Ontem o governo britânico anunciou que a partir da próxima sexta-feira (19), irá acrescentar Catar, Omã, Etiópia e Somália, na Lista Vermelha de Países com Proibição de Viagens, o que significa que o Reino Unido irá proibir a entrada de passageiros vindos do Catar e dos outros países citados.
O que é mais relevante, e que a proibição inclui os passageiros que fizeram apenas trânsito em Doha.
Lista vermelha
Como uma das medidas de combate à expansão do contágio pelo Corona Vírus, o governo britânico instituiu uma lista de países dos quais os viajantes são proibidos de ingressar no Reino Unido. A “red list travel ban countries” pode ser acessada no site oficial do governo, que você vê clicando aqui.
Passageiros provenientes ou mesmo que tenham feito trânsito em qualquer desses países nos últimos dez dias, estão impedidos de ingressar no Reino Unido.
As exceções são limitadas: pessoas com nacionalidade britânica ou irlandesa, além de portadores de visto de residência. Mesmo quem se enquadre nessas raras exceções, será obrigado a fazer quarentena de 10 dias, em hotéis indicados pelo governo.
Até o início dessa semana, a lista continha 33 países. Do golfo, apenas os Emirados Árabes Unidos estão vetados, mas os passageiros com origem ou passagem pelo Catar, tinham entrada livre.
Com o anúncio de ontem, não apenas o Catar, mas também Omã, Etiópia e Somália passarão a ingressar a lista de indesejados, a contar da próxima sexta-feira. Com isso, a lista completa ficou assim:
Quatro pra cá, dois pra lá
O quadro que montamos acima, é exatamente a relação que consta hoje no site oficial do governo britânico, tratada como a lista de países com restrição de entrada no Reino Unido.
Contudo, vale recordar que os viajantes provenientes e/ou em trânsito de Catar, Omã, Etiópia e Somália, somente estarão impedidos de entrar no Reino Unido, a contar das 04h (horário local), da próxima sexta-feira (19).
Coincidentemente, nesse mesmo horário, as restrições de viagem dos passageiros provenientes e/ou em trânsito de Portugal – Ilha da Madeira e Açores, inclusive – assim como das Ilhas Maurício, estarão sendo levantadas.
Assim, a lista que hoje consta 37 países – na prática 33, porque os 4 aqui citados só estarão efetivamente vedados a contar da sexta-feira – terá 35 países a partir das 04h do próximo dia 19/03.
Mudança atinge diretamente os brasileiros
Você poderá estar se perguntando se essa mudança teria alguma repercussão para nós brasileiros. A resposta é simples e direta: totalmente!
Uma das poucas rotas que tem funcionado regularmente na quarentena é a que liga São Paulo a Doha, de onde os brasileiros podem fazer trânsito para diversos países africanos para onde a Qatar Aiways opera e estejam abertos, a exemplo de África do Sul e Tanzânia, ou para o Egito (Oriente Médio, para o mercado aéreo), principalmente depois que a Qatar Airways voltou a voar para Egito e outros países do Oriente Médio.
Observe no quadro da “red list travel ban countries”, que o Egito não está incluído dentre os países dos quais não é admitida a entrada no Reino Unido.
Com isso, até o momento anterior à inclusão do Catar na lista, quem saísse do Brasil, voando com a Qatar Airways, e passasse dez ou mais das visitando a terra dos faraós, poderia, na sequência, ingressar regularmente no Reino Unido, vez que já havia cumprido o requisito do decêndio prévio fora do Brasil.
Com a mudança, uma das raríssimas janelas para o brasileiro entrar no Reino Unido, fecha-se, sem previsão de retorno.
Comentário
Numa visão superficial, não parece fazer sentido a inclusão do Catar na lista de países banidos de ingresso no Reino Unido. O país está fechado para o turismo desde o início da crise sanitária e apresenta baixo número de casos e pouquíssimos óbitos: 267, até o último dia 15 de março.
A explicação plausível pode estar no fato de que a Qatar Airways continua voando para praticamente todos os destinos regulares, muitos dos quais assolados por altos índices de infecção e a presença de novas variantes, como é o caso do Brasil e da África do Sul.
Resta torcer e esperar para que o avanço da vacinação possa reverter esse quadro, para que possamos sair da “red list” não apenas do Reino Unido, mas de todo o mundo.