A Qantas parece estar mais disposta do que nunca a tirar do papel o seu “Project Sunrise”. O objetivo do projeto é voar sem escala da Austrália para o Rio de Janeiro, Cidade do Cabo, Nova York, Londres e Paris.
No final do ano passado, a companhia aérea australiana anunciou que havia selecionado o A350-1000 como a aeronave preferencial caso o Project Sunrise prosseguisse, mas até agora eles ainda não decidiram se seguirão em frente com o projeto ou não. A companhia tem até o final de março para finalizar seu pedido com a Airbus, assumindo que a ideia de iniciar os voos no início de 2023 seja mantida.
Resistência dos pilotos
Até o momento, a companhia aérea disse que a última lacuna para dar início ao projeto é fazer um acordo com seus pilotos que voam as rotas de longo alcance.
A Qantas e a Associação Australiana Internacional de Pilotos (AIPA) estão conversando sobre um novo contrato há meses, mas atingiram um impasse com pouco movimento de ambos os lados. A Qantas diz que está disposta a oferecer um aumento salarial de 3%, mas apenas se os pilotos estiverem dispostos a atingir certas metas de produtividade.
Mas a verdade é que a companhia parece não estar tão interessada nas reivindicações dos seus pilotos. Em um e-mail interno enviado na noite desta quinta-feira, o CEO internacional da Qantas, Tino La Spina, ameaçou trazer novos pilotos especificamente para o projeto se a equipe não aprovasse o acordo que está atualmente em discussão com o sindicato.
“No momento em que trabalhamos no Project Sunrise, vimos anúncios de concorrentes em seus próprios planos para voos de longa distância – como o voo da Air New Zealand de Nova York para Auckland”, disse La Spina.
O problema foi trazido à tona porque a Airbus não manterá o pedido da companhia aérea dos aviões A350-1000 sem a confirmação até o dia 31 de março.
“Fomos informados de que esse é o último prazo, e a Airbus realocará seus engenheiros para outros projetos se uma decisão não for tomada até lá”, informou o CEO. “Isso significa que é hora de tomar decisões”, complementou.
O comunicado ainda continua basicamente amaçando contratar novos pilotos de menor custo, se eles não concordarem com os termos:
“Não teremos outra alternativa viável, a não ser fazer o Sunrise voar por uma nova entidade de emprego que possa fornecer a base de custos necessária para esta importante oportunidade de negócio. Para ser absolutamente claro, essa não é a nossa principal opção. E sabemos que sinalizar isso não será bem recebido por muitos de vocês. Mas queremos garantir que vocês tenham todas as informações relevantes quando estiverem avaliando uma decisão”.
Parece que a companhia realmente está disposta a prosseguir com o projeto, custe o que custar. O que acha sobre o comunicado do CEO? Acha que o projeto vai para frente?