Autoridades da Arábia Saudita negaram rumores de que o país estaria prestes a derrubar a proibição ao consumo de álcool. A notícia ganhou repercussão internacional e gerou intenso debate nas redes sociais dentro do país, que é o berço do Islã e onde o álcool é proibido para muçulmanos há 73 anos. Atualmente, a Arábia Saudita e o Kuwait são os únicos países do Golfo que mantêm a proibição total à comercialização de bebidas alcoólicas.
Algumas mudanças notáveis na Arábia Saudita
Apesar da negativa sobre a liberação geral do álcool, um pequeno avanço foi registrado em 2023, quando a Arábia Saudita autorizou a abertura da primeira loja de bebidas alcoólicas em Riad, voltada exclusivamente para diplomatas não muçulmanos. Antes disso, o acesso ao álcool era restrito a canais diplomáticos ou ao mercado clandestino.
Embora tenha mantido a proibição ao álcool, o Reino tem adotado uma série de reformas sociais e econômicas nos últimos anos, lideradas pelo príncipe herdeiro Mohammed bin Salman. Entre as mudanças estão o fim da proibição para mulheres dirigirem, a flexibilização da segregação de gênero em espaços públicos e a redução da influência da polícia religiosa.
Como parte da iniciativa Visão 2030, o governo busca diversificar a economia e reduzir a dependência do petróleo, promovendo o turismo e atraindo investidores estrangeiros. Com isso, eventos antes impensáveis no país passaram a ocorrer, como festivais de música no deserto, desfiles de moda e sessões de cinema.
O rei saudita, que também detém o título de Guardião das Duas Mesquitas Sagradas — referência a Meca e Medina, os locais mais sagrados do Islã —, continua sendo uma figura central em temas sensíveis como esse. A repercussão do rumor mostra como a questão do álcool ainda é delicada na sociedade saudita, mesmo diante de um processo de abertura gradual.
Comentário
Na manhã de ontem, diversos jornais e blogs internacionais postaram sobre uma possível permissão de consumo de álcool na Arábia Saudita – como plano para atrair turistas visando melhorar sua reputação para a Copa do Mundo de 2034. No Brasil, o PP foi o primeiro site a dar a informação, inclusive citando fontes internacionais.
Contudo, de acordo com a informação divulgada hoje pela Reuters, não se passava de um rumor e o banimento segue vigente.
Fonte: Reuters