Comparando emissões! São Paulo para Nova York na Classe Executiva da LATAM Airlines

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Por Raimundo Junior

Dando sequência à nossa nova série em que comparamos os custos de uma emissão para a mesma rota e companhia aérea, considerando o resgate em diversos programas de fidelidade, vamos trazer um voo em Classe Executiva com a LATAM Airlines entre São Paulo e Nova York.

Muitas vezes, além das milhas em si, há outros fatores que incidem sobre uma emissão, como taxas cobradas pelos próprios programas e companhias aéreas, que têm interferência direta no custo final do resgate.

Pensando nisso, criamos essa série, com o objetivo de ajudar você a tomar a melhor decisão na hora de escolher o programa de fidelidade ideal para a sua emissão.

No comparativo de hoje, vamos mostrar como programas internacionais, nos quais raramente se pensa em usar para voar com companhias locais, podem ser uma boa opção de resgate, dada a extinção dos resgates award no LATAM Pass, para os voos próprios LATAM.

Tratam-se dos programas Iberia Plus, da companhia espanhola Iberia e SkyMiles da Delta. Enquanto a precificação no Iberia Plus se dá por distância voada – GRU-JFK enquadrado na 6ª faixa, 4001-5500 milhas – sendo cobrados 77.250 avios para o resgate, a Delta Airlines tem tarifa base de 95.000 milhas para voar em Classe Executiva entre o Brasil e os Estados Unidos com parceiros.

Apesar desses não serem os melhores resgates em ambos os programas internacionais, estão hoje dentre as melhores opções para voar na Classe Executiva da LATAM, já que o custo da transformação do valor pagante em pontos, inviabilizou esses resgates no LATAM Pass.


São Paulo para Nova York na Executiva da LATAM Airlines

Dando sequência à nossa série, escolhemos um resgate que hoje tem sido uma grande dor de cabeça aos viajantes, quer pela falta de disponibilidade award, quer pelos altos valores cobrados nos resgates dinâmico: São Paulo para Nova York (Brasil para Estados Unidos).

Optamos por mostrar apenas três companhias aéreas, já que embora continue sendo possível, em tese, resgatar voos LATAM pelo Executive Club, da British Airways e Privilege Club, da Qatar Airways, esses programas não retornaram resultados para a data mostrada nesta matéria.

Com isso, vamos mostrar simulação de resgate com Iberia Plus, Delta SkyMiles e o próprio LATAM Pass, todos com possibilidade de resgate on-line.

Programas de fidelidade

  • Iberia Plus (Iberia): o programa de fidelidade da Iberia é parceiro direto tanto da Esfera quanto da Livelo. O melhor custo de geração é tirando proveito das campanhas Bateu-Ganhou do Santander, como a que se encerrou recentemente, o que facilita bastante a geração de pontos no programa. Mesmo com a lamentável desvalorização de 50% na taxa de transferência da Esfera, ainda é possível gerar Avios a um custo razoável, em circunstâncias excepcionais, como no comentado Bateu-Ganhou;
  • Delta SkyMiles (Delta Airlines): o programa de fidelidade da Delta foi o primeiro parceiro aéreo anunciado pelo Membership Rewards do American Express do Santander, trazendo de volta a possibilidade de remessa para o programa americano, coisa que não tínhamos desde que o MR do Amex-Bradesco trocou as parceiras então vigentes do MR, pela Livelo. Tal como no Flying Blue, a conversão aqui também é de 1:1. Pena que as boas oportunidades, embora existam, são mais escassas. Apesar disso, é possível boas emissões, especialmente com parceiros, já que cobra uma tarifa-base fixa nesses resgates, quando há vagas award;
  • LATAM Pass (LATAM): como mostramos aqui no Passageiro de Primera, com a implantação do novo sistema de emissão de bilhetes da LATAM, o programa extinguiu os resgates award para voos próprios LATAM, o que inviabilizou boa parte dos resgates para voar na sua empresa-mãe, especialmente para voos em cabine premium, cujo preço pagante costuma ser elevado. Esse problema agrava-se ainda mais, quando buscamos bilhetes one-way (apenas trecho de ida), que costumam ser proporcionalmente mais caros. Simplesmente transformar o valor do bilhete pagante em pontos, tornou esses resgates caríssimos, coisa, aliás, que se reflete no exemplo mostrado nesse comparativo.

Custos de geração das milhas e pontos

O custo relativo das “moedas” envolvidas em cada um desses resgates, é de extrema relevância para avaliar os custos finais de cada emissão.

Para apurar o CPM (custo por cada mil milhas) em cada um dos programas mostrados na matéria, vamos levar em consideração os melhores valores de aquisição desses pontos, conforme as promoções dos últimos meses, assim como as perspectivas de curto prazo.

O Iberia Plus têm parceria direta com Livelo, com a taxa 2:1, que daria um CPM mínimo de R$70, por isso a opção mais inteligente é considerar o melhor custo tirando proveito das promoções Bateu, Ganhou! do Santander, como a última que se encerrou em 30/04.

No caso dos cartões Esfera puros, a melhor opção está com os cartões Santander Unlimited Visa Infinite ou Mastercard Black. Nesses cartões, a pontuação da promoção que se encerrou no final de abril, foi de 5×1. Nesse patamar, com utilização em carteiras digitais com a taxa média de 2,80% para pagamento de boletos, teríamos um CPM aproximado de R$28,14 para os pontos Esfera, considerado o dólar oficial do fechamento de 31/05 + 6% de spread. Infelizmente, os Avios chegam no Iberia Plus, com o salgado CPM de R$56,28, em função do deságio (2:1).

Já para o programa da Delta, vale lembrar que desde quando o MR dos AMEX-Bradesco, foi transferido para a Livelo, ficamos sem opções para gerar milhas SkyMiles.

Por isso, a inclusão do programa no novo Membership Rewards dos AMEX-Santander, com a taxa 1:1, é motivo para comemorar. Apesar disso, ainda não temos opções baratas de gerar pontos no MR do Amex-Santander, já que o cartão, infelizmente, não entrou na última campanha Bateu, Ganhou!.

Como ainda não é possível comprar pontos MR, como acontence hoje com os pontos Esfera, balizaremos o custo no uso de cartão de crédito para pagamentos em carteiras digitais, com taxas.

Vamos usar como referência a pontuação do The Platinum Card, de 2,2 pontos por dólar e a taxa média de 2,80% para pagamento de boletos.

Nesse patamar, encontramos um CPM na casa de R$63,95, considerado o dólar oficial do fechamento de 31 de maio + spread.

Assim, vamos considerar o CPM de R$63,95, relativamente ao Delta SkyMiles.

Para o LATAM Pass, vamos considerar o valor oferecido na última promoção de compra de pontos com desconto, com percentual de até 65%, cujo CPM ficou em R$24,50.


Comparação geral

Como esse resgate não apresenta variação em função do sentido da rota, já que não é cobrada a detestável taxa YQ em nenhum desses resgates, vamos nos limitar a mostrar o resgate one-way, apenas no sentido de ida.

Resgate one-way (só ida/volta) São Paulo – Nova York em Classe Executiva

Iberia Plus
Pontos: 77.250
Taxas: $50,07 (R$237)

Apesar de não ser conhecida por uma das melhores rotas para resgatar Avios, com as sérias dificuldades atuais de encontrar passagem-prêmio a preços razoáveis, o Iberia Plus se mostra uma ótima alternativa para a viagem, pela quantidade de Avios relativamente baixa, em relação aos preços cobrados atualmente no mercado. Não fosse pelo grande deságio imposto pelo Santander em 2021, nas transferência da Esfera para o Iberia Plus, o resgate seria fenomenal.

Merece destacar, ainda, o fato do Iberia Plus estar emitindo bilhete one-way com o LATAM Pass, o que não era possível até recentemente.

Delta SkyMiles
Milhas: 95.000
Taxas: US$31,00 (R$145)

Optamos por deixar a imagem com as taxas em dólar, pela facilidade de análise, independentemente da data em que o post for lido.

Como dito acima, acaso haja vaga award em parceiros, essa é a tarifa-base que o SkyMiles cobra para voar entre o Brasil e os Estados Unidos, em Classe Executiva.

LATAM PASS
Pontos: 820.990
Taxas: R$236

Vale observar que o novo sistema de precificação do LATAM Pass, para os voos próprios LATAM e os bilhetes comerciais de parceiros, é baseado na conversão em pontos do valor em dinheiro. Esse sistema prejudicou, sobremaneira, o resgate aqui mostrado, já que costumava ser cobrado um valor bastante inferior para o trecho em questão. Possivelmente, havendo uma boa promoção de bilhete pagante, a situação se inverta e seja possível encontrar opções mais satisfatórias para a emissão com pontos.


Comparação efetiva

Como pontuamos no tópico anterior, esse resgate não varia em função do sentido da rota, pois não há cobrança de YQ, independentemente de partir ou não do Brasil, por isso, vamos mostrar uma única tabela comparativa, de um trecho avulso (one-way). Para calcular uma viagem de ida e volta (round-trip), basta duplicar os valores:

Resgate one-way (só ida) São Paulo – Nova York em Classe Executiva

Veja que mesmo com o alto custo de geração dos Avios e das milhas SkyMiles, a precificação comercial dos resgates LATAM Pass gerou uma diferença abismal entre os programas estrangeiros e o da própria LATAM.

E essa diferença poderia ser ainda mais brutal, não fosse pelo deságio na transformação dos pontos Esfera em Avios, ou mesmo se os cartões Amex do Santander tivessem sido incluídos na campanha Bateu, Ganhou, relativamente ao SkyMiles.


Fatores a considerar

Custos referenciais variáveis: tenha em mente que os custos de milhas e pontos que adotamos nos nossos cálculos, podem variar de usuário para usuário, inclusive em decorrência da utilização eventual de alguns cartões de crédito. Não levamos em conta os muitos leitores que detêm cartões emitidos no mercado internacional, cujos custos teriam outra avaliação;

Falta de uniformidade sobre a definição do custo de milhas e pontos: para a matéria, levamos em conta os custos das taxas em pagamentos feitos em carteiras digitais, já que, no momento, essas são as modalidades mais em conta para ter acesso às milhas do Membership Rewards dos cartões Amex Santander. Não esqueça, contudo, que há outras formas de considerar esses custos. Muitos consideram “zero” o custo dos pontos gerados no cartão em gastos orgânicos, o que reduz muito o valor médio, a depender do volume de gastos. Particularmente, prefiro ter como referência o custo de geração por meios pagos, para o caso de precisar de grande quantidade, que escape da geração através de gastos do dia a dia. Não podemos dizer, entretanto, que uma forma seja mais correta que a outra;

Fique atento ao custo relativo das milhas e a incidência de taxas: como temos mostrado nessa série, nem sempre o menor número de milhas, representa o menor custo. Embora no comparativo desta matéria o resultado do custo efetivo tenha seguido o do número de milhas, há casos em que as taxas fazem com que um resgate mais caro em pontos/milhas, acabe mais barato que outros. Portanto, leve em conta, sempre, o valor relativo dessas milhas, além de outros custos incidentes, como taxas de emissão e/ou de combustível;

Outros fatores: além desses fatores, também é prudente levar em consideração se há milhas próximas ao vencimento em algum dos programas em que o resgate é permitido. Adicionalmente, não deixe de avaliar os mecanismos de que você dispõe para repor essas milhas, num futuro próximo ou médio. Opte por não utilizar aquelas milhas e pontos que já sabe que vai utilizar para outro resgate, no qual as outras milhas e pontos não podem ser usadas, exceto se tiver saldo para ambos os resgates.

Momento de instabilidade no mercado nacional de milhas e pontos. A estabilidade (relativa) dos programas internacionais: os usários de milhas e pontos sabem, ou deveriam saber, que esse mercado é extremamente volátil e se move ao sabor das oscilações de oferta e procura. Nos últimos meses, no entanto, temos notado mudanças e oscilações que ultrapassam os limites da previsibilidade, tanto para acúmulo, quanto uso das milhas e pontos. É verdade que tivemos um período favorável ao consumidor durante a fase mais aguda da pandemia, em que abundavam as possibilidades de acumular pontos, ao tempo em que a baixa demanda, dadas as restrições de viagem, nos permitiam resgates fáceis e baratos.

Com a retomada das viagens e o reaquecimento do setor, temos visto um endurecimento nas campanhas de acúmulo, como no Miles&Go, ou um considerável aumento na cobrança de milhas e pontos, ou mesmo taxas, para resgates. Na Smiles, por exemplo, os resgates com Air Europa, que tinham ótimo custo benefício, agora beiram as 200 mil milhas por trecho. TudoAzul precificando Europa e Estados Unidos, nas raras datas em que oferece bilhetes award, em 175 mil pontos (com pouquíssimas datas com esses valores, registre-se). Emirates mais que triplicando o valor da Taxa de Combustível, a ponto de inviabilizar alguns resgates. Pra fechar a tampa, LATAM acabou os resgates award para voos próprios, já que todos os resgates oferecidos no novo site, não mais são, que a transformação do valor pagante em pontos. Já os programas internacionais a que temos acesso, a despeito das maiores dificuldades para gerar essas milhas e pontos, tem-se uma melhor previsibilidade dos custos de resgate, já que as alterações de tabela e/ou valores de pisos e tetos, são menos frequentes e menores, em regra;

Mudança dramática na precificação do LATAM Pass para voos próprios: O valor absurdo mostrado na simulação de resgate com o LATAM Pass, fruto da oferta exclusiva de bilhetes comerciais para voos próprios, merece uma reflexão.

A precificação dinâmica de resgates está longe de ser uma novidade no mundo de milhas e pontos. Nessa modalidade, fatores como demanda e custo dos bilhetes pagantes, têm peso sobre o valor do resgate. Contudo, isso não implica dizer que tais resgates são comerciais, porque não são exatamente o resultado do valor do bilhete pago, transformado em pontos. E mesmo que o fossem, em todos esses programas, sempre há datas em que é cobrado um valor-base, muito inferior a qualquer comparação como custo do bilhete pago. Nessa rota GRU-JFK, por exemplo, embora os preços cobrados pelo SkyMiles para os voos próprios Delta, em regra, sejam elevados, há datas em que o programa oferece bilhetes por 115 mil milhas para o voo direito da própria companhia.

Já o LATAM Pass, como foi anunciado pelo próprio programa, simplesmente aboliu esse tipo de resgate, ou seja, extinguiu os resgates award, transformando todas as emissões para voos próprios, em bilhetes comerciais, o que, de alguma forma, abala a estrutura do seu programa de fidelidade.

É bem verdade que os programas de fidelidade de companhias aéreas se tornaram ramos lucrativos, com metas e objetivos próprios. Jamais, contudo, devem perdem o liame vital com as suas razões fundantes, que é premiar os clientes da companhia aérea. A ideia de recompensa pela fidelização, embora atenuada pela diversificação cada vez maior de produtos e servidos desenvolvidos por esses programas, não pode ser abandonada.

O que dizer, então, de extinguir as recompensas para voar na própria empresa que instituiu o programa e, em teoria, é a razão de existir deste?

Deixar de oferecer, ainda que em raros voos, opção de resgate award para os usuários do seu programa, na prática é negar-lhe recompensa para utilização na empresa que, em tese, é a origem da fidelidade que gerou o direto à essa recompensa. Não há margem para pensar diferente, porque bilhete comercial não é bilhete de recompensa. A própria nomenclatura o define. O prêmio pela fidelidade se dá com o ticket-award, como se infere da tradução literal.

Não quero dizer com isso que não haja mais recompensas no LATAM Pass. Evidente que a manutenção da tabela de parceiros, com preços fixos, é uma baita vantagem. Acontece que isso é insuficiente para premiar seus clientes, principalmente porque as vagas ofertadas por terceiros, além de disputadas por todos os demais usuários de outros programas, não dependem do LATAM Pass, mas daqueles. Não haverá, assim, qualquer acervo award, sob o controle do programa, que possa ser usufruído por seus clientes fiéis.

Registre-se que essa é a opinião pessoal do editor, que é usuário antigo e nutre grande simpatia pelo programa. Não à toa, as lembranças dos melhores resgates do início dos anos 2000, são justamente com o antigo TAM Fidelidade. Não se desconhece que a adoção da sistemática de premiação de clientes, como de resto de toda a sua atuação comercial, decorre da livre escolha da empresa, obedecidos os limites legais, como deve ser em uma economia de mercado. Isso não impede, entretanto, de que os usuários, como é o caso desse editor, considerem a escolha equivocada.


Comentário

Ter uma visão geral do custo relativo das milhas e pontos, é fundamental para avaliar os melhores resgates em cada um dos programas de usuário frequente. Quando o resgate é possível em mais de um desses programas, essa comparação se mostra ainda mais relevante, para que tenhamos sempre os maiores benefícios no uso eficiente desse ativo de valor, que é nossas milhas e pontos.

E você, costuma comparar os custos do resgate em cada programa que utiliza? Quais os principais fatores que costuma priorizar?


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