Após dois desastres aéreos causados por falhas em aeronaves Boeing 737 MAX, agências de aviação do mundo todo optaram por groundear todas as aeronaves da família. No entanto, a medida acabou afetando não somente a fabricante de aviões, mas também as companhias aéreas que haviam encomendado aeronaves do mesmo modelo.
Entre elas está a American Airlines, que possui 24 MAX em sua frota de aeronaves e não pode operá-los, devido a proibição. O impedimento das operações gera não somente prejuízo para a Boeing, pois não consegue vender aviões do modelo, mas também impede que companhias consigam vender passagens e utilizar os aviões para fazer voos, tendo que cancelar ou diminuir a frequência em algumas rotas.
Pensando nisso, a companhia americana está conversando com a fabricante para que seja feita uma compensação pelos aviões groundeados. A conversa está avançando e a Boeing deu duas opções à American: compensação em dinheiro ou outras formas, como ajuda com treinamento ou peças de reposição.
Desde que a American Airlines teve de cancelar seus voos com o MAX, muitos pilotos e membros da tripulação perderam seus salários. Com isso, caso haja uma compensação monetária, parte do dinheiro deve ser revertido para os funcionários da empresa, conforme disse porta-voz da companhia.
A Boeing já chegou a acordos parciais com outras empresas, como Southwest e a Turkish Airlines. Contudo, nenhum detalhe foi divulgado por nenhuma das duas companhias. A fabricante estimou que o custo eventual pode chegar a US$ 5,6 bilhões ao longo de vários anos, embora muitos analistas acreditem que esse número será muito maior.
Enquanto o MAX não recebe autorização para voar novamente, a Boeing ainda está trabalhando em atualizações de software para evitar a repetição de acidentes na Indonésia e na Etiópia que mataram 346 pessoas. Nos dois casos, um mal funcionamento do sensor acionou o sistema automatizado que empurrou o nariz do avião para baixo.