Hoje no quadro Perrengues de Primeira vamos compartilhar a história da Ana, que passou um verdadeiro sufoco em uma viagem para Cartagena, na Colômbia. Um problema com os documentos de identidade impediu ela e seu marido de embarcar, dando início a uma série de Perrengues de Primeira. Veja como ela lidou com toda essa situação!
Perrengue de Primeira
Olá pessoal do Passageiro de Primeira,
Me chamo Ana e sou uma assídua leitora do site de vocês e acompanho frequentemente o quadro Perrengues de Primeira. Hoje, decidi compartilhar com vocês uma situação que ocorreu comigo e meu marido quando estávamos indo para Cartagena, na Colômbia em 2019.
A viagem ocorreu em março daquele ano, tínhamos comprado nossas passagens com alguns meses de antecedência e estávamos super empolgados e ansiosos para conhecer o Caribe Colombiano.
Nossa rota na ida seria Rio de Janeiro – Cartagena, com conexões em Lima e Bogotá com a LATAM, o voo saía do Galeão às 21h35, nossa ideia era na conexão de Lima (que era de 8h, um pouca longa) ir para um hotel (que já estava reservado e pago) dormir um pouco e voltar ao aeroporto para seguirmos à Bogotá, cuja conexão era bem mais rápida (apenas 2h30) para enfim chegar em Cartagena, na Colômbia.
Em Cartagena, além de já termos feito toda a reserva no hotel e agendado os passeios, havíamos também comprado passagens para conhecer San Andres por 2 dias, pela aérea Viva Colômbia, com hotel e passeios todos pagos.
Seguro viagem (OK), Carteira de Vacinação Internacional (OK). Tudo reservado. Tudo pago. Tudo planejado. Uma viagem perfeita, não é mesmo? NÃO!! (risos)…
Nosso perrengue começou por causa de algo relativamente simples mas que não atentamos quanto à importância e, principalmente, à particularidade: nosso documento de identidade.
Eu e meu marido somos militares das forças armadas, devido a isso nós não usamos a identidade civil, já que temos a identidade militar. Sabíamos que para entrar nos países do Mercosul bastava apenas a identidade ou o passaporte, contudo, para a gente, nossa identidade militar bastava, e, por causa desse nosso entendimento, não nos preocupamos em tirar o passaporte, muito menos levar a identidade civil.
Queríamos deixar registrado nossa indignação e também nosso agradecimento (vocês já vão entender… rsrs) à LATAM. Primeiramente nossa indignação, pois ao chegarmos no Galeão fomos diretamente despachar as bagagens e fazer o check-in, a atendente da LATAM pediu nossas identificações e mostramos a identidade militar, ela aceitou (mesmo sabendo que iríamos fazer um voo internacional) não pediu a identidade civil ou o passaporte, despachou nossas malas e nos dirigimos ao raio-x e imigração, onde passamos também sem nenhum problema com nossa documentação.
O problema só foi percebido pela atendente da LATAM que estava responsável pelo embarque que, ao perceber nossa identificações, nos informou que não era permitido embarcar com identidade militar. Retrucamos, tentamos convencê-la que só tínhamos aquele documento, que éramos militares e não usávamos identidade civil, que a própria atendente do despacho aceitou e nos deixou prosseguir, enfim, nada funcionou.
Ficamos indignados pela LATAM ter nos feito passar por todas as etapas do embarque e simplesmente não ter nos impedido no momento que despachavámos nossas malas, evitando todo o constrangimento desnecessário…
Procuramos a supervisora responsável da LATAM, informamos o ocorrido e ela, devido a falha da autorização no despacho, nos autorizou a remarcamos nosso voo, sem custo, para os próximos dias.
Tudo isso ocorreu numa sexta à noite. Ao sermos retirados da área de embarque procuramos imediatamente o Juizado do Consumidor do Galeão para relatar o ocorrido, a servidora de plantão nos informou que tínhamos a opção de ir até a Delegacia de Imigração da Polícia Federal no aeroporto Santos Dumont e tentar retirar um passaporte de emergência, que era confeccionado em até 24h. Como a delegacia só voltava a funcionar na segunda, tivemos que ficar o fim de semana inteiro no Rio, pagando hotel e, consequentemente, perdendo a reserva feita em Lima, o check-in em Cartagena e os primeiros passeios na cidade.
Na segunda, fomos à delegacia da Polícia Federal no Santos Dumont e demos entrada no passaporte emergencial, contando nossa história e tentando convencê-los que fazíamos jus. Para confeccionar o passaporte, eles queriam minha certidão de casamento, já que tinha mudado de nome após o casamento, de imediato ligamos para um amigo que foi até a nossa casa e mandou a cópia através do posto da PF da cidade onde morávamos, por meio de um agente que teria que autenticar a veracidade da certidão. (Meu Deus, quanta dificuldade para viajar… rsrs).
Após toda essa saga, conseguimos fazer o passaporte. Mas, pra piorar, no dia seguinte era feriado no Rio e só conseguiríamos retirar o passaporte com 48h, totalizando cinco dias da data inicial da viagem, a essa altura já tínhamos perdido as passagens para San Andres, o hotel, todos os passeios, etc.
Com o passaporte em mãos, fomos até o guichê da LATAM no Santos Dumont e fizemos a remarcação do voo para o dia seguinte, ainda ganhamos um upgrade para a Premium Economy devido a econômica estar lotada… Rsrs. Reservamos novamente hotel e passeios, tudo em cima na hora, mas ainda bem que deu certo.

Cayo Cangrejo, uma micro ilha localizada próxima a San Andrés.
Como já dito no início, cabe não só indignação pelo ocorrido mas também o agradecimento à LATAM, pois devido a toda essa confusão, a empresa nos reembolsou com todas as diárias que pagamos durante nossa permanência no Rio.
No final de tudo fica o aprendizado. Pra viajar agora, seja pra onde for, o passaporte vem em primeiro lugar, haja o que houver. Hahahahaha.
Ana
Comentário
Que perrengue Ana! Mesmo tendo feito todo o checklist para sua viagem, um detalhe acabou passando despercebido!
Apesar de todo esse sufoco, que bom que você ainda conseguiu viabilizar sua viagem e ser reembolsada com parte das despesas que teve enquanto aguardava seu passaporte de emergência.
Como todo Perrengue de Primeira que postamos, esse é mais um que oferece uma lição importante. Ainda que a identidade militar seja algo específico para algumas pessoas, devemos sempre verificar todos os documentos necessários antes de iniciar uma viagem para evitar qualquer contratempo!
Alguém já passou por experiência parecida a da Ana por ter “esquecido” algum documento?
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