Para quem tem acompanhado a minha volta ao mundo através do Instagram do Passageiro de Primeira, deve se lembrar de um incidente que ocorreu comigo logo no primeiro voo da viagem.
Após tirar algumas horas para dormir no voo entre o Rio de Janeiro e Frankfurt com a Lufthansa, acordei e, em um movimento que ainda não entendi como aconteceu, meu celular caiu em uma das frestas do assento da classe executiva. Depois que consegui localizar onde o aparelho estava, chamei um membro da tripulação que retirou todo o estofado da poltrona, mas não conseguiu recuperar o dispositivo. Por fim, tive de esperar que o avião pousasse e que todos os passageiros descessem para que mecânicos da companhia pudessem entrar, desmontar o assento e recuperar o celular. Foi um momento bem tenso, e minha expressão nesse frame do vídeo que gravei resume tudo o que eu estava sentindo:
Apesar do inconveniente tanto para mim quanto para a tripulação em si — pois me informaram que esse tipo de incidente tem sido mais comum do que eles gostariam, — tudo deu certo no final e apenas a capinha do meu aparelho foi destruída no processo de resgate.
Incidente dessa semana
Essa semana, porém, um passageiro em uma situação parecida com a que eu vivi fez com que um Boeing 777 da British Airways que partiu de London Gatwick para Tampa, na Flórida, desviasse para as Bermudas.
Segundo o The Aviation Herald, a tripulação decidiu desviar depois que um passageiro da classe executiva acidentalmente prendeu o seu celular no assento. Enquanto tentava recuperar seu telefone, o viajante acidentalmente ativou o mecanismo de inclinação, que prendeu e esmagou o aparelho. A pressão fez com que o dispositivo superaquecesse e liberasse fumaça.
Enquanto os pilotos desviavam a aeronave da sua rota original, a tripulação da cabine da aeronave tentou soltar o telefone do mecanismo do assento. A aeronave pousou em segurança nas Bermudas 25 minutos após o incidente.
O resultado
Ao pousar, a aeronave foi recebida por serviços de emergência, que inicialmente inspecionaram a parte externa da aeronave. Depois de taxiar para o pátio, os passageiros receberam ordens para evacuar imediatamente e foram instruídos a deixar suas bagagens de mão a bordo.
Depois que os bombeiros embarcaram na aeronave, eles tiveram que remover completamente o assento para recuperar o telefone. O dispositivo acabou sendo removido do mecanismo do assento mas, segundo relatos, a tripulação informou que o celular havia sido destruído completamente.
No total, a aeronave ficou nas Bermudas por duas horas enquanto as equipes de terra checavam a aeronave e recuperavam o celular. Eventualmente, o voo BA-2167 conseguiu seguir sua rota original, chegando a Tampa com 2 horas e meia de atraso.
Conclusão
Incidentes como esse podem acontecer com qualquer um — sou uma prova viva disso. Acredito que o maior erro do passageiro em questão foi tentar resolver sem informar um membro da tripulação. No meu caso, um dos comissários me alertou dos riscos de superaquecimento do celular e o que isso poderia causar.
Sinceramente, depois de passar por essa situação, eu fiquei meio sem saber o que fazer para prevenir, afinal de contas o celular simplesmente escorregou e caiu por uma fresta. Quando contei o ocorrido no Instagram, recebi relatos de outras pessoas que passaram por situações parecidas e fui aconselhado a usar um PopSocket na capinha do celular, o que deixaria mais difícil para o aparelho de entrar por qualquer fresta estreita. Eu gostei da sugestão e vou adotar!
Você já passou por uma situação parecida? De quem acha que é a culpa nesse caso? Inclusive fica a dúvida: se o celular for danificado pelos mecanismos do assento, estaria a companhia aérea responsável pelo dano? Ou estaria o passageiro responsável pelo desvio da rota?