso o excesso de preocupação vale a pena!
Avaliação
- Check-in:
- Embarque:
- Poltrona:
- Atendimento:
- Refeição:
- Entretenimento de bordo:
- Amenity Kit:
- Internet:
- Pontualidade:
- Limpeza:
8.3