Comparando emissões! Cidade do México para Los Angeles na Classe Executiva da Aeromexico

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Por Raimundo Junior

Dando sequência à nossa nova série em que comparamos os custos de uma emissão para a mesma rota e companhia aérea, considerando o resgate em diversos programas de fidelidade, vamos trazer um voo na Classe Executiva do 787-9 da Aeromexico, da Cidade do México para Los Angeles.

Neste post, vamos mostrar os custos de emissão para voar na Classe Executiva do 787-8 da Aeromexico, entre Cidade do México e Los Angeles. Os programas utilizados foram Smiles (GOL), SkyMiles (Delta) e Flying Blue (Air France/KLM).

Muitas vezes, além das milhas em si, há outros fatores que incidem sobre uma emissão, como taxas cobradas pelos próprios programas e companhias aéreas, que têm interferência direta no custo final do resgate. Pensando nisso, criamos essa série com o objetivo de ajudar você a tomar a melhor decisão na hora de escolher o programa de fidelidade ideal para a sua emissão.


Cidade do México para Los Angeles na Executiva da Aeromexico

Como dito no começo, a fim de comparar um resgate para voar entre o México e Estados Unidos, na Classe Executiva do 787-8 da Aeromexico, utilizaremos três programas de fidelidade: Smiles (GOL), SkyMiles (Delta) e Flying Blue (Air France/KLM), todos com possibilidade de resgate online. É preciso dizer que, dos programas a que temos acesso no Brasil, o TudoAzul também permitiria o resgate, mas só mostra tarifa comercial elevadíssima, razão pela qual não incluímos no comparativo.

Programas de fidelidade

  • Smiles (GOL): embora não participe de nenhuma aliança, a Smiles tem muitos parceiros bilaterais e tem um excelente acordo com a Aeromexico, apesar da baixíssima disponibilidade nos voos de/para o Brasil. Ainda assim, é possível encontrar ótimos resgates para outras rotas, como a mostrada nesse comparativo;
  • SkyMiles(Delta Airlines): o programa de fidelidade da Delta foi o primeiro parceiro aéreo anunciado pelo Membership Rewards do American Express do Santander, trazendo de volta a possibilidade de remessa para o programa americano, coisa que não tínhamos desde que o Amex-Bradesco trocou as parceiras então vigentes do MR pela Livelo. Embora a conversão seja de 1:1, a dificuldade, por ora, é que os cartões Amex-Santander ainda não foram incluídos nas campanhas Bateu, Ganhou. Com isso, os custos de geração continuam elevados;
  • Flying Blue (Air France/KLM): o programa de fidelidade da Air France/KLM é parceiro do Membership Rewards do American Express do Santander e também da Livelo, porém o problema aqui é o custo relativo das milhas. Isso porque a taxa de conversão na Livelo é 2:1 e os cartões Amex do Santander não foram incluídos na atual campanha Bateu, Ganhou;

Custos de geração das milhas e pontos

O custo relativo das “moedas” envolvidas em cada um destes resgates é de extrema relevância para avaliar os valores finais de cada emissão. Para apurar o CPM [custo para cada mil milhas] em cada um dos programas, vamos levar em consideração as melhores aquisições destes pontos de acordo com as promoções dos últimos meses e com as perspectivas de curto prazo.

Smiles

Para Smiles, vamos considerar o valor oferecido em campanhas de compra de pontos com desconto de 70%, as quais têm acontecido com alguma regularidade nos últimos anos. Deste modo, temos um CPM de R$21.

Delta SkyMiles e Air France/KLM Flying Blue

Para o Delta SkyMiles e o Air France/KLM Flying Blue, os custos são idênticos, uma vez que estamos considerando, para ambos, o envio de pontos do MR do Amex-Santander. Apesar da paridade de transferência 1:1, não é possível gerar milhas no programa de maneira barata, já que, infelizmente, os cartões do Amex-Santander não entraram na última campanha Bateu, Ganhou!. Além disso, cabe ressaltar que não é possível comprar pontos MR, como acontece hoje com a Esfera.

Diante deste cenário, para calcular o CPM, iremos considerar como referência a taxa média de 2,80% cobrada pelas carteiras digitais nas transações financeiras utilizando cartão de crédito, além da pontuação do The Platinum Card de 2,2 pontos por dólar. Por consequência, teremos um CPM de, aproximadamente, R$ 69,80, considerado o dólar oficial do fechamento de 14/09 + 6% de spread.


Comparação geral

Como esse resgate não apresenta variação em função do sentido da rota, já que não é cobrada a taxa YQ em nenhum momento, vamos nos limitar a mostrar o resgate one-way, apenas no sentido de ida.

Smiles
Milhas: 18.900
Taxas: R$ 529

O programa apresenta um abismo de diferença em relação aos demais, já que, além de cobrar o menor valor absoluto em milhas, de longe, ainda tem um custo muito menor de geração.

SkyMiles (Delta)
Pontos: 37.500
Taxas: $83 (R$ 430)

Apesar dos valores relativamente baixos em milhas, há uma grande diferença de custo efetivo em relação ao Smiles, dado o elevado custo de geração de pontos MR, que podem se transformar em SkyMiles.

Flying Blue
Pontos: 40.500
Taxas: $ 102 (R$ 528)

Aqui, temos um bom exemplo de péssimo uso das valiosas milhas Flying Blue. Definitivamente, a rota não é lugar de uso do programa, que, além de cobrar o maior número absoluto, tem elevado custo de geração.


Comparação efetiva

Como pontuamos no tópico anterior, esse resgate não varia em função do sentido da rota, pois não há cobrança de YQ, independentemente de partir ou não do Brasil. Por isso, vamos mostrar uma única tabela comparativa de um trecho avulso (one-way), e, para calcular uma viagem de ida e volta (round-trip), basta duplicar os valores:

Na matéria de hoje, vemos como a facilidade e baixo custo de geração das milhas e pontos dos programas nacionais acabam oferecendo oportunidades de resgates que superam bons programas internacionais. Quando se associam custo de geração, com tarifa baixa em milhas, nossos programas ficam imbatíveis. Infelizmente, não é tão comum conjugar esses fatores.


Fatores a considerar

Custos referenciais variáveis: tenha em mente que os custos de milhas e pontos que adotamos nos nossos cálculos podem variar de usuário para usuário, inclusive em decorrência da utilização eventual de alguns cartões de crédito. Não levamos em conta os diversos leitores que detêm cartões emitidos no mercado internacional, cujos custos teriam outra avaliação;

Falta de uniformidade sobre a definição do custo de milhas e pontos: para a matéria, levamos em conta os custos das taxas em pagamentos feitos em carteiras digitais, já que, no momento, essas são as modalidades mais em conta para ter acesso às milhas do Membership Rewards dos cartões Amex Santander. Não esqueça, contudo, que há outras formas de considerar esses custos. Muitos consideram “zero” o custo dos pontos gerados no cartão em gastos orgânicos, o que reduz muito o valor médio, a depender do volume de gastos. Particularmente, prefiro ter como referência o custo de geração por meios pagos para o caso de precisar de grande quantidade. Não podemos dizer, entretanto, que uma forma seja mais correta que a outra;

Fique atento ao custo relativo das milhas e a incidência de taxas: como temos mostrado nessa série, nem sempre o menor número de milhas representa o menor custo. No entanto, o comparativo de hoje mostra o contrário: o programa com o menor valor absoluto em milhas é que entrega o melhor custo final, o que costuma ser o mais racional. Leve sempre em conta o valor relativo dessas milhas, além de outros custos incidentes, como taxas de emissão e/ou de combustível;

Momento de instabilidade no mercado nacional de milhas e pontos vs estabilidade (relativa) dos programas internacionais: esse mercado é extremamente volátil e se move ao sabor das oscilações de oferta e procura. Nos últimos meses, no entanto, temos notado mudanças e oscilações que ultrapassam os limites da previsibilidade, tanto para acúmulo, quanto uso das milhas e pontos. É verdade que tivemos um período favorável durante a fase mais aguda da pandemia, na qual abundavam as possibilidades de acumular pontos, ao tempo em que a demanda estava baixa, dadas as restrições de viagem e, por consequência, era possível realizar resgates fáceis e baratos. O quadro hoje está bem mais complicado, é preciso reconhecer.

Outros fatores: além desses fatores, também é prudente levar em consideração se há milhas próximas ao vencimento em algum dos programas em que o resgate é permitido. Adicionalmente, não deixe de avaliar os mecanismos de que você dispõe para repor essas milhas num futuro próximo ou médio. Opte por não utilizar aqueles pontos que já sabe que serão usados em outro resgate.


Comentário

Ter uma visão geral do custo relativo das milhas e pontos, é fundamental para avaliar os melhores resgates em cada um dos programas. Quando o resgate é possível em mais de um desses programas, essa comparação se mostra ainda mais relevante para que tenhamos sempre os maiores benefícios no uso eficiente desse ativo de valor, que é nosso acervo de milhas e pontos.

E você, costuma comparar os custos do resgate em cada programa que utiliza? Quais os principais fatores que costuma priorizar?


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