Devido à restrição de viagens dada por conta da pandemia de coronavírus, o Aeroporto de Brasília irá receber uma média de 21 pousos e decolagens por dia. Esses voos configuram uma redução de mais de 90% no fluxo do 3º maior aeroporto do país em movimentação de passageiros.
As operações que continuarão ativas serão apenas para trechos domésticos. Desde o dia 25 de março, os voos internacionais regulares no terminal brasiliense foram completamente suspensos. Com a brusca redução, o terminal tem oferta de voos para apenas 16 destinos, para as regiões Sudeste, Nordeste e Norte do Brasil.
A acentuada queda na demanda por transporte aéreo de passageiros também resultou no fechamento de parte de uma das salas de embarque do Aeroporto de Brasília. A ala cuja operação está suspensa comporta os portões de 1 a 14. A concessionária ainda estuda a suspensão das operações de uma das pistas de pousos e decolagens.
Essa medida tem por objetivo otimizar a utilização da infraestrutura aeroportuária durante o período de pandemia e mitigar os efeitos econômicos da crise causada pelo COVID- 19. Com isso, muitas lojas do terminal brasiliense encontram-se fechadas temporariamente, mas ainda é possível encontrar serviços essenciais como farmácia e lanchonetes, principalmente nas salas de embarque. A atual crise, inclusive, faz com que o aeroporto, que tem capacidade para operar um voo a cada 56 segundos, receba ao longo de um dia inteiro, o total de voos que teria condições para receber em menos de 30 minutos.
Rotina do aeroporto
Além da queda na movimentação, a rotina no Aeroporto de Brasília mudou. Agora, funcionários do atendimento ao cliente usam máscaras e luvas, e os colaboradores cujas atividades podem ser desenvolvidas fora do Aeroporto estão trabalhando em regime home office. Telas informativas e avisos sonoros alertam sobre os riscos do Covid-19 e as formas de se prevenir. Nos banheiros, comunicados instruem como lavar bem as mãos e nos elevadores novas regras pedem ocupação máxima de três pessoas.
No chão, adesivos alertam para a necessidade de se manter um distanciamento de 2 metros entre pessoas. Há dispensers de álcool gel nas áreas de grande circulação de trabalhadores. A equipe de limpeza intensificou a higienização de balcões de check-in, corrimãos, escadas e esteiras rolantes, totens de autoatendimento e a reposição de sabonete nos 33 banheiros do Aeroporto.
O Centro de Controle Operacional do Aeroporto está monitorando em tempo real voos e usuários. O protocolo de ações, orientado pela Anvisa, é sempre acionado se qualquer suspeita for comunicada. As equipes médicas do terminal estão treinadas para atender os pacientes.
Todas as ações visam mitigar os riscos de contaminação de passageiros e funcionários ao COVID-19.
Medidas administrativas
Como forma de reduzir a exposição ao contágio de seus funcionários, a Concessionária alterou o regime de trabalho para a modalidade de Home Office e promoveu a redução da jornada de trabalho de alguns de seus colaboradores. Além de preservar seus empregados, a medida também tem por objetivo reduzir o número de desligamentos no contexto da grave crise econômica que se segue às políticas de contenção do Covid-19, as quais têm impactado com especial ênfase o setor de transporte aéreo pela queda acentuada na demanda por viagens.
Diante dessa situação, a Concessionária tem adotado medidas para garantir a sustentabilidade da operação do Aeroporto. A empresa promoveu a redução de seu corpo diretivo e instituiu plano de licença voluntária para os funcionários, que continuarão a receber todos os benefícios, dentre outras medidas de contenção de custos.
A Inframerica informa, ainda, que está em contato com as autoridades governamentais em busca de soluções de interesse público para o enfrentamento desta crise.
A importância do aeroporto para a economia do Distrito Federal
Um estudo publicado pela Abear, Associação Brasileira das Empresas Aéreas, revelou que em 2015 a produção do setor do transporte aéreo representou 11% do total da produção do Distrito Federal, com a geração de 737 mil empregos diretos, indiretos e catalisados, o pagamento de R$ 6,5 bilhões em salários nos mais diversos setores da economia local e o recolhimento de R$ 2,7 bilhões a título de impostos. É, portanto, a unidade da federação com maior impacto do modal aéreo sobre a economia local.
A fatia de participação do setor na economia do Distrito Federal é proporcionalmente maior do que aquela verificada em todas as demais capitais do País. A economia produzida pela infraestrutura aeroportuária brasiliense, bem como a produção estimulada aos mais diversos subsetores da economia do DF, faz do setor aéreo distrital um segmento estratégico para a economia local.
Esperemos que a situação se normalize o quanto antes para que as operações no aeroporto sejam retomadas.