Os efeitos da crise do coronavírus já podem ser vistos nos demonstrativos contábeis das companhias aéreas. Ontem, a United reportou que teve uma perda de US$ 2,1 bilhões no primeiro trimestre de 2020.
A United informou nessa segunda-feira que teve um perda de US$ 2.1 bilhões no seu faturamento do primeiro trimestre. O resultado foi o pior desde a crise financeira de 2008.
A queda vertiginosa na demanda das companhias aéreas causada pela crise do coronavírus já começou a eliminar todo o lucro das companhias aéreas. O resultado divulgado pela United já corresponde a mais da metade de todo o lucro antes dos impostos que a empresa obteve em 2019, que foi de US$ 3,9 bilhões.
A companhia aérea voou cerca de 200.000 passageiros nas duas primeiras semanas de abril. O número é 97% menor do que o mesmo período do ano passado, quando a empresa voou 6 milhões de pessoas.
Além dos US$ 5 bilhões em ajuda federal para cobrir a folha de pagamento e empréstimos que espera receber para enfrentar a crise, a companhia aérea com sede em Chicago anunciou ainda que solicitou US$ 4,5 bilhões adicionais em empréstimos do governo.
Os impactos da Avianca e Azul nas perdas da United
A perda de receita da empresa norte-americana inclui US$ 697 milhões em perda de crédito não operacional em empréstimos a prazo para a BRW Aviation Holding LLC e BRW Aviation LLC , dois braços de investimento do Synergy Group, de propriedade dos irmãos Efromovich, proprietários da Avianca Holdings S.A. A United registrou a provisão com base na avaliação sobre a incerteza financeira da Avianca Colômbia devido ao fato de a companhia aérea ter cessado suas operações devido à pandemia do COVID-19.
Além disso, a United também informou uma perda de investimentos no valor de US$ 293 milhões, causados principalmente pela redução no valor de mercado de seu investimento na Azul Linhas Aéreas Brasileiras SA. Nos últimos anos, a companhia norte-americana reforçou sua participação acionária na Azul.
A United foi a primeira companhia americana a divulgar seu balanço com perdas consideráveis, mas infelizmente não será a última. A posição da empresa de investimento e concessão de empréstimos em outras companhias aéreas torna a situação ainda mais complicada. A situação deve ser parecida com a da Delta, que recentemente adquiriu 20% da LATAM.