Qual a melhor opção para compras internacionais após o aumento do IOF?

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Por Ana Zacaron

Conforme publicamos aqui no PP, o Governo Federal anunciou o aumento de alíquotas do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) para até 3,5%, impactando diretamente diversas operações, tais como compras internacionais com cartões de crédito, contas globais e a compra de moeda em espécie. Tal cenário reacende uma dúvida entre os viajantes: vale mais a pena usar o cartão de crédito, ou recorrer a contas globais para compras em moeda estrangeira? Nesta matéria, preparamos um comparativo completo para te ajudar a entender os custos envolvidos e descobrir qual alternativa oferece mais economia nas compras após o aumento do IOF. Confira!

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Entenda a mudança

Na semana passada, o Governo Federal anunciou o aumento das alíquotas do IOF — Imposto sobre Operações Financeiras. As mudanças impactam três frentes principais: seguros, crédito para empresas e operações de câmbio.

No caso do câmbio, a nova regra estabelece uma alíquota única de 3,5% para diferentes modalidades, como compra de moeda estrangeira em espécie, remessas internacionais e compras no exterior com cartão de crédito ou cartões pré-pagos. Ou seja, o custo nessas operações — que antes, em alguns casos, chegava a 0,38% — agora pode ser quase dez vezes maior, dependendo do tipo de transação. Confira abaixo como ficou a tributação em cada uma dessas operações:

  • Compras internacionais com cartão de crédito ou pré-pagos: 3,5%
  • Compra de moeda estrangeira em espécie: 3,5%
  • Remessas ao exterior: 3,5%
  • Remessas ao exterior destinada à investimentos: 1,1%

Além disso, a nova medida revoga a regra que previa a redução gradual do IOF sobre compras internacionais com cartão de crédito, sancionada em 2022. Pelo cronograma anterior, a alíquota seria reduzida progressivamente ano a ano até ser completamente zerada em 2028 — o que tornaria o uso do cartão de crédito mais competitivo para transações no exterior. Agora, tal isenção foi cancelada, e o imposto permanece em vigor, impactando diretamente quem costuma utilizar o cartão para compras internacionais.

Para consultar nossa matéria completa sobre o assunto, clique aqui.


Ranking do custo total do dólar nas compras internacionais

Na tabela abaixo, reunimos um comparativo do total do dólar entre os principais bancos e contas globais disponíveis no mercado, detalhando os custos envolvidas em cada operação — como IOF e spread cambial, bem como benefícios adicionais oferecidos por cada cartão ou instituição que podem impactar no Custo Efetivo Total. O objetivo é te ajudar a tomar uma decisão mais informada sobre qual opção utilizar em compras internacionais — seja durante uma viagem ao exterior, seja em compras online em sites estrangeiros.

InstituiçãoSpreadIOFCusto totalBenefícios Extras
Crypto.com (cartão global)0,8%0,38%1,18%Cashback de até 8% em compras a depender da versão do cartão
Astropay (conta global)1,5%0%1,5%5% de cashback em compras presenciais, limitado a R$ 300 mensais
Revolut (conta investimento)0,60%1,10%1,70%
Avenue (conta investimento)1,95%0,38%2,33%IOF especial de 0,38% até 30/05. Spread reduzido de acordo com o volume de remessa, chegando até 0,5%
C6 Bank (conta investimento)1,5%1,10%2,60%Spread diferenciado de acordo com o volume de remessa: 1,50% para valores abaixo de US$ 9.999,99, 1,25% para valores entre US$ 10.000,00 e 50.000,00 (dólar e euro) e 1,0% para valores a partir de US$ 50.000,01
Nomad (conta investimento)2,00%1,10%3,10%Spread reduzido de acordo com o volume de remessa, chegando até 1%
Mercado Pago0,003,50%3,50%Até 5% de cashback no Mercado Livre e 0,6% em outras lojas e sites
Sisprime0%3,50%3,50%Acúmulo de pontos
Sicoob0%3,50%3,50%Acúmulo de pontos e até 40 dias para pagamento da fatura
Unicred0%3,50%3,50%Acúmulo de pontos e até 40 dias para pagamento da fatura
Banese0%3,50%3,50%Acúmulo de pontos e até 40 dias para pagamento da fatura
Cresol0%3,50%3,50%Acúmulo de pontos
Uniprime0%3,50%3,50%Acúmulo de pontos
Caixa (cartões da bandeira Visa)4,00%0,00%4,00%Acúmulo de pontos, até 40 dias para pagamento da fatura e e devolução do IOF em cashback na fatura até 31/12/2025
Revolut (conta global)0,60%3,50%4,10%
Wise (conta global)0,81%3,50%4,31%Primeira transferência sem spread, limitado a 500 GBP (ou o equivalente em outra moeda).
Santander (conta Global)0,81%3,50%4,31%
C6 Bank (conta global)0,90%3,50%4,40%Spread diferenciado de acordo com o volume de remessa: 0,90% para valores entre 20 e 999,99 (dólar e euro), 0,85% para valores entre 1.000 e 4.999,99 (dólar e euro) e 0,75% para valores a partir de 5.000 (dólar e euro)
Sicredi1,00%3,50%4,50%Acúmulo de pontos e até 40 dias para pagamento da fatura
Porto Bank4,99%0,00%4,99%Acúmulo de pontos e devolução do IOF em cashback na fatura, limitado a R$ 50 mil mensais, até 40 dias para pagamento da fatura
Banco do Brasil (cartões Infinite/Black/Nanquim4,00%1,1%%5,10%Acúmulo de pontos e IOF especial, exclusivo para os cartões Visa Infinite, Mastercard Black, Elo Nanquim e Elo Diners
Nomad (conta Global)2,00%3,50%5,50%Spread reduzido de acordo com o volume de remessa, chegando até 1%
Banrisul3,00%3,50%6,50%Acúmulo de pontos e até 40 dias para pagamento da fatura
BTG Pactual (Black e Ultrablue)6,00%1,1%%7,10%Acúmulo de pontos e devolução parcial do IOF em cashback na fatura
Banestes4,00%3,50%7,50%Acúmulo de pontos e até 40 dias para pagamento da fatura
BV4,00%3,50%7,50%Acúmulo de pontos
Nubank4,00%3,50%7,50%Acúmulo de pontos
Neon4,00%3,50%7,50%Acúmulo de pontos
BRB4,00%3,50%7,50%Acúmulo de pontos e até 40 dias para pagamento da fatura
Nomad (cartão de crédito)4,00%3,50%7,50%Acúmulo de pontos
Genial4,00%3,50%7,50%Acúmulo de pontos
Caixa (demais cartões)4,00%3,50%7,50%Acúmulo de pontos e até 40 dias para pagamento da fatura
Inter4,99%3,50%7,50%Acúmulo de pontos
Next5,00%3,50%8,50%Acúmulo de pontos
Banco do Nordeste5,00%3,50%8,50%Acúmulo de pontos
Pic Pay5,00%3,50%8,50%Até 1,2% de cashback em todas as compras no crédito
C6 Bank (cartão de crédito)5,25%3,50%8,75%Acúmulo de pontos
Bradesco5,30%3,50%8,80%Acúmulo de pontos e até 40 dias para pagamento da fatura
Ágora5,30%3,50%8,80%Acúmulo de pontos
Itaú5,50%3,50%9,00%Acúmulo de pontos
Credicard5,50%3,50%9,00%Acúmulo de pontos
Santander6,00%3,50%9,50%Acúmulo de pontos
Banco PAN6,00%3,50%9,50%Acúmulo de pontos
BTG Pactual (demais cartoes)6,00%3,50%9,50%Acúmulo de pontos
Safra7,00%3,50%10,50%Acúmulo de pontos

Quais outros fatores podem ser levados em consideração?

Além das taxas diretas envolvidas em cada operação (como IOF e spread cambial), é importante considerar outros fatores que podem impactar significativamente o custo final do dólar — e até gerar economia a longo prazo.

1. Acúmulo de pontos e milhas

Ao utilizar o cartões de crédito em compras, o cliente normalmente acumula pontos em programas de fidelidade bancários ou diretamente em programas de companhias aéreas, no caso dos cartões co-branded. Esses pontos têm valor econômico. Hoje no mercado, temos cartões que oferecem até 7 pontos por dólar, o que pode gerar retornos relevantes. Esse retorno pode representar um “desconto indireto” de 1% a 3%, ou até mais, dependendo do uso.

2. Cashback em compras

Alguns cartões internacionais podem oferecer cashback em dólar ou criptomoedas, devolvendo parte do valor gasto ao usuário. Um exemplo é o cartão da Crypto.com, que pode oferecer até 8% de cashback, dependendo do nível do cartão escolhido, conforme já te mostramos nesta matéria. Esse cashback funciona como uma devolução real de dinheiro, ajudando a compensar parte do custo total. Outros cartões podem promover campanhas especiais de cashback, como por exemplo a oferta da Nomad, que está oferecendo 2% de cashback em todas as suas compras de dólar durante 10 dias para novos clientes. A oferta é valida até o próximo dia 31 de maio.

3. Prazo para pagamento de fatura

Alguns cartões de crédito oferecem prazo estendido para o pagamento das compras, que pode chegar a até 40 dias sem cobrança de juros, conforme destacamos no ranking apresentado no tópico anterior. Esse prazo depende da data de fechamento da fatura de cada instituição e pode ser uma vantagem estratégica para quem busca mais flexibilidade financeira.

Esse tempo adicional permite, por exemplo, aplicar temporariamente o valor da compra em investimentos de baixo risco (como CDBs ou Tesouro Selic), aproveitando o rendimento enquanto a fatura não vence. Quando bem utilizado, esse intervalo contribui para reduzir o custo efetivo da operação, compensando parte dos encargos como IOF ou spread cambial.

4. Previsibilidade

Vale lembrar que, ao utilizar uma conta global, é possível comprar dólares hoje e se proteger contra eventuais altas da moeda até o momento da viagem ou uso. Essa estratégia oferece mais previsibilidade, pois trava a cotação atual. No entanto, da mesma forma, existe o risco de que o dólar caia até a data da viagem, o que pode resultar em um custo mais alto do que se tivesse deixado para comprar depois. Já ao optar pelo cartão de crédito, o câmbio será aplicado no momento da compra, o que expõe o consumidor ao risco cambial futuro — ou seja, se o dólar subir, a despesa em reais será maior; mas se cair, poderá sair ganhando.


Cartões que permitem remessas para conta investimento

Algumas contas globais, como a Avenue, Nomad e Revolut, oferecem uma alternativa interessante para quem quer economizar no IOF e ainda fazer o dinheiro render antes de uma viagem internacional. Em vez de transferir recursos diretamente para a conta corrente global, o usuário pode enviar o valor para uma conta de investimento no exterior vinculada à mesma instituição. Nesse tipo de operação, o IOF é de 1,1%, bem menor do que o aplicado em remessas tradicionais para gastos no exterior, atualmente de 3,5%.

Além da economia tributária, essa estratégia permite que o dinheiro não fique parado: ele pode render durante o período entre a remessa e o uso efetivo dos valores na viagem. Quando chegar a hora de utilizar os recursos, basta resgatar o investimento e transferir para a conta global da instituição, de onde será possível fazer pagamentos, saques ou transferências no exterior com mais liberdade.

No entanto, é importante ficar atento que, caso haja lucro com esses investimentos, o ganho de capital pode estar sujeito à tributação no Brasil. O imposto incide apenas sobre o lucro obtido na operação, e não sobre o valor total investido. Por isso, é essencial manter os registros das movimentações e, se necessário, contar com orientação contábil para fazer corretamente a apuração do imposto e a declaração de capitais no exterior.


E o dinheiro em espécie?

Com a nova regra do IOF de 3,5%, a compra de moeda em espécie, seja ela realizada em casas de câmbio ou direto na sua instituição financeira, também passa a ser mais cara. No entanto, uma alternativa é levar reais em espécie e realizar a troca diretamente no país de destino.

Essa prática, embora mais arriscada do ponto de vista de segurança, pode ser vantajosa em alguns destinos específicos, principalmente em países da América do Sul, como Paraguai e Argentina. No entanto, ao optar por esse caminho, é fundamental estar atento à legislação local. A troca de reais no exterior pode estar sujeita à tributação ou restrições no país de destino, dependendo das regras cambiais de cada lugar.

Além disso, existe um limite legal para a saída de dinheiro em espécie do Brasil. A Receita Federal estabelece que cada viajante pode sair do país com até US$ 10 mil (ou o equivalente em outra moeda) sem necessidade de declarar. Valores acima desse montante devem ser informados por meio da Declaração Eletrônica de Bens de Viajantes (e-DBV). O descumprimento dessa regra pode resultar em apreensão dos valores e aplicação de multas.


Comentário

Com o aumento nas alíquotas do IOF e a diversidade de opções disponíveis no mercado, escolher a melhor forma de pagar por compras internacionais — seja em viagens ao exterior ou compras online — passou a exigir mais atenção do que nunca. Agora, não basta apenas olhar para o imposto ou para o spread cobrado, é também fundamental incluir no custo total benefícios indiretos como acúmulo de pontos, cashback, prazo para pagamento e até a possibilidade de rentabilizar o dinheiro antes do uso.

Contas globais, cartões de crédito internacionais e até mesmo o uso de dinheiro em espécie continuam sendo alternativas viáveis, mas cada uma tem suas particularidades, vantagens e riscos. O ideal é avaliar o seu perfil, o destino da viagem, o tipo de gasto que será feito e, principalmente, fazer as contas e equilibrar o custo com a opção mais conveniente de acordo com o seu perfil.

Você concorda com o ranking apresentado? Tem algum sugestão? Compartilhe com a gente nos comentários!


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