Em 2017 a Qantas anunciou através das suas redes sociais o Project Sunrise. O anúncio manifestou o interesse da companhia em voar sem escala da Austrália para o Rio de Janeiro, Cidade do Cabo, Nova Iorque, Londres e Paris. Os voos diretos dependem da Airbus e Boeing, que na época foram desafiadas pela companhia australiana a aumentar o alcance das suas aeronaves.

787-9 da Qantas
Na última semana, dois anos após o anúncio do Project Sunrise, o CEO da Qantas, Alan Joyce, disse em uma conferência em Seoul que aguarda para até agosto, a “última e melhor oferta” das duas maiores fabricantes de aviões do mundo. A Qantas decidirá até o final do ano se assinará ou não o contrato multi-bilionário que envolve a compra das novas aeronaves de ultra longo alcance. As ofertas finais da Airbus e Boeing, para as aeronaves A350 e B777X, deverão incluir além dos preços, garantias de desempenho, confiabilidade e custos de manutenção.

Destinos no “Project Sunrise”, apresentado em 2017
O diretor-executivo da Qantas se encontrou com diretores das fabricantes nos últimos dias e teve “boas conversas” com ambos. A provável primeira rota de lançamento do Project Sunrise seria Sydney-Londres, configurada em quatro classes de serviço: econômica, econômica premium, executiva e primeira classe.
Conforme o infográfico abaixo elaborado pelo jornal The Sydney Morning Herald, a atual rota mais longa da Qantas liga a cidade de Perth a Londres em 17 horas. Com o voo saindo de Sydney, é esperado que o tempo total da jornada ultrapasse 20 horas. Se confirmado, será o mais longo do mundo – superando o da Singapore Airlines que conecta Cingapura a Nova Iorque (temos avaliação aqui).

Reprodução: The Sydney Morning Herald
Além das cidades do Project Sunrise anunciadas em 2017 (Rio, Cidade do Cabo, Nova Iorque, Londres e Paris) a companhia estaria avaliando rotas para Chicago e Frankfurt.
Air New Zealand
Em março divulgamos que a oponente Air New Zealand estaria próxima a concluir um pedido de aeronaves wide-bodies para substituir sua frota de Boeing’s 772ER. A companhia estaria aproveitando a ocasião para adquirir aeronaves também capazes de operarem rotas longas, como Auckland-Nova York e Auckland-São Paulo. Para realizar seu objetivo, a Air New Zealand tem interesse em encomendar Boeing’s 789 modificados – já que os atuais ainda não são capazes de percorrerem essa distância, a solução seria o aumento do peso máximo de decolagem.
Considerações Finais
É interessante observar a movimentação das companhias da Oceania a procura de aeronaves de ultra longo alcance. Ainda que a Qantas tenha anunciado há 2 anos o Rio de Janeiro como uma das cidades do Project Sunrise, dificilmente a rota para a capital fluminense teria mais demanda do que para São Paulo. Em recentes pronunciamentos a Qantas continua a demonstrar interesse pelo Brasil, sem mais especificar a cidade de destino no país.
Hoje todos os voos operados da Oceania para a América do Sul (pela Air New Zealand, LATAM e Qantas) têm como destino Argentina e Chile. Será que um dia veremos essas aeronaves aterrissando também em terras tupiniquins?