Para enfrentar o duro período de coronavírus, a Lufthansa anunciou que recebeu a certificação das autoridades de aviação alemãs para transformar seus aviões em cargueiros. Nas últimas 36 horas a companhia aérea transformou quatro de seus Airbus A330-300 em aeronaves de carga para levar insumos médicos a destinos necessitados.
Além dos suprimentos médicos, a empresa também viu uma crescente na demanda por suprimentos comerciais. No entanto, para uma aeronave se tornar cargueira, ainda mais a de passageiros, não é tão simples quanto substituir viajantes por material de carga, todo avião precisa ser reavaliado para que viaje com segurança.
No caso da Lufthansa, a companhia está buscando, através de sua fornecedora de serviços e manutenção Lufthansa Techinik, a obtenção de um certificado de tipo suplementar (STC) para todos os tipos de aviões de passageiro, para que possam convertê-los em cargueiros auxiliares – podendo levar não somente insumos médicos, mas também outros tipos de carga.
“Estamos trabalhando para disponibilizar em breve a documentação técnica e a certificação completa para que nossos clientes de linhas aéreas possam usar o STC. A conversão em si deve ser possível em alguns dias”, explica Henning Jochmann, diretor sênior de manutenção da base de modificação de aeronaves na Lufthansa Technik. “As companhias aéreas podem, assim, reagir rapidamente às mudanças nas necessidades, mantendo os custos baixos”, finalizou ele.
A medida que as restrições de viagens aumentam, está sendo cada vez mais comum ver companhias aéreas modificando suas atuações no ramo da aviação e, ao invés de levarem apenas passageiros, passam a atender alguns destinos levando dentro de seus aviões, insumos e suprimentos – principalmente médicos. A própria Lufthansa, inclusive, voou para o Brasil na semana passada trazendo cargas hospitalares. A aeronave pousou em Viracopos (Campinas) com cerca de 700 mil testes de COVID-19.