Na noite de quarta-feira (11), o Aeroporto Internacional de São Paulo (GRU), em Guarulhos, teve suas operações de pousos e decolagens interrompidas devido à presença de drones na área. A paralisação durou 46 minutos, causando o cancelamento de seis voos e impacto em outros 35, segundo a concessionária GRU Airport, responsável pela administração do terminal.
Operações interrompidas e cancelamentos
Um alerta foi acionado às 22h42, quando a torre de controle recebeu o primeiro relato de presença de drones. A GRU Airport, concessionária que administra o aeroporto, confirmou que as operações foram suspensas por um total de 46 minutos, com liberação parcial às 23h17 e nova paralisação às 23h28, por mais 11 minutos. A retomada definitiva ocorreu por volta das 23h40.
A GRU Airport informou que acionou imediatamente as autoridades competentes e que as operações no aeroporto já foram normalizadas. A concessionária também alertou que o uso de drones nas proximidades do aeroporto representa um sério risco à aviação e à segurança das pessoas.
Um dos canais que acompanha a rotina do aeroporto, o Aviação Guarulhos JPD, divulgou em vídeo os áudios da torre de controle alertando os pilotos sobre os drones avistados.
O helicóptero Águia, da Polícia Militar, foi acionado para verificar a ocorrência, mas não encontrou nenhum drone na área de pousos. Ainda assim, como medida de segurança, as operações permaneceram suspensas até a confirmação de que o espaço aéreo estava seguro.
Impacto nos voos e para os passageiros
Segundo a GRU Airport, durante o episódio de ontem, seis voos foram cancelados e outros 35 sofreram impactos.
A LATAM informou que mais de 20 de seus voos, com origem ou destino em Guarulhos, foram impactados. Em nota, afirmou repudiar a situação, ‘fora de seu controle’, e garantiu que está prestando assistência aos passageiros conforme a Resolução 400 da Anac:
“A LATAM Airlines Brasil informa que mais de 20 voos da companhia com origem ou destino no Aeroporto de Guarulhos foram impactados nesta quarta-feira (11/06), após a suspensão das operações de pouso e decolagem devido à presença de drones. A companhia repudia e lamenta a situação, totalmente alheia à sua responsabilidade, e reforça que a segurança de seus passageiros e funcionários é prioridade em todas as suas operações. A LATAM está prestando toda a assistência necessária aos passageiros afetados, conforme previsto na Resolução 400 da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac).”
A GOL cancelou dois voos e precisou alternar outros 10 para aeroportos próximos. Veja a nota completa da companhia:
“A GOL informa que, em razão da suspensão temporária de pousos e decolagens no Aeroporto de Guarulhos na noite de quarta-feira (11) — por conta de um evento alheio ao controle da Companhia — dois voos precisaram ser cancelados e outros 10 foram alternados para aeroportos próximos. Grande parte dessas aeronaves alternadas seguiu novamente para Guarulhos após reabastecimento e normalização das operações no Aeroporto. Todos os Clientes impactados estão recebendo as facilidades previstas na Resolução 400 da ANAC, conforme suas necessidades. A Companhia reforça que todas as medidas adotadas priorizaram a Segurança, valor número 1 da GOL.”
Já a Azul relatou que dois de seus voos foram alternados. A companhia também se manifestou em nota:
“A Azul informa que, devido à suspensão momentânea das operações de pouso e decolagem no Aeroporto de Guarulhos (SP), na noite de ontem, dia 11, o voo AD2774 (Cuiabá-Guarulhos) precisou alternar para Ribeirão Preto, onde abasteceu e retornou pra São Paulo. Já o voo AD6073 (Belém-Guarulhos) alternou para Viracopos, onde ocorreu o desembarque dos Clientes. A Azul lamenta eventuais inconvenientes e ressalta que medidas como essa são necessárias para conferir a segurança de suas operações, valor primordial para a companhia.”
Durante a madrugada, passageiros ainda tentavam remarcar passagens ou eram realocados para voos programados para a manhã de hoje.
Comentário
Incidentes com drones têm se tornado um desafio crescente para a segurança da aviação. Mesmo sem confirmação visual imediata, a simples suspeita já exige a paralisação das operações, o que é compreensível, considerando os riscos envolvidos. No caso de Guarulhos, felizmente, houve uma resposta rápida e coordenada entre a torre de controle e as autoridades.
Ainda assim, fica cada vez mais claro que precisamos de regulamentações mais rigorosas e de tecnologias eficazes para identificar e neutralizar drones em áreas restritas.