A GOL anunciou hoje que enviou uma nova proposta aos executivos da Smiles, programa de fidelidade parceiro da companhia aérea, para incorporar o programa à empresa. A companhia alegou que o desejo de ter a Smiles como parte da GOL – e não como uma empresa terceirizada – é para se adequar às outras aéreas ao redor do mundo, cujo programa de fidelidade faz parte da empresa. No início deste ano, por exemplo, a Air Canada realizou um movimento semelhante ao incorporar o programa Aeroplan.
A reincorporação da Smiles é desejo antigo da GOL – que, conforme postamos anteriormente, não havia conseguido chegar a um acordo na primeira metade de 2019. Atualmente a GOL é dona de 53% das ações do programa e serão seus acionistas que darão rumo as novas negociações.
Dessa vez, a companhia pretende não “perder” a Smiles e, com isso, ofereceu um contrato maior do que o proposto anteriormente. Pelos termos da proposta, os minoritários receberiam R$ 41,74 por ação, parte em dinheiro e parte em ação. Ou seja, um bônus de 25% em relação ao preço de fechamento de sexta-feira da Smiles, de R$ 31,74.
A GOL busca ter o mesmo poder de barganha da LATAM, que reintegrou o programa Multiplus (agora LATAM Pass), para obter o total o controle da Smiles. Veja abaixo o organograma da estrutura societária atual e da estrutura societária pretendida após uma possível reintegração:
Além disso, a GOL também pontuou quais os principais objetivos dessa reunificação:
- Assegurar a competitividade de longo prazo do Grupo nos seus principais mercados (viagens aéreas e programas de fidelidade);
- Unificação das bases acionárias de GOL e Smiles em uma única companhia aberta, o que simplificaria a estrutura acionária do grupo, alinhando os interesses de todos os acionistas e aumentando a liquidez no mercado das ações negociadas;
- Aprimoramento e maior eficiência da governança e na tomada de decisões, através da maior coordenação administrativa e do compartilhamento do plano de negócios e da definição de objetivos para todas as empresas do grupo;
- Integração total (em contrapartida à mera consolidação) dos resultados financeiros e operacionais das operações, dos balanços e fluxos de caixa da Smiles, GLA e da GOL de forma a permitir ao Grupo otimizar sua estrutura de capital, custo de capital e recursos financeiros, permitindo que a companhia aérea concorra de forma mais eficaz e que o programa de fidelidade se beneficie do melhor posicionamento de seu principal parceiro de negócios;
- Reforço da estrutura de capital da companhia aérea;
- Realização de sinergias, incluindo gerenciamento de receitas mais dinâmico e a eliminação de ineficiências tributárias, resultantes da estrutura societária atual, entre outras;
O comunicado da GOL destaca que, após a incorporação, a Smiles permanecerá com personalidade jurídica, patrimônio próprio e passará a ser uma subsidiária integral da GLA (GOL Linhas Aéreas). O objetivo é obter uma maior sinergia entre as operações. O cronograma proposto pela GOL sugere que as assembleias gerais das empresas sejam feitas em 2 de março de 2020.
Caso as conversas não cheguem a lugar algum, as duas empresas continuarão seguindo o longo contrato que vai até 2032.