Atualmente, os olhos do mundo estão voltados a dois países: Estados Unidos e Irã. Não é para pouco, afinal de contas a angústia sobre uma possível guerra está batendo à nossa porta. Além de causar medo e mortes, o conflito armado entre esses países pode afetar o principal meio de locomoção mundial: o petróleo.
Na sexta-feira passada (03), após o ataque aéreo norte-americano que culminou na morte do comandante militar iraniano Qassem Soleimani, o preço do barril de petróleo Brent (referência mundial) saltou em 3%. O principal motivo desse aumento é por conta do recuo de investidores nos contratos futuros, devido preocupações sobre um possível conflito armado na região do Oriente Médio – local aonde se localiza as principais jazidas petrolíferas no mundo.
A Eurasia disse que o Irã deve focar em alvos militares norte-americanos, ao invés de instalações petrolíferas. Segundo a consultoria, não são descartadas ameaças contra embarcações comerciais ou infraestruturas de energia, mas a expectativa é que atividades nesse sentido não sejam “severas”.
Evolução no preço do petróleo
Com a alta do preço, que atingiu a marca de US$70 na última terça-feira (07), o barril de petróleo sofreu um leve recuo em seu valor – de 0,64 dólar, ou 0,93%, a US$ 68,27 por barril. Enquanto o petróleo dos Estados Unidos caiu 0,57 dólar, ou 0,9%, a US$ 62,70 por barril, segundo a agência de notícias Reuters. Mesmo com a queda, ele estabilizou em seu valor mais alto desde abril de 2019.
Veja abaixo um gráfico publicado pelo G1, aonde é possível ver os preços do barril desde janeiro de 2018:
Possível aumento no combustível de aviação
Caso os conflitos se intensifiquem, o preço do combustível tende a aumentar e o principal reflexo deve ser no preço das passagens. Empresários e analistas esperam que o custo do combustível fóssil chegue a 35% do faturamento do voo. Contudo, analistas da ING divulgaram uma nota informando que “caso não haja retaliação, o preço do barril tende a diminuir ainda no primeiro semestre deste ano“.
Uma alternativa à alta do preço, é a utilização de outras formas de combustível, entre eles o biocombustível – que é feito através da reutilização do óleo de cozinha. Apesar de ser uma fonte mais limpa e sustentável, o impasse fica no fato de ser algo muito novo, com o refinamento e a compra deste combustível sendo inviável à algumas companhias aéreas.
Durante o ano passado inteiro, era quase recorrente postarmos matérias sobre empresas aéreas buscando uma forma de praticar uma aviação mais limpa e menos prejudicial ao meio ambiente. Desde pinturas mais leves, até testes de catering reutilizado, 2019 foi um ano muito importante para o futuro da aviação.
Uma nova fonte de combustível também deu as caras em nossos posts, onde noticiamos um voo da Finnair até San Francisco feito com combustível sustentável, bem como a KLM e sua nova iniciativa “Voe com responsabilidade”. No entanto, o que está se desenhando atualmente é que, caso haja realmente um conflito armado, o biocombustível e outras formas de energia deverão deixar de ser apenas uma tendência, para virar um meio mais viável de operações.