Esses dias recebi um convite mais que especial da Força Aérea Brasileira, que foi conhecer os bastidores do controle aéreo no Aeroporto de Congonhas.
Primeiro nem preciso dizer a satisfação que foi ter tido esta oportunidade e segundo dizer que ver como acontece todas as operações de pertinho, é de deixar qualquer um literalmente fascinado.
A emoção de subir na torre de controle, ver os aviões decolando e aterrizando, acompanhar o tráfego aéreo, autorizações de vôos, planos de rotas é algo que eu jamais vou esquecer. Eu fiquei “bobo” e admirando tudo desde o trajeto pela pista de Congonhas, até o momento que pegamos o elevador para a torre.
Tive uma super aula com os oficiais, que por sinal, foram extremamente educados, gentis e pacientes. Vou então explicar para vocês um pouquinho de como funciona tudo.
O controle de um tráfego aéreo se inicia ainda no solo, com a movimentação das aeronaves, nas pistas de táxi, decolagens e pousos. A Torre de Controle (TWR) é responsável por controlar as aeronaves no solo, na fase inicial de decolagem e fase final de pouso e a sequência de decolagem das aeronaves que estão prontas para decolagem. A área de atuação da Torre de Controle se resume a cerca de 5km de raio do aeroporto, com altura de 1500 Pés acima do nível da pista. A equipe de controladores da TWR-SP é composta de cerca de 10 controladores, que guarnecem 5 posições operacionais, incluindo a posição do HELICONTROL, que controla o movimento de Helicópteros na região da zona sul e zona oeste de São Paulo, onde existe o maior movimento de helicópteros por metro quadrado do mundo.
Na próxima fase de voo, após a decolagem de uma aeronave e livrando a área de atuação da Torre, inicia-se a fase de Subida, que é controlada pelo Controle de Aproximação (APP). Este controla as aeronaves nas fases de Aproximação e de Subida, até uma altitude de 20.000 Pés em um raio de aproximadamente 80Km. O APP-SP controla uma área que abrange os principais aeroportos do Estado, que estão inclusos Guarulhos, São Paulo, Campinas, São Jose dos Campos, e os aerportos e rotas da Ponte Aérea Rio – São Paulo. A equipe de controladores do controle é composta de 30 controladores, que guarnecem 13 posições operacionais, mais os supervisores. Uma das atribuições do APP, é a definição da sequência para pouso das aeronaves que irão aproximar para os aeroportos controlados. Também são controladas as aeronaves de pequeno porte, que voam em rotas especiais distribuídas por toda a área de jurisdição de nossa responsabilidade, destinadas ao voo de baixa altitude. A área de Jurisdição do SRPV-SP inclui também a área da cidade do Rio de Janeiro, sendo que o Controle de Aproximação do Rio é subordinado ao SRPV-SP. Para melhorar o trabalho do controle SP, o SRPV-SP está implantando um novo sistema de gerenciamento de tráfego, o SAGITARIO (Sistema de Gerenciamento de Tráfego Aéreo e de Relatórios de Interesse Operacional), que auxiliará o controlador em diversas tarefas, de forma automatizada, com a finalidade de executá-las de forma mais eficaz.
Após livrarem a área de controle do Controle de Aproximação, as aeronaves entram na fase do voo em Rota. Nesta fase, são controladas pelo Centro de Controle de Área (ACC), que gerencia as aerovias que ligam os diversos aeroportos no Brasil. As áreas de atuação dos ACC são variáveis dependendo da região do país. Na área do SRPV-SP, o Controle em rota na ponte aérea Rio-São Paulo é efetuado pelo Controle de Aproximação de São Paulo, único APP no país que controla as aeronaves em rota, na área da Ponte Aérea Rio – São Paulo, chamada de Tubulão. O ACC controla as aeronaves até o início da fase de Aproximação, quando então transfere o controle para o APP novamente, que controla as aeronaves até o final desta fase. O APP transfere as aeronaves novamente para a Torre na fase final de pouso, onde a aeronave é controlada até o pátio de estacionamento.
Só tenho uma coisa à dizer, fiquei impressionado e orgulhoso com o profissionalismo, tecnologia e know-how da Força Aérea Brasileira que cuida para que nossas viagens sejam seguras do início ao fim. Além do mais os equipamentos e as operações que ocorrem nos bastidores são de deixar qualquer apaixonado por aviação babando! Foi uma experiência inesquecível, e que com certeza vou levar para a vida toda.
Aproveito para deixar um agradecimento especial à uma amiga querida que me proporcionou tudo isto!