Pilotos da Air New Zealand tiveram problemas em um voo para Seul e acabaram operando um voo de quase 12 horas para “lugar nenhum”. Na sexta-feira (19), o voo deveria sair de Auckland, na Nova Zelândia, para o Seul, na Coreia do Sul, mas no meio do trajeto os pilotos encontraram um problema no Boeing 787-9 da companhia e retornaram ao aeroporto de origem.
O avião estava no ar por cerca de 5h20min, sobrevoando o Oceano Pacífico perto da Ilha de Manus, Papua Nova Guiné, quando a tripulação tomou a decisão de dar meia-volta. A decisão foi tomada devido falhas em dois computadores que são usados para a navegação dos pilotos. Dois dos três monitores da cabine não estavam funcionando direito, então eles resolveram não arriscar seguir destino com apenas um funcionando e optaram por voltar à Nova Zelândia.
O “voo de volta” levou 5h45min, então, ao todo, o avião passou cerca de 12h no ar – quase o mesmo tempo da operação total para Seul. Chegando no Aeroporto de Auckland, a Air New Zealand rapidamente se prontificou em conseguir uma aeronave substituta para os 55 passageiros que estavam a bordo. Com um outro avião, a tripulação não teve problemas em completar o trajeto e os viajantes chegaram no aeroporto de destino com 34 horas de atraso.
A situação da Air New Zealand foi parecida com a da KLM, que também foi forçada a operar um “voo para lugar nenhum” após problemas em uma operação, cujo destino era o Rio de Janeiro. Devido a um incidente com o painel externo do para-brisa direito da cabine do [também] Dreamliner, os pilotos abandonaram o destino final e retornaram para Amsterdã onde a aeronave passou por revisão e os passageiros foram realocados em outro voo.
Voos para lugar nenhum
Os voos para lugar nenhum receberam bastante atenção nos últimos meses, devido ao impedimento e ao fechamento das fronteiras em diversos países do mundo. A operação nada mais é do que um voo que tem como destino o próprio aeroporto de origem (semelhante a um voo panorâmico). Diversas companhias aéreas viram este tipo de operação como uma forma de diminuir o prejuízo causado pela pandemia.
Na Oceania, por exemplo, a australiana Qantas (que ainda não está operando voos internacionais) foi outra empresa aérea que fez este tipo de voo. Além da companhia, a Singapore Airlines e a ANA também operaram voos “bate e volta”. No caso da japonesa, a aeronave utilizada para o trajeto foi o A380 Flying Honu.
Diferente do que aconteceu com a KLM e a Air New Zealand, os voos para lugar nenhum dessas outras companhias foram vendidos para serem operados com o destino sendo o mesmo que o aeroporto de origem do voo.
Apesar de todo o atraso e problema durante o voo, vale destacar a tomada de decisão assertiva da tripulação, que preferiu voltar ao aeroporto de origem para a segurança de todos que estavam a bordo.
Qual seria sua reação se estivesse em um voo desses?