Um assunto que sempre gera MUITA polêmica é a presença de bebês e crianças pequenas em classes premium de um avião. Sim, isso é possível em praticamente todas as companhias aéreas do mundo: basta você ter uma carteira bem gordinha para pagar pelo espaço do seu pequeno ou ler as dicas postadas no Passageiro de Primeira! 🙂
O fato é que as diferenças entre companhias aéreas ao redor do mundo começam ai: a política de precificação para bebês (de até 2 anos) voarem em executiva e primeira classe. Há companhias, como a Delta, que cobram apenas 10% do valor da passagem se você quiser que seu bebê voe com você, no mesmo assento. Já outras, como a Latam, não permitem que um bebê voe na executiva sem ter um assento próprio e, nesse caso, cobram o mesmo pelo lugar, independentemente da idade do ocupante.

Meu Pequeno Aviador no Aeroporto
Convenhamos que a propensão de alguém a pagar um assento a mais, sem qualquer desconto, para que um ser humaninho de menos de um metro possa viajar na executiva é bem menor do que no caso em que a tarifa é apenas de 10% do valor cheio. Acredito que essa já seja uma forma de desincentivar as famílias a ocuparem cabines premium que algumas aéreas utilizam.
A verdade é que há poucas outras! Há companhias ao redor do mundo um tanto quanto corajosas ou loucas (dependendo da sua opinião a respeito do tema!) que simplesmente decidiram proibir a venda de assentos da primeira classe não apenas a bebês, mas a todas crianças também (neste caso, a Malaysian Airlines); ou que criaram em suas aeronaves uma zona “livre de crianças” menores de 10 ou 12 anos (e que inclusive cobram mais por isso, como a low-cost de Singapura Scoot).
Demanda por sessão a bordo “livre de crianças”
Expandindo um pouco o tema a outras cabines do avião, há nas redes sociais um movimento de passageiros que apoiam a ideia de segregar uma área exclusiva para famílias com filhos pequenos. A razão seria criar um ambiente muito mais silencioso na área livre de crianças, para que sobretudo passageiros viajando a trabalho pudessem descansar antes de suas reuniões (para as quais costumam ir direto do aeroporto). Nos EUA, uma pesquisa comissionada revelou que metade dos entrevistados estaria disposto inclusive a pagar mais para voar nessa sessão silenciosa!
Então, por que não há mais companhias aéreas adotando essa ideia? Acredito que há três principais problemas:
- Como operacionalizar essa distribuição dos passageiros e ao mesmo tempo maximizar a ocupação do avião?
- Como garantir que de fato a área estará “isolada” com a atual configuração das cabines?; e principalmente
- Como vender esse tipo de cabine sem gerar um desastre de relações públicas?

Imagem: Galeria British
Se não pode vencê-los, junte-se a eles!
Mais inteligente e politicamente correto é ir para o outro extremo: já que cabines premium cheias de crianças são cada vez mais uma realidade, muitas aéreas estão pensando em como minimizar o desconforto dos outros passageiros caso a criança seja muito barulhenta ou esteja realmente incomodando os demais pelo motivo que for. A Etihad é meu benchmark nesse sentido: eles oferecem babás a bordo!!! Isso mesmo: quando a família chega, a babá a recebe e se disponibiliza a ajudar no que precisarem durante o voo! E elas ainda contam com um arsenal de acessórios e brincadeiras para garantir a distração dos pequenos: como não amar???

Flying Nanny da Etihad

Flying Nanny da Etihad
Minha Opinião
Como pai de dois bebês (1a10m e 28 dias), tendo a pensar que uma cabine segregada poderia ser bem-vinda não apenas para quem quer garantir descanso silencioso em seu voo – mas principalmente para quem, como eu, tem receio de ser justamente o seu filho quem vai “causar” durante 12 horas, impossibilitando que os outros descansem! 😛
Pensem bem: não parece um ganha-ganha? Adoraria não me preocupar tanto com os olhares de desaprovação de quem não entende o quão difícil pode ser entreter uma criança cheia de energia por 10 horas consecutivas em um espaço de menos de 80cm (por melhor educada que ela possa ser! Rs)! Claro que tudo isso passa pela questão de factibilidade: seria operacionalmente viável?
Em breve vamos soltar um relato completo de como é viajar com uma criança na Primeira Classe da Lufthansa. Aguardem!
E vocês? O que acham da ideia? Segregar ou Não Segregar Bebês e Crianças a bordo?
Obervação do autor: Como pai de 2, tio de 7, amante das crianças e calmo por natureza, sou a favor de que ninguém deixe de viajar por conta dos filhos e, pessoalmente, não me incomodo com o choro e barulho no avião – sempre compreendi a situação (agora que sou pai, ainda mais! rs). No entanto, sei que muitas pessoas se incomodam, especialmente aquelas que pagam uma verdadeira fortuna para ir de Primeira Classe justamente contando em conseguir dormir o voo todo e chegar descansados para uma reunião mega importante – e não acho que devam ser julgados por isso! Ainda assim, esses passageiros sabem que um bilhete de Primeira Classe vem com um risco inerente de que haja não apenas um bebê ou criança chorando ao seu lado; pode haver alguém bêbado que se exalte ou um senhor que ronque mais alto do que o choro agudo do meu bebê! Rs… Como garantir que NADA disso ocorra? 🙂
Pedido do autor: CALMA nos comentários – vamos ter uma discussão saudável.