Comparando emissões! São Paulo para Recife voando GOL

Notícias Programas de fidelidade

Por Raimundo Junior

Como você vem acompanhando nas últimas semanas, nesta série estamos comparando os custos de uma emissão para a mesma rota e companhia aérea, considerando o resgate em diversos programas de fidelidade. No post de hoje, faremos uma comparação de resgate para um voo doméstico entre São Paulo e Recife, mostrando opções de resgate no Smiles e outros programas internacionais parceiros da GOL.

Embora tenhamos privilegiado mostrar comparações de voos internacionais em cabines premium, hoje vamos mostrar um comparativo de voo doméstico com a GOL, utilizando o resgate pelo próprio Smiles em confronto com outros programas parceiros da GOL.

O objetivo principal do nosso comparativo é ressaltar as boas oportunidades trazidas pela parceria com a American Airlines através do seu programa AAdvantage, suprindo as necessidades de emissão de bilhetes naquelas datas em que o Smiles esteja cobrando valores elevados para a rota. Aliás, em termos absolutos, na data pesquisada, o Smiles apresentou tarifa maior do que todos os demais parceiros.

Claro que em termos relativos, é preciso avaliar cautelosamente o custo dessas milhas e a potencialidade do uso delas em outros resgates mais elaborados. Contudo, a depender da diferença de tarifa, mesmo as milhas muito mais valiosas podem ser indicadas para o resgate, como parece ser o caso aqui mostrado.

Para esse comparativo, vamos utilizar como referência os programas Smiles, da própria GOL, AAdvantage, da American Airlines, TAP Miles&Go, da TAP, e Flying Blue, do grupo Air France/KLM.


São Paulo para Recife voando GOL

Dando sequência à nossa série, hoje vamos comparar um resgate doméstico para voar entre São Paulo e Recife com a GOL. Como dito no começo, utilizaremos quatro programas de fidelidade a que temos acesso no mercado brasileiro.

Programas de fidelidade

  • AAdvantage (American Airlines): o programa de fidelidade da American Airlines é, para muitos, o melhor programa a que temos acesso no Brasil e um dos melhores do mercado mundial. Particularmente, partilho dessa avaliação, apesar de reconhecer que a chegada de KrisFlyer e Flying Blue ao Amex Santander trouxe concorrentes à altura para o nosso ambiente doméstico de milhas e pontos. O presente resgate, entretanto, mostra que o AAdvantage, no geral, está um degrau acima desses programas. E o melhor é que em situações especiais, como está acontecendo neste exato momento, é possível gerar até 4 pontos por dólar gasto nas compras com o cartão de crédito AAdvantage Mastercard Black do Santander durante a campanha Bateu-Ganhou;
  • Smiles (GOL): embora seja possível encontrar valores  melhores em outras datas, especialmente quando há promoções, para a data específica do comparativo, o Smiles retornou valores bastante altos para a rota, fazendo com que, mesmo com o menor custo de geração, seja muito menos vantajoso que o AAdvantage;
  • TAP Miles&Go (TAP): o programa da aérea portuguesa é parceiro bilateral da GOL e utiliza tabela fixa para os resgates com a companhia aérea, cujos valores são equivalentes aos cobrados com os parceiros Star Alliance. Infelizmente, esse não é o melhor uso das milhas M&G, já que não há uma tabela específica para voos domésticos no Brasil, sendo cobrados os valores para voos entre países da América Central e do Sul; e
  • Flying Blue (Air France/KLM): o programa de fidelidade da Air France/KLM, que é parceiro do Membership Rewards do American Express do Santander e também da Livelo, tem parceria bilateral com a GOL. O problema aqui é o custo relativo das milhas, visto que a taxa de conversão na Livelo é 2:1 e os cartões Amex do Santander não foram incluídos na atual campanha Bateu, Ganhou.

Custos de geração das milhas e pontos

O custo relativo das “moedas” envolvidas em cada um destes resgates é de extrema relevância para avaliar os valores finais de cada emissão. Para apurar o CPM [custo para cada mil milhas] em cada um dos programas, vamos levar em consideração as melhores aquisições destes pontos de acordo com as promoções dos últimos meses e com as perspectivas de curto prazo.

AAdvantage

No caso do AAdvantage, o acesso no mercado brasileiro se dá através do cartão de crédito co-branded Santander AAdvantage Mastercard Black, Platinum ou Gold, sendo possível alavancar o acúmulo de pontos graças à atual campanha Bateu, Ganhou. Na melhor versão, Black, as compras permitem acumular até 4 pontos por dólar gasto ante os habituais 2×1.

Assim, levando em conta essa pontuação excepcional do Santander AAdvantage Black durante a campanha e a utilização em carteiras digitais com a taxa média de 2,80% para pagamento de boletos, encontramos um CPM aproximado de R$39. Para o cálculo, foi considerado o dólar oficial do fechamento de 03 de agosto + 6% de spread.

Smiles

Para Smiles, vamos considerar o valor oferecido em campanhas de compra de pontos com desconto de 70%, as quais têm acontecido com alguma regularidade nos últimos anos. Deste modo, temos um CPM de R$21.

TAP Miles&Go

Recentemente, o TAP Miles&Go deixou de fazer as suas usuais promoções agressivas de transferências bonificadas com parceiros financeiros do Brasil. Por exemplo, o bônus máximo da última campanha, não vinculado à compra de pontos, foi de 60% e a oferta não incluía a Livelo, único parceiro em que há como precificar a compra de pontos.

Por tal razão, vamos focar o padrão comparativo no valor das milhas do Club TAP Miles&Go Platinum, que fica em torno de R$ 33,22. Para chegar a esse CPM, consideramos as 108 mil milhas geradas num ciclo de assinatura (12 x 8.000 milhas mensais + 12.000 milhas de bônus de assinatura, fora de campanhas promocionais), face ao custo de R$ 3.588 (10 x R$ 358,80) do Club.

Flying Blue

Sobre o Flying Blue, vale lembrar que, desde que o Membership Rewards dos AMEX-Bradesco foi transferido para a Livelo, a única opção para gerar suas milhas ficou sendo através da Livelo com o inconveniente do deságio 2:1. Todavia, com a recente inclusão do programa de fidelidade no novo MR dos AMEX-Santander, voltamos a ter outro parceiro com taxa simples de transferência.

Ainda que a paridade de transferência seja de 1:1, não é possível gerar pontos no MR-Amex Santander de maneira barata, já que, infelizmente, os cartões do Amex-Santander não entraram nas últimas campanhas Bateu, Ganhou. Além disso, cabe ressaltar que não é possível comprar pontos MR, como acontece hoje com o Esfera.

Diante deste cenário, para calcular o custo, iremos considerar como referência a taxa média de 2,80% cobrada pelas carteiras digitais nas transações financeiras utilizando cartão de crédito, além da pontuação do The Platinum Card de 2,2 pontos por dólar. Por consequência, teremos um CPM de, aproximadamente, R$ 70,07, considerado o dólar oficial do fechamento de 03 de agosto + 6% de spread. Com isso, o custo de geração atual está equivalente entre mandar Livelo (comprado a R$35) com deságio 2:1, ou através da remessa de pontos MR-Amex Santander, utilizando essas carteiras digitais.


Comparação geral

Como esse resgate não apresenta variação em função do sentido da rota, vamos nos limitar a mostrar o resgate one-way, apenas no sentido de ida.

AAdvantage (American Airlines)
Milhas: 7.500
Taxas: R$40,26

Este é um dos muitos exemplos pelos quais o AAdvantage é considerado por muita gente – estou incluído nessa – como o melhor programa de fidelidade do mercado. A sensibilidade com que as questões pontuais são tratadas faz toda diferença. Além de já apresentar uma excelente tabela para parceiros, há o cuidado de criar valores específicos para rotas domésticas na maioria das regiões, o que permite o uso racional e otimizado das suas milhas, invariavelmente.

Smiles (GOL) – Classe Econômica
Milhas: 44.400
Taxas: R$ 40,26

Apesar do  maior valor em pontos, o menor custo custo médio de geração permite que o Smiles assuma uma posição intermediária no comparativo. Ressalte-se que o valor poderia ter sido limitado a 35.000 milhas por ser cliente Diamante. Para que houvesse a precificação geral, sem limitação, fiz a pesquisa deslogado da conta, visando mostrar o valor para quem não tem status máximo no programa.

TAP Miles&Go – Classe Econômica
Milhas: 30.000
Taxas: R$ 250 (valor estimado, considerada a taxa cobrada no Smiles + 40 euros da emissão no call center)

Apesar de ainda mostrar um valor mais baixo que o cobrado pelo Smiles, esse não nos parece um bom uso das cada dia menos abundantes milhas TAP Miles&Go, já que o programa não tem qualquer condições especial para os resgates domésticos no Brasil, voando parceiros. Portanto, a cobrança é feita como se fosse qualquer voo entre países da América Central e do Sul – você poderia voar entre Brasil e Costa Rica, por exemplo, pagando a mesma tarifa, o que seria um uso muito mais racional das milhas do programa português. Vale ressaltar que o resgate não é mostrado online, razão por que apresentamos os valores cobrados na tabela de parceiros bilaterais do M&G.

Flying Blue
Milhas: 28.500
Taxas: US$7,60 (R$40)

Apesar de cobrar a segunda melhor tarifa em milhas/pontos, o custo de geração das milhas do Flying Blue ainda não permite obter um valor competitivo para a rota.


Comparação efetiva

Como pontuamos no tópico anterior, este resgate não varia em função do sentido da rota, por isso vamos mostrar uma única tabela comparativa para um trecho avulso (one-way). Para calcular uma viagem de ida e volta (round-trip), basta duplicar os valores:

Resgate one-way (só ida) São Paulo – Recife – Classe Econômica GOL

No comparativo de hoje, vemos que, mesmo um ativo em milhas tendo custo menor, a precificação absoluta pode fazer diferença, especialmente em casos de grande divergência na precificação. Apesar disso, não sou um entusiasta do uso das valiosas milhas AAdvantage para resgates domésticos, sobretudo no Brasil, onde não temos Classe Executiva interna. Ainda assim, no exemplo mostrado, a vantajosidade é evidente, sendo obrigado a reconhecer que é, de longe, a melhor opção para esse resgate específico.

Vale ressaltar, ainda, que se você tiver status no AAdvantage, terá os benefícios observados ao voar com GOL e vice-versa.


Fatores a considerar

Custos referenciais variáveis: tenha em mente que os custos de milhas e pontos que adotamos nos nossos cálculos podem variar de usuário para usuário, inclusive em decorrência da utilização eventual de alguns cartões de crédito. Não levamos em conta os diversos leitores que detêm cartões emitidos no mercado internacional, cujos custos teriam outra avaliação;

Falta de uniformidade sobre a definição do custo de milhas e pontos: para a matéria, levamos em conta os custos de geração de milhas e pontos em campanhas promocionais de venda-transferência de pontos. Esteja atento a essas campanhas aqui no PP, de modo a tirar proveito dos menores custos de geração dessas milhas e/ou pontos. Para as milhas Flying Blue, cujo único meio de acesso no mercado brasileiro é através do Membership Rewards dos cartões Amex Santander, usamos como base as taxas em pagamentos de carteiras digitais. Não esqueça, contudo, que há outras formas de considerar esses custos. Muitos consideram “zero” o custo dos pontos gerados no cartão em gastos orgânicos, o que reduz muito o valor médio, a depender do volume de gastos. Particularmente, prefiro ter como referência o custo de geração por meios pagos para o caso de precisar de grande quantidade. Não podemos dizer, entretanto, que uma forma seja mais correta que a outra;

Fique atento ao custo relativo das milhas e a incidência de taxas: apesar de não ser o caso da matéria de hoje, no comparativo de outras semanas, temos visto que o resultado do custo efetivo muitas vezes posiciona o programa que exige o maior número de milhas na primeira colocação. Portanto, sempre leve em conta o valor relativo dessas milhas, além de outros custos incidentes, como taxas de emissão e/ou de combustível;

Outros fatores: além desses fatores, também é prudente levar em consideração se há milhas próximas ao vencimento em algum dos programas em que o resgate é permitido. Adicionalmente, não deixe de avaliar os mecanismos de que você dispõe para repor essas milhas num futuro próximo ou médio. Opte por não utilizar aqueles pontos que já sabe que serão usados em outro resgate.


Comentário

Ter uma visão geral do custo relativo das milhas e pontos é fundamental para avaliar os melhores resgates em cada um dos programas. Quando o resgate é possível em mais de um desses programas, essa comparação se mostra ainda mais relevante para que tenhamos sempre os maiores benefícios no uso eficiente desse ativo de valor, que é nosso acervo de milhas e pontos.

E você, costuma comparar os custos do resgate em cada programa que utiliza? Quais os principais fatores que costuma priorizar?


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