Após a Administração Federal de Aviação dos Estados Unidos liberar o Boeing 737-8 MAX para voltar a operar em território americano, foi a vez da Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC) aprovar o retorno das operações com o modelo modelo no Brasil. Com um processo de aproximadamente dois anos, a validação das modificações do projeto foi feita pela ANAC após a aprovação da autoridade certificadora, a estadunidense FAA.
A ANAC retirou a Diretriz de Aeronavegabilidade que restringia a operação do MAX no Brasil após concordar com a avaliação da FAA de que todos os elementos técnicos e regulatórios necessários para endereçar as questões de segurança foram realizados. A Diretriz de Aeronavegabilidade da FAA, divulgada no dia 20/11, foi adotada também pela ANAC e tem vigência automática no Brasil, devendo ser cumprida de imediato pelos operadores aéreos que pretendem operar o modelo. Atualmente, somente a GOL possui aeronaves Boeing 737-8 MAX na frota brasileira.
A aprovação do novo projeto do Boing 737-8 MAX reuniu apenas as quatro autoridades de aviação que compõe o fórum Certification Management Team (CMT): a autoridade da União Europeia European Union Aviation Safety Agency (EASA), a canadense Transport Canada Civil Aviation (TCCA) e a Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC), que discutiram em conjunto com a FAA quais seriam as exigências para o retorno do modelo de aeronave às operações.
Próximos passos
Dentre as exigências de projeto está a determinação para a reconfiguração do sistema de controle de voo desse modelo de aeronave, a correção do roteamento do conjunto de cabos, revisões de procedimentos incorporados ao manual de voo e testes de recalibração dos sensores. Adicionalmente, também houve a revisão do programa de treinamento dos pilotos.
Tecnicamente, o retorno das operações é permitido com a revogação da Diretriz de Aeronavegabilidade de Emergência (DAE) nº 2019-03-01, que proibia a operação comercial desse modelo de aeronave no país, e com a comprovação do cumprimento das exigências de treinamento para tripulação e de projeto para os aviões. A DAE foi revogada também nesta quarta-feira (25/11) e a Gol Linhas Aéreas segue implementando, sob supervisão, os requisitos necessários para retorno das operações com as aeronaves Boeing 737-8 MAX em segurança.
Participação da ANAC no processo de validação
Desde abril de 2019, quando a Boeing iniciou as atividades para recertificação das modificações propostas, a ANAC vem dedicando esforços para o retorno seguro das operações do Boeing 737-8 MAX no Brasil. Ao todo, cerca de 20 profissionais da Agência, dentre engenheiros(as) de diversas especialidades e pilotos, inclusive de ensaio de voo, participaram desse processo.
Ressaltando a importância da coordenação entre as autoridades do CMT para o desenvolvimento dessa atividade de recertificação, o superintendente de Aeronavegabilidade da ANAC, Roberto Honorato, afirma que “essa avaliação minuciosa do sistema de controle de voo é um registro sem precedentes na história da aviação”. Além disso, “as modificações e procedimentos revisados fornecem total confiança para a retomada das operações do Boeing 737-8 MAX no Brasil”, destaca Honorato.
O que diz a Boeing
A Autoridade de Aviação do Brasil, ANAC, juntou-se à Administração Federal de Aviação dos Estados Unidos (FAA) hoje, rescindindo a ordem que suspendia as operações comerciais dos Boeing 737-8s no Brasil. As operações comerciais para o tipo de aeronave podem ocorrer desde que as companhias aéreas tenham atendido aos requisitos definidos por despacho da ANAC.
“Não passa um dia sem que não nos lembremos, reflitamos e nos dediquemos novamente a garantir que acidentes como os que levaram à decisão de suspender as operações nunca mais aconteçam”, disse David Calhoun, CEO da The Boeing Company. “A Boeing trabalhou em estreita colaboração com a FAA e a ANAC para atender às suas expectativas de retornar com segurança o 737 MAX ao serviço comercial no Brasil”.
“A segurança é a principal prioridade da Boeing e a empresa continuará a trabalhar com os reguladores e nossos clientes para colocar o avião de volta em serviço em todo o mundo”, disse a fabricante em nota.
Ao longo dos últimos 20 meses, a Boeing conduziu mais de 4.400 horas de testes, incluindo mais de 1.350 voos. Equipes de mecânicos e engenheiros da Boeing estabeleceram processos de manutenção adequados durante o armazenamento e já estão trabalhando para apoiar as atividades das aeronaves no Brasil.
A implementação de outras melhorias, não condicionantes para o retorno do Boeing 737-8 MAX às operações, permanecem em andamento com o objetivo de continuar aprimorando a utilização do modelo de aeronave e suas funcionalidades.
O que você achou na novidade? Pretende voar no MAX quando ele retornar as operações?