De Nova York à Austrália voando Qantas e emitindo com a tabela fixa da LATAM – Leitor de Primeira

Leitor de Primeira Notícias

Por Thaís Sechetin

Hoje no quadro #LeitorDePrimeira vamos compartilhar a história do nosso leitor Manuel Victor. Ele sonhava em viajar para a Austrália e decidiu fazer a viagem partindo de Manaus, utilizando pontos LATAM e voando pela Qantas. No texto ele relata com detalhes como foi encontrar a rota mais acessível, emitir as passagens e voar até seu destino. Confira!

Leitor de Primeira Eloísa e Karê


Relato de Primeira

Nesse caminho de leitor assíduo de assuntos sobre aviação e viagens, encontrei o Passageiro de Primeira, que serviu de muita inspiração (principalmente acompanhando as aventuras do Fábio), e material de estudo para conseguir aproveitar muitas dicas de promoções, compras bonificadas, status match e algumas emissões interessantes, como esta que irei relatar aqui.

A Austrália sempre esteve entre os países que eu queria conhecer. Porém, ir até a Oceania é um desafio logístico e financeiro. Sou carioca, mas moro atualmente em Manaus e, infelizmente, sair daqui para qualquer lugar é um pouco mais complicado e caro do que para quem vive em grandes capitais do Brasil.

Depois de ler diversos materiais sobre emissões, rotas, companhias áreas, etc., principalmente com dicas do Passageiro de Primeira, decidi no final do ano de 2023 tentar a emissão para a Austrália com a tabela fixa da LATAM, onde sou cliente Platinum no programa de fidelidade. Foi aí que começou a jornada de dificuldades. Com os pontos necessários para emissão, descobri que a melhor alternativa era tentar a a rota Santiago x Sydney operado com a Qantas (parceira da LATAM para emissão na tabela fixa).


Disponibilidades e emissões

Eu demorei para entender que a LATAM não emite passagens na tabela fixa em voos operados por ela, somente pelas parceiras. A partir daí foram dezenas de mensagens pelo WhatsApp e ligações para atendentes que não sabiam como emitir, ligações encerradas e negativas de disponibilidade. Como sou persistente, fui ler mais sobre emissões com a Qantas e descobri o site Expert Flyer, que é grátis por 7 dias e mostra tarifas awards para emissão com tabela fixa entre os parceiros. Aparentemente não havia disponibilidade para nenhuma data na rota por Santiago. Inclusive uma atendente da LATAM falou que a Qantas não estava mais disponibilizando assentos na tabela fixa para o trecho.

Pelo aplicativo do Expert Flyer, encontrei disponibilidade com a Qantas no trecho NY x Sydney, e depois de muitas dificuldades, encontrei uma atendente muito simpática que realizou a emissão com muita cordialidade, porém, levou mais de 1 hora para concluir o processo. E o melhor de tudo: o trecho entre a América do Norte e Oceania são de apenas 36 mil milhas LATAM, totalizando 72 mil milhas + R$ 800,00 de taxas para voar em classe econômica. Vale destacar que para voar em classe executiva, embora não estivesse nos meus planos naquele momento, não havia disponibilidade para nenhuma data no intervalo entre abril e setembro de 2024.

Parti para o desafio 2: a emissão do trecho Manaus x NY para “casar” com esse voo. Esse foi fácil e encontrei bons preços no site da LATAM para voar com a própria companhia aérea e a Delta (também parceira). Esse trecho custou 130 mil milhas mais R$ 290,00 de taxas também para voar em classe econômica, ida e volta saindo de Manaus, com uma conexão em Guarulhos. Como eu comprei os trechos Manaus x NY separados de NY x Sydney, decidi ficar 4 dias em NY na ida e mais 2 dias na volta, para que não houvesse problemas em casos de atrasos ou cancelamentos.

Porém tive nova surpresa no caminho: meu voo de ida no trecho NY x Sydney com a Qantas foi alterado para um dia depois, o que prejudicaria a viagem. Mas felizmente também fizeram alteração no trecho Manaus x NY com a LATAM, o que me permitiria realizar mudanças sem custos. O trecho Manaus x NY foi fácil de resolver pelo próprio aplicativo da companhia. O problema maior foi alterar o trecho NY x Sydney, mas novamente, encontrei outro excelente atendente que entrou em contato com o suporte e resolveu meu problema.


Visto, Check-in e Lounges

Sobre o trecho de ida entre Manaus x NY não farei nenhum relato, pois há muitos parecidos sobre operações nacionais da LATAM e da Delta. Quero falar sobre o voo com a Qantas, na longa jornada até Sydney. Ele aparece durante a compra como direto, mas é um voo com conexão em Auckland, na Nova Zelândia e usa o mesmo número no trecho seguinte entre Auckland x Sydney.

No dia 12 de agosto de 2024, após 4 dias em NY, saí de Manhattan para o terminal 8, onde a Qantas opera. Cheguei cerca de 5 horas antes do voo, pois no aplicativo da companhia eu não havia conseguido realizar o check-in online. Havia uma mensagem para procurar o atendimento do balcão para conseguir o cartão de embarque. Embora já houvesse uma pequena fila no local do check-in indicado nos painéis, não havia funcionário da Qantas. O check-in começou 4 horas antes, e naquele momento já havia uma fila grande de pessoas aguardando. O atendente da Qantas foi extremamente educado e meu processo foi rápido e tranquilo.

Uma amiga teve problemas com visto, pois, embora seja brasileira, estava viajando com o passaporte italiano e descobriu que precisaria de uma autorização eletrônica para viajar para a Austrália. O mesmo atendente foi extremamente proativo em ajudar e resolveu o problema, embora com muita demora por conta do prazo do consulado. Uma coisa estranha é que eles pediam para que deixássemos as bagagens etiquetadas em um canto do aeroporto, junto com várias outras.

A área segura do terminal  conta com 4 lounges (Admirals Club, Chelsea Lounge, Greenwich Lounge e Soho Lounge), infelizmente eles só são acessíveis para quem viaja na Business ou First, ou para quem tem status na American Airlines, British Airways ou na One World. Para quem tem acesso ao Dragon Pass e Amex, não há opção de acesso a restaurantes ou lounges. Já o Lounge Key, Priority Pass, a única opção é o restaurante Bobby Van’s Steakhouse. Embora ele seja bom e economizar em dólar, nesse momento da viagem eu preferiria descansar com conforto em alguma sala VIP para encarar o voo na econômica. Cerca de 45 minutos antes, fui ao portão de embarque que já havia começado de forma organizada e sem muitas filas.


A bordo, finalmente!

São 17 horas e 40 minutos de voo direto até Auckland, com uma conexão rápida de 2 horas e mais 4 horas até Sydney, o que totaliza quase 24 horas até o destino final. Vale lembrar que brasileiro precisa de visto para entrar na Austrália. O custo foi de 190 dólares australianos, cerca de R$ 700,00. Já para a Nova Zelândia, embora não precise de visto, é necessário uma autorização eletrônica de viagem para turismo ou trânsito, que custou 44 dólares neozelandeses, cerca de R$ 150,00.

O avião que opera a rota é o 787-9 Dreamliner. A aeronave é dividida em 42 assentos na Business (1-2-1), 28 assentos na Premium Economy (2-2-2) e 166 assentos na Econômica (3-3-3). No geral, os assentos da econômica são confortáveis, espaçosos e com um sistema de entretenimento responsivo e moderno, com uma tela grande e muitos filmes (alguns em cartaz nos cinemas), séries, músicas e jogos. Não há opções em português de legendas ou áudio. No assento da aeronave havia o kit padrão de travesseiro, uma manta e um fone de ouvido, tudo de boa qualidade. Antes da decolagem foi oferecido uma garrafa de água junto com uma amenity kit, com tapa-olho, plug de ouvido, escova e pasta de dente. O menu de refeições estava disponível no sistema de entretenimento e, segundo o aviso da equipe, era possível pedir bebidas a qualquer momento.

Para a minha sorte, o voo de ida estava relativamente vazio, o que me permitiu mudar de assento e ficar com 3 poltronas só pra mim. Assim, arrumei minha cama com as muitas mantas que estavam sobrando e fiz minha Economy Premium na Econômica! A equipe foi extremamente simpática, prestativa e se preocupava com os passageiros oferecendo água, snacks e perguntando se poderiam ajudar em alguma coisa.

As refeições eram boas, nada maravilhoso, mas extremamente compatível com o serviço. Na galley traseira do avião havia um frigobar com bebidas geladas e um display com muitas opções de snacks. As vezes que caminhei até a parte de trás para pegar água ou comer alguma coisa, os comissários me recebiam com muita simpatia, puxavam assunto e perguntavam se eu não queria alguma outra coisa que não tinha ali. Ofereceram pizza, sanduíches e sorvetes. Tive que explicar para um deles, natural do Tonga, que português e espanhol não são a mesma coisa, e ele até me pediu para ensinar algumas palavras.


Pouso em Auckland

Antes do pouso em Auckland, foram feitos diversos anúncios sobre como a Nova Zelândia se preocupa com a sua natureza e biodiversidade. Eles avisam que passageiros que estiverem com alimentos não processados e rotulados, sementes ou terra nos sapatos e não declararem, teriam os itens apreendidos, além de levarem uma multa de 400 dólares neozelandeses. Eles poderiam ter o visto cancelado ou autorização de entrada negada. Parece uma preocupação mais séria do que normalmente vimos em outros países. Pousamos no horário previsto em Auckland, no dia 14 de agosto às 6h00, e a viagem foi boa, com ótimo atendimento e quase nenhuma turbulência. No aeroporto, precisamos passar por uma nova inspeção de raio-X, onde muitos passageiros foram separados para testes de narcóticos, e seguimos para a área segura.

No terminal internacional de Auckland há 4 lounges: o Air New Zeland Lounge, The Emirates Lounge, Qantas e o Strata. Os três primeiros são basicamente para quem voa de First e Business das respectivas companhias ou tem status em seus programas de fidelidade. Utilizei o Strata, que é acessível pelo Lounge Key e Priority Pass e aproveitei pra tomar um banho. O Lounge é excelente: grande, bonito e com muitas opções de alimentação e bebida, inclusive para veganos, intolerantes a lactose e celíacos. Na ocasião estava bem silencioso e vazio.

Segui para o voo seguinte, com o mesmo número, porém houve alteração de toda a tripulação. Alguns passageiros desembarcaram e novos haviam embarcado. O resto foi muito parecido, embora houvessem recolhido as mantas e travesseiros. Foi oferecido o mesmo serviço de água e amenity kit, teve uma única refeição de café da manhã e na parte de trás não haviam mais snacks à vontade. O serviço dessa tripulação foi bom, mas nada comparado ao extremo cuidado do voo anterior.

Pousamos em Sydney no horário, às 8h45, com os mesmos avisos sobre declarar itens que ofereçam riscos a fauna e flora da Austrália, só que desta vez sob anúncio de uma multa de 650 dólares australianos. A imigração estava organizada, sem filas e o agente só perguntou se eu tinha o cartão de vacina contra a febre amarela ao olhar meu passaporte brasileiro. Não verificou o cartão, me liberando em seguida. A mala já estava disponível na esteira e sem nenhum dano.


Fascinado pela Nova Zelândia

E assim terminou a minha jornada para chegar do outro lado do mundo, começando outra jornada de 20 dias entre a Austrália e Nova Zelândia. Embora eu não vá contar aqui, essa viagem que começou com o sonho de conhecer a Austrália, teve como destaque a Nova Zelândia, que roubou o meu coração. Voltei encantado por diversas cidades que passei na ilha norte, e aqui destaco Rotorua e Taupo.

Em resumo, o que tenho para dizer sobre essa aventura é: parabéns, Qantas, por prestar um excelente serviço com uma equipe incrível e bem formada. Já viajei com algumas companhias melhores posicionadas no ranking do Skytrax, por exemplo, que não se comparam a excelente experiência que tive com a companhia.

Outra coisa importante para citar é a desorganização nos processos de emissão de passagens com a tabela fixa na LATAM. A minha impressão, mas posso estar completamente errado, é que boa parte da equipe não sabe usar o sistema, ou ele é muito difícil a ponto do atendente desistir ou dificultar o processo. Então a dica é ser persistente, pois acredito que há ótimos funcionários dispostos a ajudar. É uma pena que não parece ser a maioria.


Comentário

Manuel, ficamos muito gratos por você compartilhar sua experiência com a gente, pelo tempo e cuidado que você dedicou e por dar várias dicas importantes. Esses detalhes podem ajudar outros viajantes que queiram emitir passagens internacionais utilizando tabela fixa da LATAM, assim como a sua viagem com a Qantas também pode servir de base para que outros leitores do PP escolham a companhia aérea ideal para viajar.

Não podemos deixar de comentar sobre a sua ideia de fazer uma First com assentos vazios, adoramos! 😂 Ficamos felizes que sua viagem deu certo, adoramos saber que você se surpreendeu com um destino inesperado e aguardamos mais relatos sobre suas próximas viagens. Não deixe de nos escrever!


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