Quais são as regras dos aplicativos de pagamento em 2024? Vale a pena pagar por suas taxas?

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Por Priscila Brisighello

Um dos maiores aliados de quem acumula pontos e milhas são os aplicativos de pagamento. No entanto, há um tempo que eles vem restringindo os seus benefícios ao reduzir os limites nas transações financeiras com cartão de crédito e ao cobrar taxa em cima dos valores que ultrapassem o permitido gratuitamente. Depois de tantas mudanças, passa a ser necessário entender o que nos restou em 2024 – e é isso o que vai descobrir neste texto!

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Os aplicativos de pagamento

Já pensou em transformar a maior parte da sua movimentação financeira em pontos no seu cartão de crédito? Seria interessante, não é mesmo? Pois saiba que isso é possível graças aos aplicativos de pagamento. Com eles, você pode aumentar a fatura do seu cartão sem necessariamente desembolsar mais por isso. Entenda como!

Normalmente, quem não está habituado a utilizar estes aplicativos de pagamento costuma recorrer ao saldo disponível em banco para realizar determinadas transações financeiras, como pagar boletos de consumo. E o que acontece quando você faz isso? Não ganha nenhum ponto para ser aproveitado no mundo das milhas! No entanto, com os apps, é possível quitar contas, fazer transferência e outras movimentações com o seu cartão de crédito, utilizando apenas o limite para isso. A contrapartida, você já sabe: muitos pontos gerados!

Para entender melhor o funcionamento dos aplicativos de pagamento, recomendamos que leia o nosso texto “O manual das carteiras digitais e aplicativos de pagamento”. Para acessá-lo, é só clicar aqui.


As regras dos aplicativos de pagamento em 2024

Conforme falamos na introdução, de uns tempos para cá, os aplicativos de pagamento foram enxugando os seus benefícios. Uns reduziram o seu limite gratuito de transações financeiras, enquanto outros aumentaram as suas taxas e assim por diante. A verdade é que, aos poucos, este enorme aliado de quem acumula pontos e milhas vai se extinguindo – pelo menos, no que se refere às movimentações sem cobrança.

Em 2024, sobraram poucas oportunidades de transformar os seus pagamentos em pontos no cartão de crédito de maneira gratuita por meio dos apps. Recentemente, por exemplo, noticiamos que o RecargaPay aumentou novamente as taxas para pagamento de boletos e pix. Notícias como essa estão, infelizmente, cada vez mais comuns.

Para você usufruir melhor do que nos restou de aplicativo de pagamento, listamos as regras atuais dos principais deles. Confira:


PicPay

Desde 02 de março de 2022, o PicPay zerou o limite de transferência gratuita, cobrando taxa em quaisquer transações financeiras com cartão de crédito. Veja como ficou:

  • Transferência entre contas PicPay com cartão de crédito: 5,99% por transação.
  • Pagamentos de boletos, com saldo adicionado via cartão de crédito: 5,99
  • Pagamento parcelado de boletos com saldo adicionado via cartão de crédito: taxa de 5,99% por parcela
  • Adicionar dinheiro com cartão de crédito à vista: taxa de 5,99%
  • Adicionar dinheiro com cartão de crédito parcelado: taxa de 5,99%

Com a tarifa cobrada, caso você realize uma transferência no valor de R$1.000 utilizando o seu cartão de crédito, por exemplo, será aplicada a taxa de 5,99%, totalizando um custo de R$59,99.


Mercado Pago

Um dos pioneiros do mundo dos aplicativos de pagamento também está cobrando taxas. Desde 2021, o Mercado Pago passou a cobrar nos pagamentos de boletos e nas transferências de dinheiro efetuados com cartão de crédito.

  • Pagamento de contas com cartão de crédito: taxa de 3,99%
  • Transferências entre contas Mercado Pago: taxa de 4,99%

Assim como o PicPay, o Mercado Pago não possui limite de valores que podem ser movimentados dentro da sua plataforma.


RecargaPay

Conforme já anunciamos acima, o Recarga Pay vem aumentando com certa frequência a taxa de pagamento de boletos e pix com cartão de crédito. Atualmente as taxas do Recarga Pay são as seguintes:

  • Pagamento de boletos com cartão de crédito: taxa de 3,89%;
  • Pagamento de contas com cartão de crédito: taxa de 1,99%;
  • Transferências ou pagamentos por Pix com o cartão de crédito: taxa de 3,89%;

Conforme noticiamos aqui, desde setembro/2023 os usuários Recarga Pay Prime+ não tem mais taxas diferenciadas.


AME Digital

Assim como a maioria dos aplicativos, o AME Digital também mudou as suas regras em 2021 e foi para (o nosso) pior. Desde outubro do ano passado, o app passou a cobrar 3,59% de taxa em transferências entre contas feitas com o cartão de crédito.

  • Pagamentos de contas com cartão de crédito à vista: taxa de 3,49%
  • Pagamentos de contas com cartão de crédito parcelado: taxa de 1,99% + 2,49% por parcela

Além disso, outros detalhes importantes sobre o AME:

  • No pagamento de contas, é permitido quitar até 2 boletos por dia no limite total de R$1.500. Por mês, o limite passa a ser de R$3.000;
  • Boletos gerados por outras contas digitais ou apps de pagamentos não podem ser pagos com AME;
  • Desde novembro de 2023 a AME não aceita transferência entre contas utilizando cartão de crédito.

99Pay

Diante de tantas mudanças negativas em 2021, o 99Pay era, de longe, uma das melhores alternativas, já que este aplicativo de pagamento encerrou o ano não cobrando taxa. No entanto, 2022 nos presentou com uma péssima notícia: a cobrança de 2,8% nas transações com cartão de crédito acima de R$600. Meses depois, o que era ruim ficou ainda pior: o limite gratuito foi de R$600 para R$100 e hoje não existe.

Ou seja, qualquer transação no 99pay que seja feita com cartão de crédito está sujeita a cobrança de taxa de 3,99% 


Outros aplicativos de pagamento

Há, ainda, outros aplicativos de pagamento, a exemplo do ZIGNET, iti e Zapay. No entanto, todos eles cobram taxas, as quais não são atrativas, o que faz a transação não valer a pena.


Cartões que pontuam em apps de pagamento

Como já falamos aqui, diversos bancos anunciaram alteração na política de pontuação para impedir que transações em aplicativos de pagamento gerem pontos. Isso é muito importante, já que se a intenção do usuário for utilizar estes aplicativos para gerar pontos, irá se frustrar.

Bradesco, C6, Itaú, Santander e Unicred já anunciaram que seus cartões não geram pontos com tais transações. Atualmente, os cartões emitidos nos seguintes bancos ainda permitem o acúmulo de pontos com este tipo de pagamento:

  • Banco do Brasil;
  • Banco de Brasília (BRB);
  • BTG;
  • Caixa;
  • Porto Bank;
  • Sicredi.

Vale a pena pagar taxas nos aplicativos de pagamento?

Com a mudança de política de alguns bancos sobre a pontuação nos aplicativos de pagamento esta modalidade deixou de valer a pena para geração de pontos. Isso porque, em vários bancos, sequer há geração de pontos. E nos cartões que ainda geram pontos, as altas taxas cobradas deixam a transação financeiramente desinteressante.

Vejamos um exemplo fictício de pagamento de um boleto de R$ 1.000 usando um cartão que pontue 2.2 pontos por dólar no Recarga Pay, que cobra uma taxa de 3,89%. Esta transação custará em taxas R$ 38,90 e gerará aproximadamente 415 pontos.

A título de comparação, a Esfera e Livelo fazem promoções com certa frequência onde cada 1.000 pontos são vendidos por R$ 35. Usando a carteira digital, seriam pagos R$ 3,90 a mais para receber menos da metade dos pontos que na compra direta.

Eventualmente, se houver nestes bancos alguma promoção de acúmulo turbinado por gastos, pode ser que exista vantagem, mas isso deve ser analisado com calma e estratégia para maximizar os gastos e os pontos.


Comentário

Com o aumento das taxas cobradas pelos aplicativos e a imposição de políticas restritivas por vários bancos, em regra, não está sendo vantajoso usar aplicativos de pagamentos para geração de pontos e milhas. Mas em situações pontuais onde houver bônus por gastos em bancos que pontuam com este tipo de pagamento, usar este tipo de pagamento pode ser uma estratégia interessante.

O que você achou da análise? Utiliza alguma estratégia específica dos aplicativos de pagamento para gerar mais pontos no seu cartão de crédito? Comente aqui.

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