A Delta Airlines fez nesta quarta-feira uma oferta para a compra da Alitalia. Segundo o portal Ansa, o governo da Itália ainda teria recebido uma oferta da britânica EasyJet e da FS, uma companhia estatal ferroviária italiana.
Em Maio do ano passado, a Alitalia anunciou falência e havia recebido um ultimato da administração especial proposta pelo governo para ser vendida até o prazo-limite de Novembro de 2017. Na época, além da EasyJet, Lufthansa e Wizzair haviam demonstrado interesse na compra da companhia. Como nenhum acordo foi fechado, o prazo final foi estendido até o dia 30 de Abril de 2018. Porém, com as eleições italianas de Março deste ano, o então ministro da indústria adiou o prazo por mais seis meses, ou seja, até ontem dia 31 de Outubro.
Caso a intenção fosse manter os voos dentro da Europa a oferta feita ontem pela Delta não poderia ser para a compra total da empresa. Como destacou o site do TPG, caso a Delta comprasse mais de 49% da companhia ela passaria a ser considerada uma empresa norte-americana o que, segundo o tratado de céus abetos entre EUA e União Europeia, faria com que perdesse o direito de operar rotas entre os Estados Unidos e os 28 países membros da UE. A empresa teria então que negociar cada uma dessas rotas separadamente.
De acordo com alguns cenários considerados por jornais italianos, a Alitalia poderia ser vendida em duas partes: uma para rotas de longa distâncias que seria operada pela Delta e outra para rotas mais curtas que seria operada pela EasyJet, que não enfrentaria problemas para operar os voos na Europa já que é uma empresa britânica e o Reino Unido faz parte da União Europeia – ou pelo menos até o Brexit.
Incertezas no futuro da companhia
Desde Novembro do ano passado, a Alitalia tem ampliado a sua malha área aumentando as rotas e as frequências, além de ter renovado sua classe executiva em voos de longa duração. Essas medidas ajudaram a crescer o faturamento e reduzir as perdas pela metade, mas ainda não foi o suficiente. Com o fim de mais um prazo para a venda o futuro da companhia é incerto. Caso não seja vendida, a empresa teria que continuar a recebendo empréstimos do governo italiano, o que poderia ser visto como concorrência desleal para pelas regras da União Europeia. Caso a companhia feche, quem tiver passagens compradas entraria na fila de credores da empresa.
Não sabemos até que ponto uma possível compra pela Delta afetaria a emissão de passagens com milhas, já que as duas empresas já fazem parte da SkyTeam e tem parceria com Smiles.
E você tem algum voo planejado com a Alitalia em breve? O que acharia da compra da empresa pela Delta?
Algo me diz que o @FabioVilela ficaria feliz com a novidade, né nom? 😉