Como contei neste post, essa semana viajei entre os EUA e o Brasil para voltar para casa. Mostrei todo o processo em tempo real através do Instagram do Passageiro de Primeira, e agora vou resumir aqui como foi viajar em meio a essa que é a maior crise da história da aviação.
Voos e aeroportos vazios
Comecei a viagem no aeroporto de Mineápolis, em Minnesota. A área de check-in, controle de segurança e os portões estavam completamente vazios. A impressão é que era de madrugada, quando o movimento é bem menor, mas na verdade era 17h.
Embarquei em um voo da United para Chicago. Esse foi, sem sombra de dúvidas, o voo mais vazio em que já estive na minha vida. Eu contei 9 passageiros a bordo do B737-8, além de 4 comissários e os dois pilotos. Além disso, antes dos avisos do procedimento de segurança houve uma instrução sobre etiqueta ao tossir e espirrar, algo que eu nunca tinha visto até então, mas que se repetiu nos demais voos da viagem.
O aeroporto de Chicago, um dos maiores dos Estados Unidos, também estava vazio. Eu estaria mentindo se dissesse que nunca vi o aeroporto tão vazio daquele jeito, pois já o vi exatamente assim quando cheguei por lá antes da 5h da manhã em uma viagem que fiz ano passado. A diferença é que eram 19h da noite, horário de grande fluxo normalmente.
Com a diminuição dos voos internacionais e do fluxo de passageiros viajando, a United decidiu fechar a partir dessa quarta-feira (18/03) todos os lounges Polaris dos EUA.
Fui então até o lounge United Club do concourse C. Além de vazio, muita coisa tinha mudado por ali: o buffet havia sido desativado, bem como a geladeira e a máquina de bebidas. A comida estava sendo servida em pratos descartáveis que vinham completamente embalados e haviam alguns snacks sendo oferecidos pelos funcionários.
Todas as bebidas estavam sendo servidas no bar.
Voo para o Brasil
Para a minha surpresa, o voo para o Brasil estava bem cheio, pelo menos na econômica. Pelo que entendi, muitas pessoas estavam tentando voltar para casa, e como a American Airlines havia cancelado praticamente todos os seus voos internacionais no começo da semana, a demanda com as outras companhias aumentou.
A bordo, algumas mudanças:
- Remoção dos travesseiros oferecidos na cabine econômica;
- Copos descartáveis na classe executiva;
- Nada de toalhas quentes antes das refeições da executiva.
Aeroporto de Guarulhos
No Brasil a situação foi um pouco diferente. Como a Azul cancelou diversas rotas, o meu voo para Confins (que foi comprado em uma reserva diferente do restante da viagem) estava completamente lotado, o chamado overbooking, por isso não consegui embarcar no meu voo previsto para às 12:10h. A companhia então me realocou em um voo às 20:25h da noite. Decidi que seria melhor emitir um voo mais cedo e encontrei uma tarifa com a Latam para voar às 17:20 que estava custando 5.200 pontos.
Passagem emitida! Finalmente pude seguir viagem para Confins.
Algumas observações:
- Não utilizei máscara durante a viagem
Segui a recomendação de vários médicos e especialista de que a máscara não tem muito efeito caso você não seja um profissional de saúde. Afinal de contas, o objetivo dela é filtrar o ar e não deixar nada entrar. Logo, se você tirar a máscara para comer, não adianta muita coisa. Ainda mais se você estiver de máscara e levar a mão aos olhos (o que vi algumas pessoas fazendo). A máscara é recomendada para profissionais de saúde e pessoas que já estão doentes para prevenir que a saliva contamine outras pessoas.
- Álcool gel, lenços desinfetantes e lavar as mãos
Por outro lado, utilizei o álcool em gel e lenços umedecidos para limpar mãos e superfícis de contato a todo tempo. E sempre que dava, ia ao banheiro para lavar a mão com bastante sabão.
- Quarentena
Por respeito a todos à minha volta, assim que cheguei a BH fui, sozinho, até a casa onde estou no momento. Ficarei aqui pelo próximos 15 dias, por precaução.
- Reembolso
Chegando em Confins, consegui conversar no balcão da Azul e consegui o reembolso das milhas e taxas que paguei na passagem que seria às 20:25h e que não tinha voado.
São realmente tempos difíceis para todo mundo. O setor da aviação talvez não seja o mesmo depois de toda essa crise. O que vem no futuro, só o tempo dirá.