A Airports Council International (ACI), a principal associação de aeroportos do mundo, está se mostrando preocupada com a salvaguarda dos milhões de empregos que podem estar em risco por conta dos impactos massivos causados pela propagação do novo coronavírus.

Imagem: ACI World.
De acordo com os dados da ACI, os aeroportos empregam, direta ou indiretamente, mais de 6 milhões de pessoas ao redor do mundo, o que corresponde a 60% de todos os empregos gerados pelo setor da aviação. Um grande aeroporto pode chegar a ter 40.000 pessoas trabalhando todos os dias, contando tanto aqueles que trabalham para a próprio administradora do aeroporto quanto para outros empregadores. No RIOgaleão, por exemplo, a comunidade aeroportuária é formada por 15.000 pessoas.
Como resultado da pandemia do COVID-19 e das restrições de viagens que foram introduzidas para limitar a propagação do vírus, a ACI informou que as estimativas atuais indicam perdas da indústria aeroportuária de até US $ 70 bilhões (todos os valores em dólares americanos) em comparação com um projeção realizada para 2020 em momento anterior à COVID- 19.
O típico aeroporto de grande porte com mais de 40 milhões de passageiros anuais gera, em média, US $ 1,3 bilhão em receita anual. Em outras palavras, as perdas estimadas são quase equivalentes à soma de toda a base de receita dos 50 hubs mais movimentados do mundo! Isso não leva em consideração as perdas que os outros prestadores de serviços nos aeroportos sofrerão, inevitavelmente. Recentemente recebi a notícia de que muitas pessoas que trabalham em lojas e restaurantes dos aeroportos, por exemplo, estariam sendo mandadas embora aqui no Brasil. Imagine isso em um contexto global!
A Diretora Geral da ACI Mundial, Angela Gittens, informou que “a ACI World está pedindo aos Estados que considerem medidas de alívio financeiro que ajudarão a aliviar a queda significativa nos fluxos de caixa, a garantir a continuidade operacional e comercial das atividades aeroportuárias e a proteger empregos”.
Assim, a ACI sugere que algumas medidas devam ser consideradas pelos Estados:
- A prestação imediata de assistência governamental por meio de doações e subsídios para apoiar despesas e salários operacionais ao pessoal do aeroporto.
- Garantia de financiamento e empréstimos garantidos a taxas preferenciais e garantias bancárias.
- A suspensão de todos os impostos nacionais e locais específicos da aviação para 2020.
- Isenção ou adiamento de aluguel de aeroporto e taxas de concessão aplicáveis aos operadores aeroportuários, independentemente de seu status de propriedade.
Ainda essa semana, a ACI World deverá publicar uma atualização detalhada sobre o impacto econômico previsto da pandemia na indústria aeroportuária global. Estaremos atentos aos novos acontecimentos!
Com informações da ACI World.
Comentário
Aqui no Brasil, até o momento, o governo anunciou o adiamento do pagamento das outorgas aeroportuárias sem a cobrança de multas para os aeroportos concessionados. O cronograma de pagamentos previstos para 2020 em relação às contribuições fixas e variáveis dos contratos de concessão será alterado, com a possibilidade de quitação até 18 de dezembro deste ano.
Além disso, estão sendo disponibilizadas linhas de financiamento de capital de giro para as empresas concessionárias por meio do Banco do Brasil, Caixa e BNDES.
Como você acha que irá ficar o cenário aeroportuário após essa crise?