O RIOgaleão, que opera o Aeroporto Internacional Tom Jobim (GIG), apresentou às autoridades federais o pedido de relicitação da concessão aeroportuária. Uma vez aprovado, seguindo a legislação vigente, uma outra concessionária ficará definida em novo leilão que será lançado pelo governo federal.
Pedido de relicitação
De acordo com a concessionária, desde que assumiu em 2014, o RIOgaleão ampliou a capacidade do aeroporto, aprimorou sua operação, construiu um novo píer (extensão do Terminal 2) e proporcionou melhorias fundamentais ao serviço em tempo recorde para os Jogos Olímpicos Rio 2016.
O RIOgaleão culpou as crises enfrentadas pelo país pela sua saída do aeroporto: “No entanto, o Brasil sofreu uma profunda recessão econômica de 2014 ao início de 2016, quando o PIB encolheu aproximadamente 3,5% a.a em dois anos consecutivos. Além disso, a queda na demanda global por commodities provocou um fraco crescimento econômico do país durante a fase de pós-recessão, período em que o tráfego total de passageiros no país caiu cerca de 7%. Já em 2020, quando o setor aéreo mal havia se recuperado ao nível de 2013, a pandemia de Covid-19 provocou uma queda de 90% do número de voos no Brasil e enfraqueceu ainda mais as condições de operação do aeroporto. Em 2020 e 2021, o governo federal atuou de forma diligente no apoio ao setor de aviação civil. A recuperação, no entanto, foi lenta e o Covid-19 continuará afetando a indústria da aviação nos próximos anos.”
Entre os marcos significativos da gestão do RIOgaleão desde de 2014, estão:
- O GIG foi o aeroporto anfitrião dos Jogos Olímpicos de 2016, com grandes melhorias em suas ofertas comerciais, incluindo novos lounges e a introdução das primeiras lojas duty-free “walking through” do Brasil. O aeroporto foi amplamente reconhecido pelos viajantes e pela opinião pública por suas operações aeroportuárias eficientes e pela qualidade dos serviços oferecidos.
- A excelência operacional do aeroporto também foi reconhecida pela ANAC e por players do setor. O RIOgaleão alcançou as melhores pontuações em pesquisas anuais de serviço operacional e de passageiros e recebeu vários prêmios de empresas de credenciamento de aviação, como OAG, Skytrax e Airports Council International. Durante a pandemia, o aeroporto também foi o primeiro do Brasil a ganhar o selo do World Travel & Tourism Council por suas medidas para proteger a segurança dos passageiros e da comunidade aeroportuária.
- O GIG também fez avanços significativos em suas operações de carga. Em 2017, tornou-se o primeiro aeroporto da América do Sul a conquistar a certificação CEIV Pharma concedida pela IATA. Isso posicionou o GIG como um importante parceiro logístico na cadeia de suprimentos farmacêuticos e a principal porta de entrada desse tipo de produto na América Latina.
- O aeroporto passou a oferecer um armazém logístico de 8.000 metros quadrados de grau ‘A’, consolidando ainda mais sua posição como um importante centro de carga. Pioneiro no Brasil, o armazém atende a logística de importação e exportação em um só lugar, com maior nível de segurança e menor tempo de processamento. Até 2019, o Aeroporto Internacional Tom Jobim havia aumentado significativamente sua participação no mercado de mercadorias importadas com destino ao estado do Rio de Janeiro, ante 67% em 2013, antes da privatização.
Novo leilão conjunto com o Aeroporto Santos Dumont
A decisão da empresa Changi de devolver à União a gestão do Aeroporto Internacional Tom Jobim, o Galeão (RJ), abriu caminho para o Governo Federal, por meio do Ministério da Infraestrutura, relicitar o ativo em conjunto com o Aeroporto Santos Dumont em 2023. Desta forma, a sétima rodada de concessões aeroportuárias, prevista para ocorrer até junho deste ano, será alterada para a retirada do terminal da capital fluminense e para o lançamento de três blocos.
O anúncio ocorreu na noite desta quinta-feira (10), durante entrevista coletiva à imprensa, pelo ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas. “Como estamos criando uma oitava rodada, teremos agora um mesmo operador para Galeão e Santos Dumont. Isso resolve uma série de questões e tira da frente uma série de preocupações que estavam sendo manifestadas pelo setor produtivo do Rio”, afirmou.
Após tratativas com o governo do Rio de Janeiro e com a retirada do Santos Dumont da sétima rodada de concessões aeroportuárias, o Ministério da Infraestrutura vai reorganizar a divisão dos 15 aeroportos a serem ofertados na disputa. Agora, serão três blocos, assim organizados:
- Bloco SP/MS/PA/MG: Formado pelos aeroportos de Congonhas (SP), Campo Grande (MS), Corumbá (MS), Ponta Porã (MS), Santarém (PA), Marabá (PA), Carajás (PA), Altamira (PA), Uberlândia (MG), Uberaba (MG) e Montes Claros (MG). O investimento previsto é de R$ 5,889 bilhões. Outorga inicial: R$ 255 milhões;
- Bloco Aviação Geral: Integrado pelos aeroportos de Campo de Marte (SP) e Jacarepaguá, no Rio de Janeiro (RJ), o lote tem R$ 560 milhões em investimentos previstos. Outorga inicial: R$ 138 milhões;
- Bloco Norte II: Formado pelos terminais aéreos de Bélem (PA) e Macapá (AP), tem R$ 875 milhões em investimentos previstos. Outorga inicial: R$ 57 milhões.
O secretário-executivo do MInfra, Marcelo Sampaio, acrescentou que a concessão traz sinergia ao Rio de Janeiro e a possibilidade de grande interesse por parte dos investidores – especialmente estrangeiros – neste novo bloco. “O ministro Tarcísio fez roadshow ano passado e há alto interesse dos investidores estrangeiros. Com certeza teremos muitos interessados nas concessões e leilões bem disputados”, disse.
Além do Galeão, passam por processos de relicitação os aeroportos de São Gonçalo do Amarante, em Natal (RN), e de Viracopos, em Campinas (SP).
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