Astronautas a bordo da Estação Espacial Internacional (ISS) estão conduzindo experimentos com um revestimento de superfície antimicrobiano projetado para combater a propagação de bactérias e vírus, incluindo o SARS-CoV-2, responsável pela atual pandemia de COVID-19.
Pesquisa e desenvolvimento
O projeto de pesquisa conjunta foi desenvolvido pela Boeing e pela Universidade de Queensland (UQ), na Austrália.
O experimento na ISS testa dois conjuntos de objetos que incluem uma fivela de assento de avião, tecido dos assentos, cintos de segurança, partes de um apoio de braço e uma mesinha de refeição. Para comparação dos resultados, um conjunto recebeu o revestimento antimicrobiano da superfície, o outro não.
Os membros da tripulação da ISS então tocam os dois conjuntos de objetos para transferir micróbios que ocorrem naturalmente na pele humana; nenhuma amostra de micróbio foi enviada à estação para este experimento. Ainda este ano, os objetos de teste serão devolvidos à Terra para análise nos laboratórios da Boeing para medir a eficácia do revestimento da superfície em um ambiente espacial.
“O objetivo principal do nosso revestimento antimicrobiano era ajudar a proteger as missões espaciais. Depois que a atual pandemia atingiu, modificamos a fórmula do revestimento para também atingir o vírus COVID-19 se ele estiver presente em uma superfície na Terra”, disse o professor Michael Monteiro, do Instituto Australiano de Bioengenharia e Nanotecnologia da UQ.
Objetivo
Um revestimento antimicrobiano na superfície de uma espaçonave pode ajudar a garantir a saúde da tripulação e proteger contra bactérias – e, em última análise, pode ajudar a prevenir a contaminação interplanetária de micróbios terrestres ou de outro planeta.
A Boeing foi selecionada pela NASA como contratante principal para a ISS em 1993. Desde então, a empresa tem fornecido suporte de engenharia 24 horas por dia.
A Estação Espacial Internacional
A ISS foi originalmente concebida para ser um laboratório, observatório e fábrica, fornecendo transporte, manutenção e uma base de preparação em órbita baixa da Terra para possíveis missões futuras à Lua, Marte e asteróides.
Hoje em dia, a Estação é utilizada com uma platafroma para conduzir pesquisas científicas para diversos tipos de experimentos, especialmente aqueles envolvendo gravidade zero e exposição ao espaço.
É sempre interessante ver o desenvolvimento de tecnologias que, a princípio, podem começar focadas em um objetivo — no caso, proteger superfícies de espaçonaves — mas tem chance de ser aplicadas na aviação civil.