O tráfego aéreo no Oriente Médio vive um momento de grande tensão após ataques dos Estados Unidos a instalações nucleares no Irã no último fim de semana. Como resposta preventiva, grandes companhias aéreas suspenderam voos para destinos estratégicos da região, como Dubai (DXB), Doha (DOH) e Riyadh (RUH). As medidas refletem o temor de uma escalada do conflito entre Estados Unidos, Irã e Israel e afetam passageiros ao redor do mundo. Confira!
Cancelamentos em grandes hubs internacionais
Singapore Airlines, British Airways, KLM e outras operadoras globais anunciaram a suspensão de voos para o Golfo Pérsico. A Singapore Airlines interrompeu suas operações para Dubai (DXB) desde domingo por motivos de segurança. Já a KLM suspendeu voos para Dubai (DXB), Riyadh (RUH) e Dammam (DMM), na Arábia Saudita, até segunda ordem.
A British Airways tomou medidas emergenciais, um voo com destino a Dubai (DXB) foi desviado para Zurique após entrar no espaço aéreo saudita, e outro retornou para Londres (LHR) depois de alcançar o Egito. Além disso, a companhia suspendeu rotas para o Bahrein (BAH) até o fim do mês, alegando restrições operacionais e de espaço aéreo.
Companhias asiáticas também estão tomando precauções. A Japan Airlines modificou sua rota entre Tóquio (HND) e Doha (DOH) para evitar o espaço aéreo do Golfo Pérsico e do Golfo de Omã, o que aumenta o tempo de voo em cerca de 20 minutos. A Air India vai deixar de usar gradualmente partes do espaço aéreo da região nos próximos dias. Além disso, nesta segunda-feira, o governo do Catar anunciou o fechamento temporário do espaço aéreo do país para garantir a segurança de cidadãos, residentes e visitantes, o que aconteceu também nos Emirados Árabes Unidos.
Impacto para os passageiros
Israel havia suspendido todos os voos desde os ataques iniciados em 13 de junho, mas começou a permitir saídas controladas. Agora, até 1.000 passageiros por dia podem deixar o país a partir dos aeroportos de Ben Gurion (TLV) e Haifa (HFA), com limite de 50 pessoas por avião, uma medida para evitar aglomerações e reduzir o risco de novos ataques. A prioridade está sendo dada a estrangeiros, diplomatas e cidadãos com necessidade de evacuação humanitária.
Diversos países europeus também estão se mobilizando. O Reino Unido organizou voos fretados para repatriar seus cidadãos em Israel, enquanto Alemanha e França anunciaram planos semelhantes, com uso de aeronaves militares ou comerciais.
Mesmo com os cancelamentos, o aeroporto de Dubai (DXB) segue operando normalmente, segundo o governo local. A maioria dos voos continua nos horários previstos, mas autoridades seguem monitorando a situação com cautela.
Antes mesmo dos ataques dos Estados Unidos, o Irã havia ameaçado atingir bases americanas na região e fechar o Estreito de Ormuz, uma das rotas mais importantes do comércio global de petróleo, por onde passa cerca de 1/5 da produção mundial. A ameaça de bloqueio do estreito, que faz fronteira com Emirados Árabes Unidos e Omã, elevou ainda mais o alerta em aeroportos e companhias aéreas. Qatar e Bahrein, que abrigam importantes bases militares dos Estados Unidos, também estão no centro dessa crescente tensão geopolítica.
Comentário
As suspensões de voos para hubs como Dubai, Doha e Riyadh mostram o quanto o setor aéreo é sensível aos desdobramentos geopolíticos. Mais do que destinos turísticos ou de negócios, essas cidades são conexões estratégicas entre continentes e, naturalmente, qualquer restrição nessas rotas impacta passageiros no mundo todo.
Diante do cenário atual, a cautela adotada pelas companhias aéreas é compreensível, e a segurança de todos a bordo deve seguir como prioridade.
Esta matéria poderá ser atualizada conforme surgirem novos desdobramentos no conflito.