O bilionário Richard Branson, acionista majoritário e CEO da Virgin Atlantic estaria procurando por compradores interessados em adquirir a sua participação na companhia. Nos últimos dias a companhia tem passado por um turbilhão de emoções que incluiu desde a sua desistência em começar a operar no Brasil até um pedido por ajuda governamental para manter suas operações.
Agora, segundo o Telegraph, Richard Branson está buscando um comprador para a Virgin Atlantic e estabeleceu um prazo final de maio para salvar a companhia aérea do colapso e com isso está efetivamente desistindo de buscar um empréstimo de £ 500 milhões concedido pelo governo do Reino Unido.
Historicamente, a Virgin registrou lucros apenas três vezes na última década, enquanto a British Airways, sua principal concorrente, atingiu recordes de lucratividade.
A IAG, proprietária da British Airways, não está pedindo apoio do governo. A EasyJet, também muito lucrativa, recebeu um empréstimo de £ 600 milhões.
Branson atualmente detém 51% da companhia. A Delta Airlines é a detentora dos outros 49%. A Virgin já pediu uma ajuda financeira ao governo do Reino Unido, que foi negada.
Segundo a Forbes, a Delta também já recusou aporte de capital à companhia. “Não estamos em posição de assumir compromissos financeiros”, disse o CEO da Delta, Ed Bastian, aos investidores. A Delta, neste momento, está concentrando recursos em sua própria operação.
Bastian sugeriu que a Virgin Atlantic poderia entrar em administração voluntária e se reestruturar, tal qual a Virgin Australia está fazendo. Atualmente, o Virgin Group de Branson possui 10% da Virgin Australia.
Branson, entretanto, parece focado em angariar novos fundos ao invés de entrar em administração voluntária. Segundo o Telegraph, aproximadamente 50 empresas se mostraram interessadas no acordo. Nenhuma delas seriam companhias aéreas.
Oferta de compra no passado
Como bem lembrou o One Mile At a Time, a Air France-KLM, Delta e Virgin Atlantic anunciaram, no começo do ano, uma nova joint venture com o objetivo de oferecer uma maior variedade de rotas e opções de fidelidade em viagens entre América do Norte, Europa e Reino Unido.
Antes mesmo desse acordo, em 2017 foi anunciado que a Air France-KLM compraria uma participação de 31% na Virgin Atlantic, a um custo de 220 milhões de libras esterlinas. Com a compra, a Virgin Atlantic seria detida em 49% pela Delta, 31% pela Air France-KLM e 20% por Branson.
No último minuto, porém, Branson cancelou o acordo, pois queria manter sua participação na companhia aérea.
A situação da Virgin Atlantic tem mudado muito rápido. Vamos continuar acompanhando os desdobramentos dessa história.