Por que os gerentes dos hotéis deveriam vivenciar na prática à rotina de um PCD por 1 dia?

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Por Felipe Alimari

Oi, pessoal! Para quem ainda não me conhece, meu nome é Luis Felipe Alimari e faço parte da equipe do PP. Hoje eu vim falar para vocês o porquê os gerentes dos hotéis deveriam vivenciar na prática à rotina de um PCD por 1 dia.

Toda vez que viajo, antes de abrir a porta do meu quarto, eu respiro, faço uma oração e peço que de tudo certo, conforme o planejado.

Para nós PCD’s, os Estados Unidos é uma referência, principalmente em acessibilidade. Então, quando nós viajamos para lá a expectativa é alta! Sendo assim, tratando-se de Estados Unidos, eu não deveria ter que fazer isso, mas, acredite, já passei bastante perrengue por lá também, principalmente nos quartos onde colocam banheiras para cadeirantes… Então, imagine como deve ser nos países menos desenvolvidos onde a legislação e normas não são aplicadas corretamente. 😊

Nos EUA, o Americans with Disabilities Act (ADA) deve fornecer diretrizes e requisitos legais que os hotéis precisam seguir para garantir que os hóspedes com deficiência estejam confortáveis. Por exemplo, a ADA especifica medidas para larguras de portas e alturas de vasos sanitários, além de cubas. Ainda, orienta quantos quartos acessíveis e vagas de estacionamento um hotel deve ter, assim como também ajuda a garantir que todas as áreas públicas do hotel, incluindo piscinas, sejam acessíveis.


Uma pequena oração

Então, por que eu, mesmo em um país tão desenvolvido, acabo fazendo uma pequena oração antes de entrar em cada quarto de hotel que reservei, esperando que a definição de “acessível” seja a mesma que a minha? Porque a grande maioria dos gerentes de hotel, arquitetos e designers de interiores desconhece por absoluto as reais necessidades do nosso dia a dia como PCD’s!

Uma coisa que as pessoas não entendem é o fato de que os cadeirantes não têm as mesmas necessidades, pois existem diversos tipos de patologia – e, com isso, tipos de necessidades diferentes. Infelizmente, as pessoas se baseiam somente nos cadeirantes que conseguem fazer tudo sozinho. Por exemplo: eu preciso de ajuda para quase tudo, então a necessidade do cadeirante que se movimenta sozinho é diferente da minha.

Às vezes, as camas são muito baixas para eu me transferir e, muitas vezes, não há espaço abaixo delas para deslizar um dispositivo de tecnologia assistiva que auxilia na transferência. A maioria dos chuveiros é um conjunto de aventuras: em muitos momentos, os hotéis não têm a ducha, o que para nós é muito importante, e o alagamento dos banheiros é comum, visto que a grande maioria não possui box, mas apenas uma cortina que, na maior parte das vezes, não serve para nada.

Não é comum encontrarmos torneiras de chuveiro, chuveiros e saboneteiras acessíveis a partir de uma posição sentado na cadeira de banho. É praticamente impossível de alcançar os puxadores das cortinas por móveis extremamente pesados ​​e mal colocados. Encontrar tomadas elétricas convenientemente localizadas onde se possa carregar a cadeira de rodas elétrica também pode ser uma tarefa muito difícil.

Quando eu me deparo com essas situações, sempre peço ao gerente do hotel que visite meu quarto para que possa apontar as alterações que podem ser feitas. Muitas vezes, o gerente é impotente para fazer qualquer coisa porque a autorização para grandes mudanças estruturais deve ser feita em nível de sede. No entanto, eles podem fazer coisas como: camas mais baixas/altas dependendo da situação, mover ou remover móveis, alterar a colocação de saboneteiras ou adicionar espelho móvel, pois, como já falei diversas vezes nos meus posts, nós PCD’s também somos vaidosos. 😊

Pessoalmente, acredito que a melhor maneira dos gerentes de hotel entenderem de uma forma mais clara e o objetiva os obstáculos enfrentados por nós, hóspedes com deficiência, seria eles vivenciarem na prática os desafios que os PCD’s enfrentam no dia a dia. Eu adoraria ver os gerentes de hotel, por exemplo, em uma cadeira de rodas por 24 horas, como hóspedes, em um quarto acessível em seus próprios hotéis.

Se simulassem da melhor maneira possível a perda completa de movimentos dos membros superiores/inferiores e tentassem tomar banho, dormir e manobrar a cadeira em seu quarto e ao redor da propriedade do hotel, iriam notar, por exemplo, como os dispensers de sabonete ou papel toalha nos banheiros do lobby são muito altos. Ou como seria difícil de alcançar certos alimentos no buffet de café da manhã ou como teriam dificuldade para se barbear porque não podem ver seus rostos corretamente no espelho do banheiro (sendo do sexo masculino como eu).

#PraTodoMundoVer: vista do espelho do banheiro


Comentário

Esta não é uma solução mágica para todos os problemas de acessibilidade em hotéis. No entanto, é uma ótima maneira de espalhar a conscientização e a educação entre os gerentes das redes hoteleiras, e, possivelmente, evitar ter que ouvir repetidamente a resposta rotineira: “Ah, não pensei nisso”.

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