A tensão entre Estados Unidos e China recentemente acabou de ganhar mais um capítulo, desta vez atingindo diretamente o setor aéreo. Em resposta às novas tarifas impostas por Washington, Pequim determinou que as companhias aéreas chinesas suspendam a entrega de jatos da Boeing e evitem a compra de peças de aeronaves americanas, segundo apuração da Bloomberg News. A decisão pode afetar significativamente os planos da fabricante no mercado asiático e intensificar ainda mais a disputa comercial entre as duas maiores economias do mundo. Confira!

Aeronaves Boeing 737 MAX em fábrica da Boeing em Washington em imagem de 2019 Foto: Lindsey Wasson/Arquivo/Reuters
Efeitos nos planos de renovação da frota
A medida atinge em cheio a Boeing, que tinha programadas dezenas de entregas para companhias aéreas chinesas até 2027. Só as três maiores operadoras do país, Air China, China Eastern e China Southern, somavam juntas mais de 170 aeronaves previstas da fabricante americana. Agora, com as entregas congeladas, o impacto pode ser significativo, especialmente em termos de planejamento de frota.
Além disso, o governo chinês orientou que as empresas suspendam também a compra de peças e equipamentos de companhias americanas, o que deve aumentar os custos de manutenção dos jatos em operação. Segundo apuração da Bloomberg News, autoridades chinesas também avaliam formas de apoiar financeiramente as companhias que alugam aeronaves da Boeing e que estão enfrentando custos extras por conta das novas tarifas.
A decisão é uma retaliação direta aos Estados Unidos, que recentemente anunciaram tarifas de até 145% sobre produtos chineses. Como resposta, a China elevou impostos sobre importações americanas para até 125%, intensificando a guerra comercial entre os países.
Airbus e COMAC podem se beneficiar
Com os custos das aeronaves americanas em alta, a suspensão das entregas da Boeing pode abrir espaço para concorrentes como a Airbus, que já tem posição dominante no mercado chinês, e para a fabricante local COMAC, que ganha relevância à medida que cresce o incentivo por soluções domésticas.
A resposta do mercado foi imediata, as ações da Boeing registraram queda de cerca de 2% no início do pregão da última terça-feira (15), refletindo o temor de investidores com a perda de espaço num dos maiores mercados da aviação global. O momento é ainda mais delicado para a fabricante americana, que vem enfrentando dificuldades como uma recente greve trabalhista e os reflexos de um incidente com a explosão da porta de uma aeronave em pleno voo, fator que contribuiu para a perda de mais de um terço do valor de mercado da empresa.
Segundo analistas, esse tipo de tensão pode paralisar parte importante do comércio bilateral entre Estados Unidos e China, que movimentou mais de US$ 650 bilhões em 2024. A aviação é apenas uma das áreas que já começam a sentir os efeitos da escalada tarifária.
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Comentário
A decisão da China diante das novas tarifas impostas pelos Estados Unidos mostra como disputas comerciais podem impactar diretamente a aviação global. Para a Boeing, perder espaço em um mercado tão estratégico é mais um desafio em meio a uma fase delicada. Já para a Airbus, a COMAC e, quem sabe, até para a Embraer, isso pode representar uma oportunidade valiosa de crescimento de mercado.
Se o impasse continuar, é possível que vejamos uma nova configuração na indústria aeronáutica internacional.