Você sabe o que é o famoso “TAT” – TurnAround Time da aviação e por que ele é tão relevante?
É muito comum escutar nas rodinhas de conversas das companhias aéreas o pessoal falando do famoso TAT: “o voo está em TAT” ou “não conseguimos cumprir o TAT dessa vez”. Afinal de contas, o que é esse tal de TAT?
O Turnaround
A palavra é na verdade uma sigla proveniente do termo TurnAround Time, em inglês. Ainda não ajudou? Vamos entender ao que se refere então… Turnaround é o conjunto de atividades que devem ocorrer em uma aeronave entre um pouso e sua próxima decolagem, para que ela esteja pronta para seguir seu próximo trecho.
Mais especificamente, é tudo o que acontece entre o calço de um avião ao chegar em um aeroporto e a saída do mesmo desse calço rumo a seu próximo destino (marco que comumente define se um voo saiu de forma pontual ou não de sua origem) – ou as atividades entre a abertura de portas e o fechamento delas (a definição varia de companhia para companhia, mas os grandes processos envolvidos são os mesmos).
Definições explicadas, vamos ao que interessa. Que raios de atividades são essas? Há muita coisa acontecendo enquanto você passeia pelo aeroporto para que seu voo possa decolar. Algumas delas “debaixo da asa” da aeronave e outras “em cima da asa” (termos “técnicos” utilizados na aviação), literalmente de acordo com a localização da atividade:
Debaixo da Asa (Below the Wing)
- Retirada de bagagens e carga
- Recarga de combustível
- Drenagem de Dejetos (o esvaziamento dos tanques que armazenam os “dejetos” dos passageiros do voo!)
- Abastecimento de água potável
- Checks da Manutenção
Em Cima da Asa (Above the Wing)
- Desembarque de passageiros
- Limpeza da aeronave
- Abastecimento do catering
- Embarque de Passageiros
Turn Around TIME
Agora que já explicamos quais os principais processos que fazem parte do turnaround de uma aeronave, vocês devem estar pensando: “e quanto tempo demora pra fazer tudo isso?” A noção do tempo mínimo necessário para a execução de todas essas atividades é conhecida como TAT, ou turnaround time.
Não existe um tempo universal para o TAT de um determinado tipo de avião. As fabricantes indicam boas práticas, mas no fim cada companhia aérea tem suas definições de acordo com seu grau de eficiência, tamanho das equipes trabalhando nos processos, aeroportos nos quais opera etc.
Acontece, por exemplo, do TAT de um A320 ser de 40 min em um aeroporto, 35 em outro e 45 em um terceiro – ou da Latam e a American trabalharem com TATs diferentes para um 777 em GRU. Se uma equipe de limpeza tiver 10 pessoas e outra apenas 8, o tempo para limpar uma aeronave pode variar bastante – o que impactará o TAT total, por exemplo.
Cumprindo o TAT
Se um voo está em TAT, isso significa que a aeronave que o fará chegou em um aeroporto com tempo de solo inferior ao mínimo definido por aquela companhia para cumprir o turnaround. Ou seja: a probabilidade desse voo sair atrasado é enorme, a menos que a companhia consiga executar todos os processos do TA em tempo inferior ao mínimo declarado (o que pode acontecer!).
Como há uma pressão enorme na indústria de maximizar a utilização das aeronaves, é comum que as malhas aéreas sejam desenhadas com tempos mínimos de solo em vários pontos. Por este motivo, cumprir o TAT é uma obsessão das companhias e há um indicador comumente acompanhado nesse sentido.
Se o TAT é cumprido, todos ficam felizes. Cia aérea, colaboradores, o aeroporto e, claro, os passageiros!
A questão do TAT fica mais evidente no Aeroporto de Congonhas, em que o TAT é particularmente curto – pelo menos deveria ser. Alguém sabe qual o TAT de lá e se as cias aéreas tem feito um bom trabalho em cumpri-lo?
Eu arrisco dizer que é entre 30 e 40 minutos!