As restrições de voos implementadas no Aeroporto Internacional de Newark, em Nova Jersey, permanecerão em vigor até pelo menos junho, segundo anunciou a Administração Federal de Aviação dos Estados Unidos (FAA). A decisão ocorre após uma série de falhas técnicas e problemas que afetaram a segurança e a operação do tráfego aéreo na região nas últimas semanas.
Restrições de voos em Newark
Desde o dia 28 de abril, quando controladores de tráfego aéreo perderam temporariamente o sinal de radar e comunicação por rádio, a FAA limitou a quantidade de pousos e decolagens no aeroporto a 28 por hora. As falhas nos sistemas de radar e comunicação ocorreram em pelo menos quatro ocasiões no último mês.
Em duas delas, os controladores chegaram a ficar até 90 segundos sem contato visual ou por rádio com as aeronaves em operação nos arredores do aeroporto. Uma terceira falha foi registrada em 11 de maio, mas o sistema de backup funcionou. Já uma quarta interrupção, no início desta semana, afetou as comunicações por apenas dois segundos.
A decisão de diminuir o número de pousos e decolagens no aeroporto de Newark também foi necessária após cerca de sete controladores entrarem em licença médica, reduzindo ainda mais a capacidade do centro de controle.
A expectativa é de que, com a conclusão de obras em uma das pistas do aeroporto e o retorno dos profissionais afastados, o limite possa ser elevado para 34 pousos e 34 decolagens por hora a partir de junho.
Antes das falhas, o aeroporto operava com uma média de 38 a 39 voos por hora.
Novas tecnologias em Newark
Apesar das limitações, a FAA afirma que tem adotado medidas para mitigar os impactos técnicos. Atualizações de software e a instalação de novos cabos de fibra óptica contribuíram para manter o radar funcionando. No entanto, a construção de um novo sistema de radar no centro de controle da Filadélfia pode levar meses e acabar não eliminando completamente a vulnerabilidade da infraestrutura atual.
O secretário de Transportes, Sean Duffy, anunciou recentemente um plano bilionário para modernizar todo o sistema de controle de tráfego aéreo dos Estados Unidos. Um projeto de lei que tramita na Câmara dos Deputados prevê um investimento inicial de US$ 12,5 bilhões (aproximadamente R$ 71,8 bi)— valor considerado apenas um ponto de partida pelas autoridades.
“O nosso objetivo é reduzir os transtornos ao público causados por atrasos excessivos, decorrentes de obras, desafios de pessoal e falhas técnicas recentes, que se propagam por todo o Sistema Nacional de Espaço Aéreo”, declarou Chris Rocheleau, administrador interino da FAA.
Companhias aéreas em Newark
As dificuldades enfrentadas em Newark destacam a necessidade urgente de reformas estruturais no sistema nacional de controle aéreo, que ainda depende de infraestrutura obsoleta, como cabos de cobre antigos que falharam repetidamente nas últimas semanas.
Com as restrições, as companhias aéreas que operam por lá deverão ajustar suas programações para se adequar aos novos limites de pousos e decolagens do aeroporto. A redução de voos, em contrapartida, já tem resultado em menos cancelamentos e atrasos.
Dentre as companhias que mais sofreram com a redução do número de pousos e decolagem, destaca-se a United Airlines, que tem Newark como um de seus hubs mundiais. Segundo a Reuters, desde que as restrições ao espaço aéreo começaram, mais de 9.000 voos domésticos e internacionais da companhia – cerca de 26% dos programados em sua rede – precisaram ser alterados.
Devido aos problemas em operar voos para Newark, a United está oferecendo flexibilidade na alteração dos voos. Sem cobrar taxas para o passageiro fazê-lo.