O Brasil dará um passo decisivo rumo à descarbonização da aviação a partir de 2027, quando o combustível sustentável de aviação (SAF) começará a ser disponibilizado em escala comercial. A previsão foi apresentada por especialistas durante o painel “Céu e Mar: desafios para as bioenergias”, realizado na FenaBio, dentro da 31ª Fenasucro & Agrocana, em Sertãozinho/SP.
“Hoje, as aeronaves só podem voar com 50% de SAF. Mas, a boa notícia é que não será necessário modificar os aviões. Com os testes, vamos garantir segurança e viabilizar a descarbonização na aviação”, afirmou Tarcísio Soares, International & Strategy Manager da Airbus.
Marco legal e metas de uso
O marco legal do Combustível do Futuro prevê que, já em 2027, as companhias aéreas domésticas utilizem um percentual mínimo de 1% de SAF, aumentando gradualmente até 10% em 2037. Para atingir essa meta, o Brasil terá que produzir 1,1 bilhão de litros do biocombustível ao longo dos próximos dez anos.
Para Felipe da Cunha Siqueira, especialista da Firjan, o Rio de Janeiro tem papel central na consolidação do SAF no Brasil. “Com políticas públicas adequadas e investimentos, podemos nos tornar referência global”, afirmou, lembrando que o Galeão já recebeu SAF importado para testes.
Investimentos em larga escala
Entre os projetos anunciados, a Acelen Renováveis destacou um investimento de US$ 3 bilhões para a produção de SAF e HVO (óleo vegetal hidrotratado) a partir da macaúba, com início das operações previsto para o primeiro trimestre de 2028.
“Será um projeto em larga escala, com capacidade para ultrapassar a demanda interna e exportar 80% para Europa e Estados Unidos”, explicou Luiz de Mendonça, CEO da Acelen Renováveis.
Comentário
A expectativa é que a produção nacional ganhe força com novos projetos, incentivos e inovação tecnológica, posicionando o Brasil como um futuro fornecedor global de energia limpa para o transporte aéreo e marítimo.
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