A KLM decolou sua primeira aeronave de passageiros transportando carga não apenas no bagageiro, mas também nos assentos e compartimentos de bagagem de mão na cabine. A companhia operou um B777-300 de Xangai para Amsterdã, introduzindo pela primeira vez o novo conceito de transporte de carga chamado cargo-in-cabin. A carga consistia principalmente em suprimentos médicos como máscaras faciais e roupas protetoras para serem usadas no combate ao coronavírus.
Cerca de 500 pacotes de equipamentos podem ser transportados na cabine em cada voo. Se o teste for bem-sucedido, Pequim e Hong Kong serão os próximos destinos para este novo serviço. A KLM pretende utilizar três Boeing 777s para operar voos de carga na cabine. Os B747-400 que estão retornando ao serviço nessas rotas em breve serão reconfigurados para transportar carga também.
Cargo-in-cabin: o novo conceito de transporte de carga na cabine da KLM, embora temporário, foi desenvolvido por uma equipe multidisciplinar em um prazo de três semanas. Segundo o vice-presidente executivo da Air France-KLM Cargo, Adriaan den Heijer, “Desenvolver e implementar esse conceito é uma necessidade particularmente complexa. A segurança desempenha um papel fundamental. Todo e qualquer pacote deve estar preso firmemente ao assento para garantir que ele permaneça no lugar durante o voo. Mas questões práticas também devem ser levadas em consideração, como carregar a carga da cabine com rapidez e segurança, sem danificar o interior. Esse processo é especialmente trabalhoso; as expectativas atuais são de que isso levará pelo menos quatro horas”.
Para garantir que tudo corra bem, todos esses voos serão acompanhados por um coordenador de carga na cabine da KLM Cargo para manter a supervisão de carregamento no local e monitorar a conformidade com os novos procedimentos.
“A carga na cabine aumenta significativamente a capacidade. O que agora podemos acomodar na cabine equivale a cerca de seis paletes grandes no porão ou 40% da capacidade total de carga”, explica Den Heijer, acrescentando: “Podemos usar o espaço adicional a nosso favor, carregando suprimentos médicos mais urgentes. A carga na cabine atende perfeitamente à crescente demanda por esses equipamentos. ”
No atual cenário de pandemia, com a maior parte das operações de voos para passageiros canceladas, as companhias estão buscando utilizar suas aeronaves paradas para realizar o transporte de carga. Delta e Lufthansa são algumas dessas companhias que já estão realizando o transporte de insumos hospitalares em aeronaves de passageiros.