Daqui uma semana, no dia 1º de fevereiro, a Lufthansa fará o voo de passageiros mais longo da sua história, ao transportar uma equipe de pesquisadores do Instituto Alfred-Wegener, para uma missão exploratória na Antártida.
O voo
Trata-se de um voo fretado (charter), que será operado em um Airbus A350-900 da LH, sem escalas, partindo de Hamburgo, Alemanha, para as Ilhas Malvinas (Falkland Island, na nomenclatura britânica), considerada território do Reino Unido, localizadas no extremo sul do planeta.
O voo LH2574 tem previsão de duração de aproximadamente 15h, para cobrir as cerca de 8.266 milhas náuticas que separam Hamburgo, na Alemanha, de Mount Pleasant, em Falkland Island (Ilhas Malvinas), com partida prevista no dia 01/02.
O voo de volta está previsto para o dia 03/02, e transportará a tripulação atual do mesmo navio que realizará a expedição, o Polarstern, que partiu de Bremerhaven, no Estado de Bremen, Alemanha, no dia 20 de dezembro de 2020, para reabastecer a Estação Neumayer III, na Antártida, e agora será substituída pela tripulação que voará juntamente com a equipe de cientistas.
Passageiros e tripulantes
A previsão é que sejam transportados 92 passageiros, metade dos quais cientistas do Projeto Polarstern.
A outra metade será composta por pessoal de apoio e tripulantes do navio de Pesquisa Polarstern, equipamento que será utilizado, in loco, para a realização das pesquisas científicas do projeto.
Apesar de se tratar de um voo desafiador, realizado em condições extremas, mais de 600 tripulantes se candidataram para trabalhar no voo, que contará, além do capitão, com mais 17 membros.
Aliás, todos os passageiros, assim como a tripulação, iniciaram quarentena desde o último sábado (14), dadas as dificuldades e condições extremas em que a expedição será realizada. Um caso de Covid-19 na equipe, poderia comprometer toda a missão.
Os preparativos do voo
Além da quarentena de todos os passageiros e tripulantes já citada, esse voo demandou uma série de preparativos especiais, incluindo o treinamento adicional de pilotos, por meio de mapas eletrônicos especiais para voo e pouso, bem como gerenciamento do querosene disponível na base militar de Mount Pleasant para o voo de retorno.
Dada a especificidade e volume de carga, o avião já vem sendo carregado há dias, com criteriosa atenção para os procedimentos de desinfecção de cargas, que ficarão lacradas até a partida.
Por outro lado, tendo em vista que o destino é uma ilha localizada numa área de rígida proteção ambiental, não haverá como descartar os resíduos do voo no destino, razão por que a aeronave também contará com contentores adicionais de resíduos, que só serão eliminados quando do retorno à Alemanha.
A expedição
Após retornar em outubro passado, da maior expedição já realizada ao Polo Norte, de onde trouxe notícias preocupantes sobre a aceleração do degelo polar, o Navio de Pesquisa Polarstern (Estrela Polar, em alemão), zarpou em 20 dezembro passado rumo ao Polo Sul.
A primeira missão foi reabastecer a Estação Neumayer III, na Antártida, o que já foi devidamente cumprido.
Agora, sediará mais uma das suas mais espetaculares missões, que é outra Expedição à Antártica.
A Expedição Polarstern é um projeto do Centro Helmholtz de Pesquisa Polar e Marinha, do Instituto Alfred Wegener, sediado em Bremerhaven, Alemanha, e dará continuidade às pesquisas avançadas sobre os impactos das mudanças climáticas na Antártica, coletando dados fundamentais sobre as correntes oceânicas, o gelo marinho e o ciclo do carbono no sul do Oceano.
A quem interessar, há um documentário chamado The worlds we explore – a brief tour in pictures, que mostra o objeto de atuação do instituto.
Compensação ambiental
Apesar do voo ser realizado na mais eficiente aeronave da frota da Lufthansa e um dos mais eficientes do mercado da aviação, o Airbus A350, o Instituto Alfred Wegener compensará as emissões de CO2 dos voos realizados no projeto, fazendo doações correspondentes para a organização sem fins lucrativos para a proteção do clima Atmosfair.
Dentre as atividades da organização, destaca-se a doação de fundos para usinas de biogás no Nepal para cada quilômetro voado, reduzindo assim a mesma quantidade de emissões de CO2.
Tal medida, ancorada no princípio ambiental chamado poluidor-pagador, visa manter o equilíbrio geral de CO2, independentemente de onde as emissões de CO2 podem ser reduzidas no mundo.
Comentário
Interessante ver que a eficiência das modernas aeronaves, a exemplo da linha A350 da Airbus e B787, da Boeing, tem permitido cada vez mais a realização de voos ultralongos, com segurança, economia e baixa emissão de poluentes.
Bom para os usuários, para a economia e, também, para o meio-ambiente. E você, já voou nos novos modelos eficientes da Airbus ou Boeing?