O continente africano é um dos que mais irá sofrer com a pandemia de coronavírus no setor da aviação e turismo, conforme dito pela IATA. O órgão divulgou recentemente dados referentes às viagens no continente africano, em que é esperado que número de passageiros transportados só voltem aos registrados antes da pandemia, em 2023.
“A nova queda no tráfego de passageiros em 2020 é mais uma má notícia para a indústria da aviação na África”, disse Muhammad Albakri, vice-presidente regional da IATA para a África e Oriente Médio.
“Há alguns meses, pensávamos que a demanda atingindo 45% em todo o continente em 2020 em comparação com 2019 era o pior que poderia ser. Mas com as viagens internacionais permanecendo praticamente inexistentes e uma aceleração mais lenta do que o esperado nas viagens domésticas, revisamos nossas expectativas para 30%”, complementou.
Quatro companhias aéreas em toda a África encerraram suas operações devido ao impacto da COVID-19. Sem um alívio financeiro urgente, mais transportadoras e seus funcionários estão em risco, assim como a indústria africana de transporte aéreo, que sustenta 7,7 milhões de empregos no continente.
Embora as viagens domésticas estejam aumentando em toda a África, à medida que os países reabrem suas fronteiras, as viagens internacionais continuam fortemente restritas, já que os principais mercados, incluindo a União Europeia (UE), permanecem fechados para cidadãos de nações africanas. Atualmente, residentes de apenas dois países africanos – Ruanda e Tunísia – têm permissão para entrar nas fronteiras da UE.
Os governos de Ruanda, Senegal, Costa do Marfim e Burkina Faso prometeram um total de US$311 milhões em apoio financeiro direto ao transporte aéreo. Outros US$30 bilhões foram prometidos por vários governos e outras instituições, incluindo o Banco Africano de Desenvolvimento, o Banco Africano de Exportações e Importações, a União Africana e o Fundo Monetário Internacional (FMI). No entanto, a maior parte dessa ajuda será direcionada para os mais necessitados.
Em números absolutos, a região deve ter cerca de 45 milhões de viajantes em 2020, aumentando para 70 milhões em 2021. Segundo dito pela IATA, Um retorno total aos níveis de 2019 (155 milhões de viajantes) não é esperado até o final de 2023.