A KLM anunciou que irá operar uma rota entre o Aeroporto de Amsterdã/Schiphol (AMS) e o Aeroporto de Sydney (SYD) que trará quase 2.000 viajantes holandeses para casa nos próximos dias.
Em um esforço para repatriar cidadãos holandeses, a KLM irá operar esses vôos em colaboração com o Ministério de Relações Exteriores holandês. Nas últimas semanas, a KLM já trouxe dezenas de milhares de viajantes de todo o mundo para casa.
Segundo o Diretor de Operações da companhia, René de Groot, “esses voos são muito especiais na história da KLM. Temos um forte relacionamento com a Austrália desde 1950, pois o país é um destino valioso em nossa rede há mais de 50 anos. Agora é a primeira vez em 20 anos que uma aeronave da KLM aterrissa no Aeroporto de Sydney”.
Parada na Malásia
O voo KL827 operado por um B777-200ER que partiu de AMS às 20h50 do dia 02 é o primeiro de uma série de seis vôos de repatriação que irão voar entre Amsterdã/Schiphol e a Austrália entre os dias 6 a 10 de abril. O trajeto será feito com uma parada para reabastecimento no aeroporto de Kuala Lumpur. Espera-se que os passageiros que fazem o serviço Sydney-Amsterdã permaneçam na aeronave durante a parada, o que totalizará cerca de 23 horas de viagem no total.
Os passageiros que fizerem esse vôo da Austrália serão cobrados uma taxa fixa de € 900 (cerca de R$ 5.140). No entanto, esse valor poderá ser pago após a viagem, se necessário. Cidadãos e residentes holandeses têm prioridade na reserva de assentos nesses voos, no entanto, “pessoas não holandesas”, como outros cidadãos da União Europeia, também podem viajar nos serviços de repatriamento da KLM da Austrália, caso haja assentos disponíveis. A aeronave deve ir para a Oceania apenas com os tripulantes a bordo, ou seja, não foi anunciado um plano de repatriação de cidadãos australianos que estejam na Holanda.
Depois do período estipulado para os voos, a companhia contará com sua parceira Malaysia Airlines para pegar os holandeses da Austrália e leva-los para Kuala Lumpur, de lá eles serão transferidos para um voo da KLM para Schiphol, que continua operando normalmente quatros vezes por semana.
50 anos
Antes da Segunda Guerra Mundial, era desejo da KLM voar diretamente para o continente australiano, mas demorou um pouco antes de se tornar realidade. Com a corrida aérea entre Londres e Melbourne que aconteceu em 1934 (chamada de MacRobertson Trophy Air Race) a companhia aérea viu que era capaz de percorrer uma distância tão longa com segurança. Mas os direitos de operação nunca vieram.
Voando para a Austrália em 3 dias e meio
Em 7 de dezembro de 1950, a KLM finalmente realizou um voo de passageiros para Sydney pela primeira vez. Naquela época, eram necessários três dias e meio para realizar o trajeto. A companhia aérea continuou indo e voltando para Sydney por 50 anos, até que a parceria com o Malaysian Air System, hoje Malaysia Airlines, foi ampliada. A KLM expandiu o número de voos para Kuala Lumpur e passou a contar com a parceira para trazer passageiros em conexão de vários destinos na Austrália e na Nova Zelândia.
Toda essa situação do coronavírus tem gerado algumas rotas aéreas bem interessantes de se ver. E você, encararia 23 horas de viagem assim?