As Maldivas reabriu ontem (15) para turistas do mundo inteiro. Diferente de outros países pelo mundo, não será necessário fazer quarentena obrigatória de 14 dias, nem apresentar teste negativo para o COVID-19. Outra novidade é que também não há novos requisitos de visto ou taxas adicionais a serem pagas para visitar o país.
Reabertura
Mesmo sem restrições para se chegar ao país, existem algumas medidas preventivas adotadas para evitar novos casos com o coronavírus. Por exemplo: visitantes internacionais só serão permitidos nas ilhas resorts e precisam reservar a estadia inteira em um estabelecimento registrado.
O governo local diz que, por conta da distância entre as ilhas, a estadia nos hotéis e resorts já funcionam como uma “quarentena”. Mesmo assim, algumas atividades no país não estão 100% liberadas, entre elas:
- Viajar entre resorts, safaris e ilhas habitadas está restrito desde 12 de março de 2020;
- Todas as atividades de excursão nas Maldivas foram proibidas desde 13 de março de 2020 e ainda não voltaram;
- Check-in em guest houses e hotéis em cidades na região da Grande Malé (Malé, Villimalé e Hulhumalé) está suspenso desde 14 de março de 2020;
- Check-in em guest houses e hotéis em cidades de todo o país está suspenso desde 17 de março de 2020;
- Todas as viagens não essenciais entre ilhas são restritas desde 17 de abril de 2020;
Outras atividades, como hotéis e Guest houses localizados em ilhas habitadas retomarão as operações em 1º de agosto de 2020.
Resorts voltando a receber turistas
Com a notícia, muitos viajantes já demonstraram o desejo de visitar as Maldivas, contribuindo para a volta do turismo e hotelaria, dois braços fortes que contribuem para grande parte da renda do país. Em entrevista à CNN Travel, Sonu Shivdasani, CEO e fundador da Soneva, dona de dois resorts nas Maldivas (Soneva Fushi e Soneva Jani) disse que as reservas para o mês de agosto são maiores que a do mesmo período no ano passado, antes da crise. De toda forma, Shivdasani relembrou que deve-se levar em consideração as restrições dos países de origem dos turistas, caso seja exigido testes e quarentena obrigatória na volta para casa – o que pode atrapalhar um pouco a viagem.
Contudo, dos 156 resorts, apenas 43 estarão disponíveis nesta primeira fase de reabertura do país. O governo espera que até outubro, mais 50 sigam os passos e reabram para turistas. A partir de agosto, os hotéis da empresa Accor serão reabertos, conforme disse John Bendtsen, gerente geral da Accor nas Maldivas. “Pretendemos reabrir o Mercure Maldives Kooddoo Resort a partir de 1º de agosto, seguido pelo Pullman Maldives Maamutaa Resort em setembro”. Bendtsen finalizou dizendo que as outras unidades de resorts da Accor serão reabertas a partir de outubro.
Quais companhias aéreas estão operando para lá?
Até o momento, são poucas as companhias que oferecem o serviço. O que se espera é que, com o anúncio da reabertura, será possível ver mais companhias aéreas oferecendo voos para o paradisíaco país insular.
A única companhia que voltou a operar oficialmente para o Aeroporto Internacional de Velana foi a Qatar Airways. A companhia árabe realizou um voo para reinaugurar a rota na manhã de ontem (15). Além da Qatar, outras duas companhias aéreas do Oriente Médio vão voltar a operar para lá está semana. Trata-se da Etihad e da Emirates. Ambas informaram que, nesta sexta-feira (16), voltarão a operar para as Maldivas.
Saúde e segurança nas Maldivas
Em termos de saúde e segurança, o governo está emitindo “Licenças de Turismo Seguro” para credenciar instalações turísticas que cumpram a legislação e requisitos específicos de segurança, como ter um médico certificado de plantão e manter um “estoque adequado” de equipamentos de proteção individual.
Além disso, alguns resorts estão implementando medidas adicionais para proteger hóspedes e funcionários. Nas duas propriedades da Soneva, por exemplo, é solicitado que os hóspedes façam um teste de covid-19 no saguão do aeroporto particular antes de serem transferidos para o resort de avião. Uma vez no resort, eles vão direto para sua vila e devem permanecer lá até que os resultados dos testes sejam recebidos. Caso o resultado seja positivo, eles deverão se isolar em um local específico, onde serão atendidos por enfermeiros treinados.
As Maldivas registraram quase 2.000 casos confirmados e cinco mortes de Covid-19 até agora. Como todos os países dependentes do turismo (que representa dois terços do PIB do país), o arquipélago foi duramente atingido pela crise. Por conta disso, o ministro do turismo, Ali Waheed, chegou a dizer que o impacto da pandemia de coronavírus foi “mais devastador que o tsunami de 2004 e a crise financeira global de 2008”.
A crise pegou o país de surpresa, pois era esperado ao menos 2 milhões de turistas por lá este ano. Alguém com planos de viajar para as Maldivas?