A Airbus realizou, na última sexta-feira (25), o primeiro voo do A380 movido totalmente com Combustível Sustentável de Aviação (SAF). O modelo voou por três horas do Aeroporto de Blagnac, em Toulouse, na França, em voo-teste sem passageiros a bordo.
De acordo com a fabricante, para a realização da histórica operação, 27 toneladas de SAF foram fornecidos pela TotalEnergies. O combustível é produzido na região da Normandia, e é feito a partir de uma mistura de Ésteres e Ácidos Graxos Hidroprocessados (HEFA), com o óleo de cozinha reutilizado (bem como outras gorduras residuais).
SAF pode ajudar no retorno do A380
Durante os últimos anos, diversas companhias aéreas reduziram as operações com o A380 devido ao consumo de combustível. Segundo as empresas, além do valor gasto, o uso do combustível tradicional (combustível fóssil) também é muito prejudicial ao meio ambiente.
O CEO da Qatar Airways, Akbar Al Baker, por exemplo, disse que a companhia iria deixar de operar voos com o modelo porque o alto custo para manter a aeronave, bem como a quantidade de combustível utilizada pelo avião era inviável para as operações.
Com o sucesso do voo-teste feito com o combustível alternativo, pode ser que, em um futuro próximo, o uso do SAF em operações regulares de passageiros, faça com que o A380 volte aos céus com mais frequência.
Aviões da Airbus e o SAF
A operação com o A380 indicou o terceiro modelo da Airbus a voar totalmente com o SAF. O primeiro foi um Airbus A350 em março de 2021, seguido por uma aeronave de corredor único A319neo em outubro de 2021.
De acordo com a Airbus, o uso do combustível sustentável continua sendo um caminho fundamental para alcançar a ambição da indústria de emissões líquidas de carbono zero até 2050. As principais estatísticas descritas no relatório Waypoint 2050 indicam que o SAF poderia contribuir entre 53% e 71% das reduções de carbono necessárias.
Atualmente, todas as aeronaves da Airbus são certificadas para voar com até 50% de mistura de SAF com querosene. O objetivo da fabricante é alcançar a certificação de 100% SAF até o final desta década.