De acordo com a mídia israelense, a companhia El Al vai manter suas aeronaves estacionadas por tempo indeterminado. Apesar da companhia ter informado oficialmente a suspensão dos voos somente até o final de julho, jornais do país informam que as negociações entre a administração da companhia e os sindicatos de pilotos estão paradas, fazendo com que os executivos da empresa optassem por manter todos os seus aviões estacionados.
Os voos que deveriam ocorrer ontem (01) foram cancelados depois que as negociações entre o representante do comitê de pilotos Nir Reuveni e o CEO da companhia Gonen Usishkin terminaram sem resolução na última terça-feira.
Reuveni teria dito que a El Al não estava cumprindo os acordos trabalhistas feitos com os pilotos durante a pandemia do coronavírus e que a administração da companhia aérea “não conseguiu chegar a um acordo com os funcionários, recusa a generosa oferta de resgate [do governo] e é incapaz de liderar a empresa neste momento.”
Situação financeira e negociações com o governo
A El Al reduziu grande parte de seus funcionários e tomou outras medidas drásticas para conseguir manter suas operações em meio à queda na demanda em função do coronavírus. Porém, a situação financeira da companhia aérea permanece precária.
De acordo com a Reuters, a companhia reportou prejuízo no primeiro trimestre com uma queda acentuada na receita, informando que teve que abrir mão de parte de sua frota e liberar muitos funcionários através de licenças não remuneradas.
A companhia também está buscando empréstimos junto ao governo para ajudá-la a atravessar a crise, já que os estrangeiros estão impedidos de entrar no país e os israelenses que retornam devem permanecer em quarentena.
O governo argumenta que os problemas da companhia aérea, incluindo um quadro de funcionários em excesso, altos salários e um balanço financeiro fraco, começaram bem antes da pandemia.
De acordo com a companhia, duas ofertas de pacote de ajuda do governo estão em negociação:
- O primeiro inclui US$ 400 milhões em empréstimos bancários, a maioria dos quais será garantida pelo governo, e a El Al emitindo 150 milhões de shekels (US$ 43 milhões) em ações.
- No segundo, o valor do empréstimo cai para US$ 250 milhões e a emissão de ações sobe para cerca de US$ 150 milhões, com o governo comprometendo-se a comprar as ações que não sejam adquiridas pelo público.
“O escopo da crise do coronavírus é algo como nunca vimos, e nenhuma companhia aérea, por mais forte que seja, pode sobreviver sem a assistência do governo”, disse o CEO Gonen Usishkin.
A empresa informou que perdeu US$ 140 milhões nos primeiros três meses, contra uma perda de US$ 55 milhões no ano anterior. A receita caiu 25%, para US$ 321 milhões.