A exigência de um teste RT-PCR para todas as pessoas que entram no Brasil – incluindo, brasileiros – está completando 259 dias hoje. Quando a Portaria que dispõe sobre essa restrição excepcional foi assinada, havia um total de zero pessoas vacinadas contra a COVID-19 no país. De lá pra cá, 7 a cada 10 brasileiros receberam ao menos uma das doses dos imunizantes disponíveis contra o vírus. Será que ainda faz sentido continuar exigindo PCR para todas as pessoas que entram no país?
Passamos 12 meses sem exigir qualquer tipo de teste para a entrada de brasileiros e estrangeiros em território nacional. Foi assim de janeiro de 2020 (quando houve o primeiro registro de infecção pela COVID-19 no mundo) até dezembro do mesmo ano (quando a Portaria que exige o teste RT-PCR negativo ou não-reagente entrou em vigor).
A verdade é que demoramos a exigir testes e por muito tempo, enquanto grande parte do globo impunha severas restrições de fronteiras, fomos um dos “países mais abertos do mundo”. Agora, o contrário parece estar acontecendo: enquanto diversas nações trocam a exigência do PCR negativo por certificados de imunização, por aqui, nada muda. Nem mesmo com o avanço da vacinação e a significativa redução no número de mortes causadas pela COVID-19.
Em dezembro (novamente, quando a Portaria que exige o teste RT-PCR entrou em vigor) o brasileiro não tinha acesso a nenhuma das vacinas hoje aprovadas pela Anvisa (que são quatro, no total). Nove meses depois, 142 milhões de pessoas receberam ao menos uma das doses dos imunizantes – o que corresponde a 67% da população. E 72 milhões de pessoas receberam as duas doses dos imunizantes – o que corresponde a 34% da população. Em paralelo, o gráfico de mortes no Brasil entrou em queda vertiginosa (com um leve pico em junho).
O consórcio de veículos de imprensa disse ontem (13) que o Brasil registrou a menor média móvel de casos de COVID-19 desde maio de 2020.
Segundo a IATA (Associação Internacional de Transporte Aéreo), temos um dos testes RT-PCR mais baratos do mundo – o que é positivo para quem viaja para o exterior. O problema, está no retorno. Os proibitivos custos pelos testes em países como a Alemanha, Egito, Espanha e Suíça – todos abertos para passageiros provenientes do Brasil – podem aumentar [e muito] o custo do retorno da volta pra casa. E prejudica a vinda de estrangeiros para o país.
Não seria o alto número de vacinados e a redução no número de mortes suficientes para essa Portaria que exige testes RT-PCR, cair? Não poderia o certificado gerado pelo ConecteSUS substituí-los? Não seria mais prático exigir testes somente para pessoas não-vacinadas? Até quando vamos precisar arcar com este custo?
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