O ano de 2024 foi desafiador para a Boeing, que entregou 348 aviões comerciais, um número significativamente menor que os 766 da Airbus no mesmo período. Apesar de enfrentar obstáculos como uma greve prolongada e problemas técnicos, a fabricante americana conseguiu fechar o ano com um volume significativo de pedidos, especialmente em dezembro. Confira mais detalhes!
Desempenho de 2024 e pós-greve
Em 2024, a Boeing enfrentou desafios significativos, incluindo uma greve de 52 dias dos trabalhadores da IAM (International Association of Machinists and Aerospace Workers), que impactou fortemente a produção. A greve do sindicato, que durou de setembro a novembro, contribuiu para uma redução nas entregas no quarto trimestre, com apenas 57 aeronaves entregues, em comparação com as 116 do trimestre anterior.
Ao longo do ano, a Boeing entregou 348 aviões, uma queda significativa em relação às 528 entregas de 2023. O 737 MAX teve 265 unidades entregues, contra 396 no ano anterior. O 767F também registrou uma queda, com 18 entregas, frente às 32 de 2023. O modelo 777F teve 14 entregas, bem abaixo das 26 do ano passado, enquanto o 787 teve 51, contra as 73 em 2023.
Além da greve, problemas técnicos, como o incidente com a “door plug” (falha em uma porta durante o voo), reforçaram a necessidade de melhorar segurança e qualidade.
Enquanto isso, a Airbus, principal concorrente, entregou 766 aviões em 2024, evidenciando a diferença entre as duas empresas. Para competir, a Boeing precisa estabilizar sua cadeia de suprimentos e aumentar suas entregas, especialmente com a Airbus mirando a marca de 800 unidades em 2025.
Um mês de dezembro promissor
Apesar das entregas reduzidas, a Boeing encerrou o ano positivamente em termos de pedidos. Em dezembro, a empresa recebeu 142 novas encomendas, sendo 103 para o 737 MAX, com destaque para a Pegasus Airlines, que adquiriu 100 unidades do modelo 737 MAX 10. A American Airlines e outros clientes não identificados também contribuíram para a demanda pelo 737 MAX.
A retomada da produção do 737 MAX em dezembro, juntamente com os pedidos contínuos para os modelos 787 e 777, demonstra que há confiança no mercado. A fusão com a Spirit AeroSystems, prevista para 2025, deverá melhorar o controle sobre a qualidade da produção e a eficiência da cadeia de suprimentos.
Perspectivas para 2025
A Boeing projeta 2025 como um ano de recuperação, focando em estabilizar sua produção e resolver os desafios enfrentados em 2024. Sob a liderança de Kelly Ortberg e Stephanie Pope, a empresa tem reforçado sua ênfase em segurança e qualidade, visando evitar problemas como o incidente do “door plug“.
A divulgação dos resultados financeiros de 2024, prevista para janeiro, dará uma visão mais clara sobre os avanços da Boeing. Enquanto isso, a Airbus, que anunciará seus números em fevereiro, parece estar em uma posição mais forte para 2025. A Boeing precisará trabalhar para recuperar a confiança do mercado e aumentar suas entregas.
Comentário
Apesar dos desafios de 2024, a Boeing mostrou resiliência ao fechar o ano com grandes pedidos, preparando o caminho para uma recuperação em 2025. A fusão com a Spirit AeroSystems e o foco na qualidade são passos importantes para que a empresa possa competir de forma mais equilibrada com a Airbus.
Se conseguir estabilizar sua cadeia de suprimentos e produção, a Boeing tem tudo para superar os problemas do ano passado e começar uma nova fase de crescimento.
Para mais informações, confira aqui o relatório completo da Boeing em 2024.