Hoje vamos abordar um assunto polêmico: a precificação de bebês na LATAM e na Multiplus.
Desde o final de 2015, a LATAM passou a cobrar o mesmo valor da tarifa de adulto para bebês [em passagens pagantes] entre zero e dois anos que viajam na classe executiva. Para que fique claro, a cia exige que o pequeno tenha seu próprio assento e o precifica sem diferenças em relação ao adulto.
Além desta restrição, o site da Latam não permite que os passageiros comprem passagens de executiva com bebês de colo de forma online. Ao informar que se está viajando com um “pequenino”, o site automaticamente retira a opção de busca nas classes “Premium Business” ou “Premium Economy“, vejam:
Simulação de compra de passagem para Miami com bebê no site da LATAM
Segundo o site da cia, a compra desse bilhete deverá ser feita na Central de Vendas, Fidelidade e Serviços ou nas lojas LATAM.
Por experiencia própria, sei que agentes de viagens e algumas OTAs também conseguem emitir.
ITA Matrix
Para conseguir simular o valor da compra e comparar com outras cias, usamos o site ITA MATRIX, que mostra no detalhe as tarifas.
Vejam abaixo que, no caso da LATAM, o valor é praticamente o mesmo entre um bebê e um adulto na classe executiva.
LATAM
A diferença de poucos dólares se refere às taxas aeroportuárias brasileiras.
American Airlines
A American Airlines, parceira da LATAM, cobra um valor substancialmente menor para passagens de bebês em executiva na mesma rota:
Na verdade, o valor cobrado é de apenas 10% do valor da tarifa cheia:
Como é a precificação para passagens de bebês em econômica e executiva no mercado?
A cobrança de 10% do valor da tarifa é praxe no mercado, tanto para classe econômica quanto para executiva. Não somente a American Airlines, mas a Delta, United, Azul, Air Canada, Lufthansa, Swiss, Air France, KLM, Air Europa, Tap, Condor, Alitalia, Iberia, British, Emirates, Qatar, Ethiopian, South African, TAAG, AeroMexico, Avianca, Copa, Aerolineas Argentinas e a BoA – Boliviana de Aviacion tarifam da mesma forma.
A LATAM está sozinha em não permitir que um bebê viaje no colo em suas cabines premium e, por isso, cobra pelo assento que o pequeno irá ocupar!
Cobrança de bebês na Primeira Classe
Até mesmo na Primeira Classe, Lufthansa, TAAG, British, Swiss e Emirates cobram apenas 10% da tarifa de adulto:
Multiplus
A Multiplus não foge à regra da LATAM e também cobra a mesma quantidade que um adulto na emissão de bilhetes para bebês por pontos.
Apesar do site não permitir a emissão deste tipo de passagem online, alteramos manualmente a URL e forçamos a precificação de um bebê. Vejam:
Adultos e bebês são precificados da mesma forma.
A Justificativa da Empresa
Diferente das outras cias aéreas que dão a opção de ou o bebê ir no colo, cobrando apenas 10% do valor do assento, ou ter assento próprio, mediante o pagamento da tarifa cheia, na LATAM o bebê sempre terá um assento, conforme informado no próprio site da Latam:
“Para viajar com uma criança menor de 2 anos na cabine Premium Economy ou Premium Business é preciso pagar tarifa de adulto, uma vez que a criança viajará em assento próprio”.
Em um post de 2015 aqui mesmo no PP, a TAM (hoje LATAM) se posicionou com relação à alteração na cobrança:
“A TAM informa que realizou uma alteração no modelo de cobrança seguindo as práticas de liberdade tarifária que regem o setor.”
Ou seja: por estratégia de precificação, a LATAM opta por cobrar tarifa cheia de bebês.
Comentário
Concordo com a cobrança integral, caso o bebe ocupe um assento, mas acho completamente errado a Latam e a Multiplus não darem a opção dos pais decidirem se querem ou não pagar pelo assento do bebê.
Não entendo por que a Latam quer ir na contramão do mercado e se diferenciar das concorrentes neste quesito, que ao meu ver é bastante negativo – especialmente por ser a única a fazer assim.
Será que a estratégia faz sentido? Será que a receita extra gerada pela venda dos assentos aos bebês menores de 2 anos cobre o dano negativo e o desincentivo que as famílias têm em viajar na executiva da LATAM?
Entendo que bebês podem incomodar outros passageiros, especialmente os executivos que querem dormir, mas não vejo a obrigatoriedade de vender um assento a um bebê como a solução. E obrigar que seja feito via telefone?…
Não entendo.
LATAM e Multiplus, que tal repensar a estratégia?