Companhias aéreas geralmente trazem muitas vantagens para as suas cidades de destino. Mais voos para uma cidade significa mais pessoas visitando, e isso vem acompanhado de um aumento na atividade econômica gerando mais empregos para a população. Por isso, é de grande interesse de cidades, estados e países atraírem companhias aéreas para seu território…
A medida tomada por Israel
Em 2016, sob esse pretexto, o governo de Israel na figura do ministro de turismo Yariv Levin, passou a oferecer compensações financeiras para as companhias aéreas que inaugurassem voos de destinos inéditos internacionais para o território israelita.
O objetivo da proposta é atrair mais turistas para o país. Com isso, cada empresa aérea passou a receber $250.000 euros por ano para cada voo semanal inaugurado com destino a Israel.
As maiores beneficiadas foram as companhias aéreas low-cost da Europa, já que a maioria das grandes empresas já operavam rotas para Tel-Aviv. Desde 2016, a companhia aérea húngara Wizz Air, por exemplo, recebeu 3,3 milhões de euros para voos operados entre Tel Aviv e Lublin (Polônia); Kosice (Eslováquia); Craiova, Timisoara e Sibiu (Romênia); e Debrecen (Hungria).
No mesmo período a Ryanair recebeu € 2,5 milhões para voos operacionais entre o Aeroporto Ben Gurion e Poznan, Wroclaw e Gdansk (Polônia) e Baden-Baden e Memmingen (Alemanha).
As low-cost, entretanto, não são as únicas a se beneficiar com a introdução de novas rotas. A israelita El Al também recebeu subsídios para iniciar novas rotas de Tel Aviv para Las Vegas e Miami. Ao todo a companhia aérea recebeu cerca de 1 milhão de euros para essas duas rotas.
Em dezembro de 2018, a Latam iniciou uma rota entre São Paulo e Tel Aviv. Segundo o site Globe, a companhia latino americana teria recebido € 750 mil euros por ano — cerca de 3,5 milhões de reais — do governo de Israel para os três voos semanais operados entre as duas cidades. A United Airlines também teria recebido a mesma quantia para operar três voos semanais entre Tel Aviv e Washington.
Qual o impacto da medida?
Até agora, os subsídios às companhias aéreas para a introdução de rotas para novos destinos custaram € 12,85 milhões em três anos para o Ministério do Turismo.
Em termos de visistantes, Israel terminou 2018 com 4,1 milhões de turistas contra 3,6 milhões em 2017, um aumento de 14%.
Na comparação com 2016, antes da instituição da citada política, o aumento é de 42%. O turismo continuou a aumentar no primeiro semestre de 2019. A entrada de visitantes entre janeiro a agosto de 2019 totalizaram 2,9 milhões, 10% a mais do que no período correspondente do ano anterior.
O aumento mais significativo foi entre turistas da Polônia. O número de turistas que visitam Israel saindo do país europeu totalizou 151.000 em 2018, 97.000 em 2017 e apenas 51.600 em 2016. Um total de 300.000 turistas nos três anos, constituindo 3% do total de entrada de turistas em Israel.
É difícil destacar uma causa única para o aumento do turismo que chegou a Israel. Medidas como o aumento da segurança, na região, o feedback positivo de visitantes e turistas nas redes sociais e os esforços de marketing do Ministério do Turismo também são fatores que também contribuíram para isso.
O que você acha desse tipo de medida e seu impacto para a economia local?