Todos que conhecem da indústria aérea sabem que um dos principais fatores determinantes de rentabilidade é a utilização dos aviões. A regra é simples: quantas mais horas uma aeronave passa voando, menor o custo de operá-la.
Dado isso, parece bastante estranho pensar que exista uma cia érea no mundo que toma a decisão consciente de “groundear” (ou seja, deixar paradas) TODAS as suas aeronaves por um período aproximado de 24hs todas as semanas. Mas, considerações econômicas à parte, aqui a razão é maior: estamos falando da El Al, principal cia aérea de Israel: país cuja concentração de religiosos e influência que a religião exerce nos mais diversos campos justifica a decisão.
O Shabbat
Para aqueles que não conhecem muito do judaísmo, cabe uma explicação: para os judeus, o período entre o pôr do sol de sexta e o pôr do sol de sábado é considerado sagrado. Trata-se do Shabat, quando abster-se de qualquer tipo de trabalho e concentrar-se em rezas e reflexões são a ordem do dia. Dado isso, os religiosos entendem que voar durante o Shabat é proibido – motivo pelo qual a El Al opta por estacionar suas aeronaves, onde quer que estejam, até que o dia sagrado termine.
As implicações logísticas e dificuldades operacionais, no entanto, não param por ai: a proibição de voar durante o Shabat é tão levada a sério que a El Al em alguns episódios já se viu obrigada a cancelar voos na origem ou até alternar voos destinados a Israel uma vez que os passageiros a bordo se deram conta de que, devido a atrasos na saída, chegariam à Tel Aviv após o pôr do sol! Um caso real foi o de um voo saindo de NY que, após reivindicações dos passageiros, fez um pouso de emergência em Atenas para não seguir voando no período já considerado como Shabat.
Exemplo de voos entre NYC e Tel Aviv com a EL AL
Reparem que tabela de frequência entre NYC e Tel Aviv, a EL AL não opera nenhum voo na sexta ou sábado.
Além da EL AL
A mesma restrição é muitas vezes exigida de outras cias aéreas que voam para Israel e que, apesar de não serem desse país, transportam clientes religiosos que se negam a voar, por exemplo, quando o voo original que sairia numa quinta é postergado para sair na sexta! Trata-se de uma complexidade adicional a incluir no Business Case de qualquer rota com destino a Israel, pois sem dúvida episódios como esse vão acontecer.
Vocês conhecem alguma outra restrição ou exigência religiosa que influencia o transporte aéreo (além dos diferentes tipos de refeição, como halal ou kosher)? Compartilhe com a gente!
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