Oi pessoal! Para quem ainda não me conhece, meu nome é Luis Felipe Alimari e faço parte da equipe do PP. Uma das coisas que mais me incomodam nas viagens aéreas no Brasil é a forma precária que é feita a “revista” nos PCD’s antes do embarque no aeroporto, mais especificamente nos cadeirantes, que é o meu caso e vou explicar porque.
Revista no Brasil
Como a cadeira de rodas não pode passar pelo raio-x, um funcionário da Infraero é o responsável por levar o cadeirante até uma salinha para uma revista. Acontece que esse procedimento não é padrão e muitas vezes o responsável pela revista fica “constrangido” e mal encosta no cadeirante.
No meu caso que tenho AME (Atrofia Muscular Espinhal) e praticamente não consigo me movimentar, assim que o funcionário percebe a minha condição, tenho percebido que ele imagine que não ofereço risco.
Na maioria das vezes é assim:
- Ele pergunta: “Você consegue levantar os braços?”
- Eu respondo: “Não”
Então ele mesmo os levanta, depois me inclina levemente pra frente e dá uma olhada nas costas e por último “apalpa” as pernas. Sendo que, algumas vezes, não passo por essa salinha e apenas passam um detector de metal portátil nas minhas pernas, costas e estou liberado.
Revista nos EUA e Europa
Já nos Estados Unidos e Europa a revista é do jeito que deve ser. Os americanos não dão chance para o azar e seguem o protocolo à risca.
Lá funciona da seguinte maneira:
O agente da TSA (Transportation Security Administration) também leva o cadeirante para um espaço reservado (centro de controle). Lá eles revistam “de verdade” e ainda coletam material da cadeira e do cadeirante e colocam em um equipamento de testagem de vestígios de explosivos. Se ainda acharem necessário, tem a revista adicional com detector de metal.
Os Estados Unidos ainda disponibilizam os serviços chamados PreCheck e Global Entry, que agilizam e facilitam o embarque, mas isto vai ser tema de um outro post que vou escrever em breve.
Na Europa também são rigorosos e o que diferencia para os Estados Unidos é que, dependendo do país, como por exemplo na Espanha, algumas vezes o cadeirante tem que sair da cadeira de rodas para que ela passe em um equipamento específico, uma espécie de “raio-x especial”.
Comentário
No meu ponto de vista, o processo de revista no Brasil é mal feito e totalmente falho, o que pode colocar os demais passageiros em risco. Esse é o tipo de “privilégio” que tenho e que considero um absurdo!
Já imaginaram o que um PCD mal intencionado é capaz de fazer?
Qual sua opinião sobre o assunto? Já viram a revista de cadeirantes ou outros PCD’s antes do embarque no aeroporto?
Felipe Alimari
Instagram: @passageirosobrerodas