Pessoal, tudo tranquilo? Espero que sim ? Quem ainda não me conhece, sou o Luis Felipe, colunista do site!
No ano passado decidi encarar uma aventura: Conhecer a neve. Já imaginaram a dificuldade de um cadeirante na neve?? Então! Como era um dos sonhos da minha Camila, decidi testar.
Saímos de São Paulo com destino a Santiago pela LATAM. Vou pular a parte da avaliação viagem/companhia porque isso vou falar em outro post. Vamos direto a Santiago!
Chegamos lá por volta das 20h e só conseguimos sair do aeroporto quase 22h. O aeroporto estava em reforma, um verdadeiro caos. Impossível pegar um transporte público, não conseguimos chamar um Uber e foi uma novela conseguir um táxi. No fim, depois de algum estresse, deu tudo certo.
Santiago é uma cidade deliciosa. Por enquanto, aos meus olhos, a melhor cidade da América do Sul. Não é perfeita, mas é limpa, relativamente organizada, moderna e acessível!
Ficamos 5 dias por lá. Caminhamos muito, passeamos nos principais parques e atrações da cidade e, como já era planejado desde o início, fomos até o Valle Nevado. Já tínhamos pesquisado como ir até lá e, a informação que conseguimos era que a van era adaptada.
Pois bem, como tínhamos que estar lá bem cedo, então optamos por ir de Uber. Como já sou macaco velho e sei que nem sempre o “adaptado” serve pra mim, antes de eu descer do carro nos informamos se eu realmente poderia ir, se a van era adaptada mesmo. Não era, mas me disseram que poderiam me pegar no colo e me colocar na van caso eu quisesse. Não é nada muito agradável mas já que estava ali, no pé da montanha, cheio de roupas parecendo um boneco de neve, fui. No final das contas foi bom a van não ser adaptada porque subir a montanha sentado na minha cadeira de rodas, com aquelas mil curvas, não ía dar certo.
E subimos! Chegando lá, me pegaram no colo de novo e me colocaram na cadeira. Para quem não está acostumado com isso, foi bem tranquilo.
Quando pensamos que as dificuldades haviam encerrado, nos deparamos com uma escada alta e cheia de gelo derretido. Vocês imaginam a sensação de subir uma escada sentado numa cadeira de rodas?? É terrível. Tem que confiar muito na pessoa que está conduzindo, ou só rezar mesmo. Que foi o caso hahaha.
Depois de todo esse sobe e desce nada acessível pra mim, chegamos na parte de onde saem os teleféricos. Por sorte minha, o restaurante que fica no segundo nível estava fechado e não seria legal eu chegar lá e não ter onde ficar. Ainda bem, porque se estivesse aberto eu teria que encarar mais uma escada, um teleférico, outra escada e depois tudo de novo para voltar, porque eu não ia descer esquiando né??? ?
Ficamos por ali mesmo e, depois de 10 minutos que chegamos, começou a nevar. Eu pensei que fosse congelar (pra quem não sabe, como não caminho, sinto muito. mas muito frio mesmo, mais do que o normal) mas nada como uma roupa super adequada para aquela ocasião. Era neve que não acabava mais caindo sobre minha cabeça, e nada de sentir frio. ?
No início foi ok ficar andando por ali, mas no final da tarde, quando fomos descer pra ir embora a cadeira já estava quase atolando. Aventuras, atoladas e ventanias à parte, o passeio na neve foi muito melhor do que eu imaginava. Eu fui para agradar minha Camila, porque ela queria muuuuito ir, mas no fim gostei também e, dentro do possível, foi bem tranquilo e inesquecível.
Pra voltar, mesmo esquema. Me pegam no colo, colocam na van, descemos a montanha cheia de neve. Pensa uma aventura daquelas “pânico na neve”, pega no colo de novo, volto pra cadeira e vou embora feliz da vida por ter sobrevivido a minha primeira nevasca.
A melhor lição? Eu posso ir pra onde eu quiser sim.
Toda vez que olhava qualquer cenário na neve, qualquer destino com neve, riscava da minha lista, porque nunca achei que conseguiria me divertir num ambiente que não é adaptado para pessoas com necessidades especiais. Uma bobagem! Vou de novo! E Santiago… o que falar? Iria mil vezes.
Espero que tenham gostado!
Luis Felipe
Instagram: @passageirosobrerodas
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